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sábado, 28 de novembro de 2009

"A MÁSCARA"



" A MÁSCARA"




Nem o silêncio

que pensas seguro

te salva ou te defende

dos que te encostam ao muro.



Te usam!

Te abusam !

Te lambuzam!



Passando a mão na vaidade

sem respeito e sem emoção



Escondendo na máscara a verdade.



luizacaetano

"DIZER ADEUS"

"DIZER ADEUS"




Dizer Adeus

ainda que em silêncio,



é partir

para o outro lado de mim ...



É como morder as lágrimas

em cada aceno

e passar a derradeira fronteira



do oceano branco e breve

de alguma secreta embarcação



Lá no cais velho das partidas

onde os barcos chegam e partem

e se esvaziam para sempre

de nossas vidas.
 
 
Luiza Caetano

domingo, 15 de novembro de 2009

Maria Mendes

NÃO PEÇA PRA TE ESQUECER


De: Maria Mendes






Sem chão, perco a razão quando você diz:me esqueça.

O coração dilacerado, não pode ser ilusão.

O meu estado desesperador.

Ah, minha amada, se soubesse a dor que sinto

Chego estremecer, perco o sentido de viver.

Como pode pedir para eu deixar de te amar?

Eu não saberia viver sem o seu amor.

Será que não percebe que a minha vida é você!

O meu viver é amar você.

Juro que já tentei!

Tentei de todas as formas te esquecer.

A minha loucura foi crer.

Fecho os olhos e busco as lembranças

A sua pele, o toque dos seus lábios.

Fico louco só em pensar que não vou

Voltar a sentir sua pele, seu cheiro.

Como arrancar este amor do meu coração?

Passo dias e noites na escuridão

O que importa a vida sem o seu amor?

Por favor, não peça para eu esquecer você.

Não jogue fora os nossos sonhos.

O sentido da minha vida é acreditar

Que nossos sonhos juntos vamos realizar.

Com todas as minhas forças eu vou lutar

Nesta vida vim para te amar.

Você é minha razão de viver.

Não peça para te esquecer.

Maria Mendes

OLHOS NOS OLHOS


De: Maria Mendes



Olho no olho e a confirmação.

Como desejei sentir as batidas do seu coração.

De perto o sorriso encantador.

O coração é conhecedor.

Dentro dos seus olhos busquei emoção.

Na timidez o sorriso contido.

Sem química perde o sentido.

Sem ela tudo é em vão.

No imenso vazio tento encontrar a razão.

Quem manda no coração?

Se não tiver sintonia entre as almas.

É hora de refletir, vale a pena insistir?

Vamos dar as mãos, mais vale uma linda amizade.

Estou abrindo meu coração.

Não encontro maneira diferente de dizer.

Nem mesmo sei como fazer.

A verdade para você saber.

Não quero te perder, sua amizade manter.

Vida em movimento sem tempo pertinente.

Talvez no futuro você possa me esperar.

Quem sabe lá possamos nos olhar

E uma nova era começar.

Na vida nem tudo é desilusão.


Pra tudo há uma solução.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

POETA JORGE LIMA

Poema este de cunho denunciativo, o qual fora feito durante a Revolta Igarapeaçuense de 2007, que se sucedeu em virtude de várias irregularidades políticas, tais como a falta de merenda escolar na educação municipal; do FUNDEB não pago aos Funcionários e Educadores e, por fim, devido à falta de Transporte Escolar aos estudantes das agrovilas, muitos dos quais perderam o ano letivo por não poderem se deslocar aos estudos, nos meses de agosto e setembro do referido ano.
*SAAE: Sistema Autônomo de Abastecimento e Esgoto. Um trocadilho com o verbo sair, lembrando que a água do município, até hoje, é de má qualidade em vista do excesso de metais pesados: ferrugem e cloro. É uma crítica ao órgão público como forma de pressionar a solução do problema.












ENGOLIR SAPOS

Liguemos a torneira de Igarapé-Açu
e a água *SAAE
com ferrugem.

