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quinta-feira, 4 de setembro de 2008

ROSAS


Rosas
Foi para ti que criei as rosas.

Foi para ti que criei as rosas.
Foi para ti que lhes dei perfume.
Para ti rasguei ribeiros
e dei ás romãs a cor do lume.
Devias estar aqui rente aos meus lábios

Devias estar aqui rente aos meus lábios
para dividir contigo esta amargura
dos meus dias partidos um a um

- Eu vi a terra limpa no teu rosto,
Só no teu rosto e nunca em mais nenhum

Música, levai-me:

Música, levai-me:

Onde estão as barcas?
Onde são as ilhas?

Nunca o verão se demorara

Nunca o verão se demorara
assim nos lábios
e na água
- como podíamos morrer,
tão próximos
e nus e inocentes?

( EUGÉNIO DE ANDRADE)

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