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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

"PARA ALÉM " de Luiza Caetano

"POEMAS DE AMOR E DE RAIVA"




Feliz e abençoado fim de semana!

Partilhando poesia, que é do que mais gosto...

PARA ALÉM

Para além das tuas
e das minhas lágrimas,
da tua e da minha dor,
num Adeus sem alma
nem cor
Para além
da morte de todos os dias
com a saudade afogada
no peito
pelas palavras não ditas

Para além de todas as limitações
e das distãncias infinitas

Fica o eterno futuro
feito de silêncio
como um muro

Luiza Caetano

(respeitem os direitos autorais)

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

As luzes da Beleza, da Harmonia, da PAZ PROFUNDA, estejam sempre presentes em 2012!!!

à minha querida amiga, minha Fulô di SumPalo, com Beijos e Rosas!


SOU VIAJANTE DO TEMPO

Sou errante...
Sou cigana...
Sou Viajante do Tempo.
Mas, sempre volto à ternura que me prende,
ao sorriso que me adocica
ao olhar em que mergulho,
às palavras que me embalam e me encantam.
Eu vou e volto.
Sempre!

NEFERTARI(JuditMartins)

sábado, 3 de dezembro de 2011

CARTA POÉTICA A SÍLVIA WAJÃPI./Maia de Melo Lopo. Lisboa - Portugal. 11.


(Foto retirada do Google)





CARTA POÉTICA A SÍLVIA WAJÃPI.


Linda, linda, linda, a mais doce índia Wajãpi,
mulher tão nobre e distinta eu jamais vi,
lutando pelas tradições e suas línguas,
Wajãpi, Wajãpi.
Verdadeira nativa indígena, voz embargada,
fiquei emocionada pela honra e tanto brio,
linda linda, a emotiva nativa do rio,
Wajãpi, admirável Wajãpi.
Alma aberta nas águas fundas, amuleto mágico tua pedrinha,
menina corajosa, mãe de treze anos tão sózinha,
Sílvia Wajãpi.
Triste, viste a pouca sorte em ferida,
furada com farpas de madeira na barriga,
no hospital sofres dores profundas,
e em busca do sonho na grande cidade,
foges da mata aos catorze, valente Wajãpi.

Infeliz adeus, pensamentos intímos, beleza, única verdade,
roída fartamente de pobreza, na mais dura tristeza,
estremecida Wajãpi.
Linda, linda, linda criança, dura lembrança,
com valores mais caros, recordas tua terra,
na mágica fé, perdida andas a pé, cruzas as ruas,
longe dos prazeres curas a solidão,
vendes a pedra matas a fome pela tua bandeira,
aliança de luta e vontade Wajãpi, Wajãpi.
O mérito foge da riqueza, és digna guerreira,
a mais linda mulher brasileira, que eu jamais vi.
pura Wajãpi.
Tanto chorou e sensível sorri,
Louco sacrifício, a patriota aprende as letras,
foi na escola de pobre camisola com um só botão,
Wajãpi, ai, Wajãpi.

Delirante desejo, estear a suprema bandeira,
as meninas brancas no oficío e fileira,
em cinísmo professoras magoaram,
te negaram o direito sem razão,
Wajãpi, Wajãpi.
Nervosa puxou as saias das educadoras, implorou,
lúcida e humilhada se machucou a verdadeira menina,
desgostosa, cheia de canseira, chorou desilusão,
na decência o estorvo, é castigo tua existência,
a mais rara mulher que eu jamais vi,
Wajãpi, Wajãpi.
O amigo camelôt, a sobrinha te deu tecto na pobre casinha,
foi caridade e teu pivôt,
linda índia trabalhaste, vendeste livros, desconhecida na vida,
leste poesia dos poetas, estudaste com bolsa de estudo,
e na caça não perdeste atributo.