E como que num passe de mágica,
Essa mesma água,
Ao se escorrer pelo chão
transforma essa terra sabe no quê?
Transforma essa terra
numa insuportável lama de corrupção.
Lama esta
onde alguns porcos oportunistas
se deitam e se deleitam
à nossa custa,
Mamando nas tetas
de uma *encurralada vaca.

Eis um *casamento perfeito:
O do suborno
com a extorsão

No fim,
O povo igarapeaçuense
bebe dessa água suja
Parecendo não achar tudo isso
ruim.

Jorge Lima(2007)



(Respeitem os direitos autorais,dando os créditos ao autor)

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

POETA JORGE LIMA!


REAL OU VIRTUAL? EIS A QUESTÃO...

Não me canso de olhar pra esse rosto,
Como se eu fosse um telescópio
Na dúvida
quanto à descoberta de um novo planeta.

Perco noites e dias
tentando decifrar através de teclas
o que esta nova face representa para mim.
Se apenas uma atração passageira,
Tipo a aparição de uma estrela cadente,
Ou se um sólido amor à primeira vista.

De minha parte eu pareço mais é
um devoto de Nossa Senhora de Nazaré,
Que com os olhos fixos na imagem
Em profundo silêncio
faz a promessa:
O pobre coração pede pra Deus
muito mais que uma simples amizade.

Por isso se de um lado,
da musa, o poeta conforma-se com a inspiração,
de outro, o homem, perdido no deserto,
Anseia por um rio que seja de verdade,
Ao invés de correr em vão
atrás de miragem.

Jorge Lima

(Respeitem os direitos autorais,dando os créditos ao autor)

POETA JORGE LIMA!




Bom Apetite!

Escrevo poesia
Como quem prepara o feijão nosso de cada dia.

Primeiro derrama-se
na mesa, as idéias.
Encadeando as boas pra um lado,
Separando as que não servem,
Para o outro.

À essa altura
observa-se atentamente
grão por grão,
palavra por palavra,
De modo que se por ventura
aparecerem algumas pedras
no meio do caminho,
Ao lixo certamente
elas hão de ser atiradas.

Também não pode faltar na receita
algumas pitadas de rima,
três colheres de metáfora,
uma de sinestesia...
Ah! O tempero é a gosto.
Porém a medida certa e
a combinação desses elementos
só tornar-se-ão experiências bem sucedidas,
dependendo da habilidade que se tem
para com a língua

chuuuuuuuuuu...!
chuuuuuuuuuu...!
Até que enfim a pressão apita.
Após meia hora de tempo
encerra-se a labuta e
para o banquete
o poeta
chama os convivas.
Posto na mesa,
Recém saído do fogo...
- Gente, O poema...
está pronto.
Sirvam-se!


Jorge Lima

(Respeitem os direitos autorais,dando os créditos ao autor)

POETA JORGE LIMA!




MIRA FATAL

Eis um olhar de águia real
advindo de longínqua distância,
Lá das bandas do céu europeu.

Que depois de certa manobra
Ela mergulha impiedosa,
Por entre as copas
da diversidade amazônica.

Estava eu de costas,
E sendo vítima de uma implacável ação
Eu senti o bote certeiro
em meu perambulante coração.

Presa fácil eu me fiz!
Bem que me deram o alerta
sobre a absurda potência dessa luz.

Todavia aos olhos de meus instintos
O toque de recolher veio-me em vão.
Consequentemente fui transformado
em estátua de sal.

Agora sofro
com intensa ardência
na chaga de meu peito.

E nem todos os rios
da Amazônia juntos
conseguem aliviar a sede
sequer dos meus lábios.

Sendo assim fico à mercê de mim mesmo
Feito bicho empalhado,
Ribeirinho encantado...
Entregue e carregado pelas garras
da paixão,

Aguardando somente o momento
em que os filhotes dessa águia
venham a se fartar de minha
apimentada carne.

Jorge Lima

(Respeitem os direitos autorais,dando os créditos ao autor)

POETA JORGE LIMA!











Em Coma...





Meu coração pulsa descompassadamente
Devido à falta de respirar o amor.
Por isso não vejo a hora d’ele
vir a cessar-se de repente
Como forma d’eu me ver livre
desta latejante dor

Sigo porém auxiliado por aparelhos
Pois só assim, vivo, é que ainda estou.
Papel e caneta, meus fundamentais elementos,
Suprem a escassez do cheiro da flor

Mas ainda suspira, uma pálida esperança.
E então sob forte anestesia
Fico deitado em imensa cama,
à espera do transplante:
Aguardo exalar o milagre
da perfumada mão
que me levante,
Levando-me a desejar
a eternidade.

Jorge Lima


(Respeitem os direitos autorais,dando os créditos ao autor)

POETA JORGE LIMA!

Poema este que homenageia todos os poetas e poetisas, meus contemporâneos.
*São Sebastião: Padroeiro da cidade de Igarapé-Açu, onde vivi 10 anos.
*"água ardente dentro do pote", menção a uma tradição religiosa, onde existe o consumo de cachaça entre os devotos do santo durante a caminhada com a imagem



CHUVA DE POESIAS

Igarapé-Açu,
Inspiração aquecida intensamente
pelo clima equatorial,
Por onde a canoa, à deriva,
Do Tupã, deus da Amazônia,
recebe o sinal.

São versos caídos no topo mais alto do Pará,
Até então escondidos a milhares de órbitas e galáxias
do nível do mar.

De tão inusitado o milagre,
Feito por *São Sebastião e São Pedro,
O que era calado já fala
Apesar das repressoras águas de janeiro

*Água ardente de dentro do pote,
Rimas que de repente
deixam o poeta porre

E nesta embriaguez,
Junto ao meu lirismo,
Enxergo a aparição de outros companheiros
na proscissão do ofício:
Nos banhamos de sol e chuva
literaturamente
ante a luz do divino

Jorge Lima (2004)



(Respeitem os direitos autorais,dando os créditos ao autor)

POETA JORGE LIMA!


(Imagens do poeta Jorge Lima)

Respeitem os direitos autorais!!!
































RECONSTRUÇÃO

Atenção, atenção,
Minhas senhoras e meus senhores!
Em princípio
eu estaria aqui
em prol de declamar poesias românticas.
Diante, porém, de um fato
gravíssimo,
Este momento aqui eu já improviso
a fim de fazer a seguinte denúncia:
Duas mãos desumanas rasgaram-me
um precioso poema.

Droga!
Dediquei-me aqueles
versos como nunca.
E o que em troca eu recebo?
A minha própria musa
os deixou em pedaços
Como se eu tivesse lhe dado
um presente de grego.

- Homero, Vinícius, Platão,
João de Jesus... ouçam-me:
Duas bárbaras mãos
cometeram a heresia de me torturar,
De me torturar rasgando-me
e jogando fora meu precioso poema

E era um poema de amor!


Deus que me perdoe
Mas aquele inconseqüente par de mãos sim
É que merecia ser jogado...
E bem em cima d’ uma fogueira.

Aquele meu precioso poema!

Que as feiticeiras da Amazônia
transformem aquelas mãos,
em patas.
Que pelas autoridades
sejam eternamente acorrentadas...
Enfim, minhas senhoras e meus senhores,
Condenemos com o nosso dedo
todo e qualquer tipo
de crueldade,
Existente em nossa atual sociedade.

Só denunciar ou apontar, todavia,
não basta.
De minha parte é preciso que o poema,
Eu o refaça.

Eduquemos nossas crianças de hoje
a decifrar o maquiavélico jogo
de cartas marcadas.
Podemos vencer nosso inimigo
com as mãos abertas,
Desarmadas...
Abramos a ele o outro lado
do coração,
Onde ao invés de ódio e vingança
Exploda somente a força do amor.

Mas se seu relacionamento está em crise,
Que tal presentear a alma gêmea
com um buquê de flores?
Sejamos mais amáveis entre si.

Rasgaram o meu poema,
minhas senhoras e meus senhores,
Mas a poesia ainda permanece em mim,
Inteira e intacta,
Sem pausa...
Nem fim.

Jorge Lima