Livraste-te de rude tarado,
alguém teve cuidado, protegeu-te do mal,
teu corpo de virtude na louca perfeição, ao abandono e desprezo,
astuta menina Wajãpi, leal Wajãpi.
aprendeste a correr foste atleta profissional,
andando por aqui, dançando por ali,
tua boca ardendo em beijos de luz, mulher alma e sentimento,
inconformada, sublime e inquieta,
abraçada a suas crenças, massa de gente inculta,
ninguém logrou desvendar, peça de tabuleiro,
o mistério glorificado na florescência eterna,
exemplo p`ro mundo inteiro,
e no preço da vergonha Sílvia Wajãpi,
és o orgulho imperecível, se distingue de outra raça,
nos teus lábios a família, carácter afectivo, amor por inteiro,
nas bocas da raça de qualquer raça, Wajãpi.

Tão diferentes, na selva, tua tribo,
povo amado pais e filhos, coração leal a palpitar de amor,
escrevem os ventos no teu país Brasileiro,
Wajãpi, distinta jovem Wajãpi,
a linda, a mais invisível que eu jamais vi.
Muitos séculos passaram, indígenas em grupos,
chefes em casernas sem estados constituídos,
seguindo avante, a história das descobertas nos apontam,
que Cabral em vez de visitante, foi assaltante,
o primeiro ladrão e agressor dos primitivos.
Ah... patriota Wajãpi, uma afronta perturbante,
cumprindo ordens do rei, nos males do destino,
navegou em Caravelas os mares das tormentas,
deu as mãos, enfrentou pelo mundo leis e piratas,
jesuítas e cristianismo, irritantes inspirados,
não foram só os portugueses o terror dos diabos.

No culto dos avós espíritos de obidiência se fundem,
aos amigos chefes deuses do futuro, firmes e hábeis anciãos,
graciosa índia Sílvia Wajãpi.
Na submissão ao dirigente de raízes profundas,
baptizam crianças em templos, festejam os valores com alegria,
oferecem presentes místicos, protegem enfermidades,
salvaram-se de males e da droga de inimigos,
vivem de fraternidade e na brisa da solidariedade,
escrevo para ti, mulher de brilho Wajãpi.
A carícia consoladora do entardecer traz saudades,
os canais, a flora mutilada em medonhas convulsões,
trovoadas, chuvas torrenciais, alagando planuras e rios,
instintivas repugnâncias, abandonos e aversões,
senhora guerreira Wajãpi, perfume de rosa,
no drama da criadora e espectacular natureza,
amor passional, soberana Pátria tão grandiosa.

A posteridade libertou a lei da morte,
a morte febril do materialismo afinal ainda mata,
atinge a influência ocidental o injusto e nefasto,
produzido em efeitos e contradições,
estatutos, mitos, Índia Wajãpi.
Outro amigo português no sentimento e gentil cortezia,
vos cingiu e abraçou, se distinguiu a alma cativante,
expulsou invasores espanhóis, chamaram-lhe ignorante,
no trágico desfecho de Manaus pelo Solimões,
salvou com furor a tua selva, no sangue derramado foi vaiado,
no Ocidente bode expiatório,
o poder do conforto nos dias que correm faz velório,
e no idealismo pernicioso afirma o adversário,
a comunidade humana e integração social,
encanto dos mais belos corajosos, Sílvia Wajãpi.

Perante a abolição da morte,
pioneiros exploradores da borracha, traídos nas riquezas,
e no decorrer dos tempos, na sucessão de gerações,
os incidentes dos povos e populares supertições,
manadas de boiadeiros, bois enfeitados com guizos de ouro,
religiosos fazendeiros, poderosos autoritários,
sem justiça financeira, andam os Zé ninguém sem terra,
astros luminosos nas descobertas inigualáveis,
submetem-se ás vontades das rudes ganâncias,
canalhas desumanos esmagam capim, fazem calúnias e horror,
num dia assumem o medo e em Bonfim ofendem Nosso Senhor,
humilharam, mataram Chico Mendes homem de fé e crente,
dão tiro no peito e na tua alma Wajãpi,
monopólios da madeira, disputas disfarçadas em sorrisos,
julgam o procedimento de quem não conhecem,
é crime no mato e em frente matam tanta gente, Wajãpi.

Condenados em contendas e desastres,
a listas de criminosos ou raios de maus olhados,
Oh, Wajãpi a mais linda índia que eu jamais vi,
perspicaz Wajãpi.
Sim, nós conjuntamente no alto reconhecimento,
na linguagem rica, é a língua ilustrada de um povo,
misturada nas origens, Marquês de Pombal distinguiu cada cidadão,
na maravilhosa afinidade de qualquer coração,
tu na cidade ou aldeia, eu a branca Europeia podia ser mestiça,
sou portuguesa e sem vaidade, nem me sentarei á tua mesa,
na dessemelhança emotiva e sem graça,
delicada Wajãpi,
mulher séria, no tempo livre de pecados,
não me escapou o intangível perfil moral,
fulgores de orgulhosa glória fazes história racial,
sem resignação, adoras teus filhos e contemplas o sol.

Ai, o teu lindo sol… sabes? O vejo por aqui no Tejo, meu rio,
Também tenho um rio em Portugal que é teu,
Porque quero para ti sincero prazer, na ilusão sempre senti,
as gaivotas que escrevem no céu a aventura,
traineiras e cacelheiros levam o amor Lusitano,
marinheiros ouvem guitarras diante as estrelas,
cantam de paixão e alegria o fado vadio,
saudades da Pátria recordam a dor em cristais de luar,
e desliza a orgulhosa mensagem da minha solidão,
em ruelas pobres de Alfama, ou nos tristes telhados e janelas,
pois tuas lágrimas chegaram em lenços de fogo,
e acenaram infortúnios e vitórias a este mar.
És arte em destaque, essência de anjo, prémio da vida,
e na opinião pública, o Brasil Civil deve orgulhar-se de ti,
eu muito gostaria de te ter como amiga,
Wajãpi, sincera e honrada Wajãpi.

A graciosa mãe de raíz, legado da terra és tu,
na escala social e existência humana,
de tantas mulheres distintas e cultas,
tu és a mais brilhante e gentil, a mais franca Wajãpi,
quem ri de ti é fútil e não tem vergonha,
são mascarados na podridão e peçonha,
nem vermes ou cães te perseguem,
em orgulho e admiração gentes não te esqueçam,
dancem, elaborem palestras nos sertões sem bajulação,
beijem o silêncio do chão por onde pisas,
Ah... requintada e simples Wajãpi.
Tal como Deus ama e deseja almas no céu,
em homenagem dás o sangue, o amor, a morte,
defendes com a vida e rigor a grandeza do teu país,
unidade incondicional, és a essência do encanto feminino,
a frescura da selva é teu rústico lar, tua sorte.

Sou a gringa de Portugal e se de ti nada mereço,
meu coração português, a minha alma de Lisboa,
a dos reis, rainhas da Monarquia, Ministros tanto faz,
dos humildes poetas Camões e Pessoa,
me redimo pelos crimes da Nação,
não duvides, num adeus te peço desculpa ou perdão,
de culpas, ou erros dos meus antepassados, e sem recados,
este poema restitua á tua Pátria a honra,
sem ofensas aos teus soberanos,
e com respeito te ofereço, meu sentimento, minha paz,
Wajãpi, venturosa Wajãpi, no desafio serás sempre a primeira,
para o serviço da guerra, aspirante a oficial,
no ilustre Exército das Forças Armadas,
a mais brilhante militar que de orgulho fardada,
cumpriu o que jurou e cantou o Hino Nacional,
esteou a bandeira do Brasil, a Wajãpi, Wajãpi.

Uma águia branca, belo vulto cultural,
tuas mãos unidas em fervorosas preces,
desde Porto Alegre, Iguaçu, até Acre, Rondónia e Ceará,
que em Tupi Guarani sejas sempre a mais bela,
haja cânticos de todos os dias, homenagens a tantos índios,
os puros animais, itatiaias do Rio, bandos de pássaros,
garças de neve em Recife, colibris da Bhaía e araras de Minas,
plantas ou insectos de Mato Grosso e Cuiabá,
coroada de amor na chuva garoa e divinas flores do Pantanal,
na vida inteira sejas a mais feliz, hilariante índia do Amazonas,
a mais nobre e corajosa da selva Brasileira,
a sentir meu coração diz do lado de cá,
Deus abençoe teu nome, tua história,
és, a mais linda mulher em glória,
a bem aventurada que eu jamais vi.
Silvía Wajãpi.


Maia de Melo Lopo.
Lisboa - Portugal. 11.

Poetiza de Poetas del Mundo.
Embaixadora Universal da Paz-Cercle Universel des Ambassadeurs de la Paix-France & Genève Suisse.

http://www.poetasdelmundo.com/verInfo_europa.asp?ID=7337

sábado, 26 de novembro de 2011

Antologia Cristal de Letras e Artes

Lançamento da Antologia Cristal de Letras e Artes, no Espaço Imperial, em São Paulo. Imperdível!
Hoje, dia 16 de novembro de 2011
Importante evento literário em São Paulo



Hoje, dia 26/11/2011:

Lançamento do livro

Cristal de Letras e Artes

Horário: A partir das 19h30min.

Local: Espaço Imperial - Av. Fagundes Filho, nº 141

Conjunto 29 - SAÚDE - Av. Jabaquara - São Paulo/SP




Apoio Cultural/Divulgação:

Grupos ARTFORUM Brasil XXI - 12 anos
Universidade Planetária do Futuro - Ano II





ANTOLOGIA "CRISTAL DE TALENTOS"

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

DESPEDIDA - Maria Mendes

(imagem google)

DESPEDIDA
Maria Mendes

Tentei de várias maneiras me adaptar
Corri feito uma louca na multidão
Percorri caminhos, amei pessoas inesquecíveis
Chorei com amores quase impossíveis
Sonhos que sonhei uma vida inteira
Na tempestade encontrei o caminho
Fui levada pela correnteza
Sobrevivi às tempestades
Descobrir que ser feliz é não precisar
Um do outro para se encontrar
Liberdade de voar para bem longe
Sem saber o que vai encontrar
Toda partida é sentida e dolorida
Ter consciência que é preciso ir
Levando as lembranças
De um tempo que não volta mais
Foi simplesmente maravilhoso
Apenas guarde os nossos momentos
Quem sabe os caminhos possam se encontrar
Os rios sempre correm para o mar.




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Encontros e destinos

Maria Mendes
Encontros de Almas

Há muito tempo atrás
Em uma outra dimensão
Duas almas se separaram
Seguiram caminhos diferentes
Com propósito de cumprir suas missão
Na esperança em algum lugar
Do presente ou futuro
Eles se reencontraram
Poderia se reconhecer
Pela simples razão
A luz que carregam em seus corações
Passaram décadas idas e vindas
Procurando realizarem a missão
Por um descuido de percurso
Navegando no espaço
Recanto das Letras
Entre a introspecção e versejar
Se reconheceram


Suas almas se confortaram
Neste mesmo tempo se perderam
Vidas cruzadas, destinos diferentes
Hoje é imprevisível
O amanhã talvez
Pela mesma proporção
A luz que entre se
Faz presente na emoção
Como os códigos dos versos
O amor vai além da intenção
No passado se comprometeram
No presente se entenderam
Tão logo seguiram novos caminhos
Com suas missão
Se algum tempo vão se reencontrar
Quem sabe em outra dimensão.

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(Imagem google)



Devaneios e o Mar

Devaneios e encantamento!
No meu barco a deriva no MAR
Desejos que teimam em continuar.
Será que enganada possa estar?
Vale a pena pensar!
Há momentos na vida
Que é melhor calar.
Se não tiver certeza
De estar sendo correspondida.
Pode ser surpreendida.

Melhor analisar a situação.
Ah o coração! Vai entender a imaginação.
Quantas vezes seguimos uma intuição.
Os pensamentos viram fragmentos
Se é fraqueza ou falta de certeza?
Não sei o que pensar!

Se vou estar neste mar de solidão.
Passando por situação que me esquivo.
Evito lembrar a realidade ignorar.
Vou me dando conta
Que assim não posso continuar.
Acordar do marasmo sair.

Talvez eu reescreva uma nova melodia,
Quem sabe um dia possa voltar.
Em novo porto estacionar.
Pode ser que volte a cantar
Volte a remar em alto mar.

No barulho das águas
Vou lembrar que sempre soube cantar.
Em versos vou continuar a falar.
Vou gritar, chorar um dia parar.
Mesmo assim continuarei a remar.
Por muitas águas passar.
A calmaria voltar nos braços dele descansar

sábado, 22 de outubro de 2011

LANÇAMENTO DA ANTOLOGIA DE ANTÔNIO POETA


- Sexta Feira (28/10) a noite – Roda de Samba – No Bar do Sindicato dos Bancários. Não há couvert e nem entrada, a partir das 18:30hs é só entrar no elevador e pedir pro ascensorista o andar do Botequim dos Bancários e nos achar lá”. Av Pres. Vargas, 505, entre as Ruas Uruguaiana e Av. Rio Branco.

Sábado:
Pela manhã, vamos a Ilha de Paquetá, um dos recantos, mais lindos do Rio de Janeiro e também próximo ao centro da cidade, onde estaremos.
Nos encontraremos na Estação de Barcas para Paquetá na Pça XV as 09:45hs da manhã.
A noite, a partir das 22hs voltamos a nos encontrar em frente a ao Espaço Cultural Multifoco, na Av. Men de Sá, 126 na Lapa e de lá, aos cuidados de nosso Cicerone e Contador de histórias JL Semeador, incursionaremos pela Lapa e Santa Tereza, os mais boêmios bairros do nosso Rio antigo... Até que horas? Só Deus Sabe (risos)!

Domingo:
Já esgotados pelo intenso sábado, pela manhã, a partir das 10hs, visitaremos umas duas exposições culturais que estiverem acontecendo em algum Centro Cultural, almoçamos e vamos descansar para o grande evento da noite
A partir das 18hs, o nosso evento no Casarão da Editora Multifoco para o Lançamento Oficial da nossa Antologia II, com a apresentação de alguns números musicais e performances cênicas de nossos Poetas.

(De:Antônio José)

“OS PIONEIROS DO ROCK’N’ ROLL BRASILEIRO”


Lançamento oficial do Livro “OS PIONEIROS DO ROCK’N’ ROLL BRASILEIRO” (Evolução da música jovem no Brasil / Período 1955 – 1965) de Thiago de Menezes (Editora ALL PRINT SP / 1ª Edição - 2011).

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Luiza Caetano de volta ao Brasil

Desta vez a poeta/pintora Luiza Caetano,vem ao Brasil, para novo lançamento de seu mais recente livro de poesias "POEMAS DE AMOR E DE RAIVA", que será lançado no Rio de Janeiro no dia 15 de outubro de 2011, com a participação da autora em evento especial com sessão de autógrafos e coquetel a todos que lá comparecerem.

O lançamento será no Museu da República, no bairro do Catete na cidade maravilhosa do Rio de Janeiro.

Fica aqui em nome de Luiza Caetano o convite.

Compareçam















quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Nita V.Aguiar

"Poema a duas mãos"

Amei "Palavras mordidas",
tive vontade de ir atrás dos peixes luminosos...
de segurar nas asas de um pássaro alado,
sobrevoar o horizonte,
desvendar "Palavras mordidas",
catar marinheiros e
fazer um sarau pras velhas saudosas...


Pois podias ter entrado com o vento
pelas janelas adentro
e
verias
Quem sabe?
no horizonte a tal ave de rapina

Os marinheiros?
- estão levantando amarras

Sonhar é de graça,
pegarei carona com o vento,
conhecerei a tal ave de rapina,
não mais solitários,
buscaremos outros horizontes...

As caravelas, que hoje são grandes yates
levam e trazem gente e saudades.
Transportam sonhos e vagos receios...


Conheceremos os tais marinheiros?
Quem sabe?
Na via crucis da vida,
nos lançaremos ao mar,
e ao encontrá-la,
poetisa de Portugal,
ao som de Tchaikovsky,
cena:"Lago ao luar",
uma pérola com outra presentear...

(Luiza Caetano e Nita V. Aguiar)




"Flores..."




Tenho saudades
quando chegavas mansinho
braçadas de flores
todas as cores
enfeitar o ninho...

Homem forte, víril
envolvia-me
percorrendo cada
trilha do meu corpo
levando-me a devaneios
inimagináveis...

Murmúrios ao ouvido,
atraia-me inexoravelmente,
aflorando sensações.
Erotismo obscuro...
Vulcão insopitável!!!
EXORBITO-ME!!!
Pétalas de rosas
vida plena...

Saudades de tudo,
emoções guardadas,
flores, amores...

(Nita V. Aguiar)



“De saudades de Luiza”

Vaguei por Caminhos minados,
lembrei do Último momento com minha mãe,
No espaço vazio Da ilusão e do amor e das borboletas,
Senti-me como um Sorriso de palhaço triste,
espalhando Farrapos de risos nas Complexidades
daqueles que vivem Idiotamente contentes...

Como pode?
Hoje e todos os dias,
Rosas são assassinadas e, ainda, dizem Ser
Sempre em nome do amor
Deixando, assim, marcas e Ecos,
Bordados no Selo do tempo...

Sou Anônimo veneziano,
sou Pássaro de fogo,
sou Rainha descalça,
Sou gaivota, sou Lisboa,
que vive às Margens
à espera deUma aleluia lusitana
para preencher oEspaço vazio
existente in My dream...

Simplesmente, Eu queria ir por aí...
Apenas, recitando Um poema de esperança,
Espantando a Canção triste de madrugar,
Brincando de poeta,
Cantando uma canção amiga,
Por que a vida é amor,
Seres humanos são pérolas,
E,Viver é lindo,
Ontem, Hoje e Neste momento,
Apesar dosSilêncios das Saudades...
(Nita V. Aguiar)



Convite

Recebi um convite (visitar Sintra),
em meio a alguns saloios,
um tomou-me pela mão,
tomada pela mão, adentrei...

Olhando para frente,
para trás ou para os lados,
de soslaio, ENCANTADA!!!

Fui abduzida ou seduzida?

Múltiplas faces da linguagem eu vi:
a "Partida de Vasco da Gama para a Índia",
"Ilha de Vera Cruz"!!!

Vi "Deusas do rio",
"Fernando pessoa e Charles Chaplin", entre outros...
pessoas usando cravos vermelhos,
"Festejando o 25 de abril no Pelourinho"...

Vi também "Demoiselles da Ericeira",
"Namoro": "Malmequer? Bem me quer?"
Com tanto "Aborto", "Filhos do acaso",
não poderia faltar uma "Prece das Noivas a Santo Antônio"!!!

Vi principalmente uma mulher autêntica!!!
Um misto de simplicidade, criticidade e criatividade...
A tristeza queres espantar?
Vá a Portugal, saborear canetada e pincelada transcendental;
lá, há alguém que arranca som do vazio das palavras
e palavras do colorido das imagens...

Côncavo ou convexo? Não sei...
Vejo beleza, filosofia, harmonia e leveza
nas pinceladas de uma mulher portuguesa.

Acaso, Caetano é patrimônio de Portugal?
Ou seria universal?

Seja no Brasil, EUA, África, Turquia,
Suíça, França, Espanha ou Bélgica...
Por onde passar, com sua arte há de encantar!!

Mulher guerreira,
que na Aldeia de Venda do Pinheiro nasceu.
Deus escuta sua prece
e Ela, sua vida escreve...

Que encanto tens tu LUIZA,
que em palavras e tintas
te eternizas?

Carinhosamente, Nita V. Aguiar






Precisa-se de poesia...

poesia para enfeitar meu caminho,
poesia para florir minha vida,
poesia para ofertar aos amigos,
poesia para tranformar destinos,
poesia para lavar a alma,
poesia para realizar desejos,
poesia para semear canção,
poesia para o mais simples alterar,
poesia para ao mar amar,
poesia para poesia...
precisa-se de poesia...

(Nita V. Aguiar)





Pesadelando"

Revirando minhas internas gavetas,
cheguei ao teu lindo nome,
minha concha, da pérola esvaziada...

Nos meus emaranhados rascunhos,
deparei-me com teu olhar de querubim,
sereno e forte como uma ventania...

Tão intensa mirada, revirou-me a alma,
fazendo-me recordar sonhos reais,
onde completo-te e ocupas-me...

Leve como uma fogosa brisa,
tuas mãos levam meu corpo ao êxtase,
exalando afrodisíaco perfume...

Sentimento extraordinariamente imensurável,
revela minha interna paisagem,
puro êxtase do meu prazer...

Sentir teu corpo junto a mim,
eleva-me estranha alegria,
pisas no chão do meu coração...

Estranhamente, não existo em mim,
desprende-se do corpo, a alma,
nela, teu nome cravado está...

Vagando pela longa madrugada,
vi tua chama quase apagada,
ressaltando o avesso de tua imagem...

Livros espalhados ao redor,
algo salgado em minha face,
acordo, mas, ainda, pesadelando estou...

(Nita V. Aguiar)




O que parece?

Pés e pernas levemente estendidos,
num movimento
suavíssimo
flutua no ar
como pétalas
de rosas,
que pertinho
não é o que é,
e sim o que
parece...
uma linda
mariposa
que pairou no
vazio do espaço,
cheirando,
sentindo,
absorvendo
cada gota
que jorra
do céu,
iluminando,
justo na hora
do crepúsculo,
os contornos
da bailarina,
ainda,
menina
...

(Nita V. Aguiar)





“Conto sem fim”

Era tarde de sábado, a comunidade estava em festa. Ela, como se quisesse apagar todas as suas ligações com o passado, caminhava entediada e solitária pelo mundo cibernético, ao qual, não tinha muita intimidade, muito menos, muito o que fazer. Apesar de ser uma linda tarde outonal, seguia cabisbaixa, desolada como os que carregam o fardo de uma vida de fibra com peso de chumbo, quando, de repente, deparou-se com alvas mãos, nelas, uma linda borboleta preta com barra prateada, que mas parecia uma renda cearense tatuada.
Nesse momento, um largo sorriso saltou e foi, aos poucos, se abrindo em sua face triste, de menina mulher, de botão em flor. Parecia inacreditável! Duas paixões em um único espaço!!! Pressentiu que algo mudaria para sempre o rumo das suas histórias. Metaforicamente, soou forte, aos seus ouvidos, o sininho do encantamento, uma doce melodia ecoou e um perfume de rosas silvestres se espalhou pelo ar. Fascinada, a alada criatura, que era extremamente tímida, sentiu que não poderia passar incólume naquele chão, não teria como desviar-se, foi pega de jeito por uma atração fatal e transcendental, teria que soltar as amarras e aportar naquele porto. Seus olhinhos, quase da cor de mel, brilhavam de tanto deslumbramento, então, vestiu-se de coragem e lançou-se com impulsiva ousadia rumo ao inevitável, e, com expressão sincera de delicadeza e satisfação, selaram aquele momento mágico com um apertado musical abraço...
Não restava dúvidas de que esse amor era realmente incondicional e que o reencontro dessas almas teria a duração da eternidade. Seres alados se reconheceram mutuamente como se houvessem esperado séculos inteiros por esse presente, chamado encontro, que ultrapassa corpo, sombra e alma, aliás, coisa rara de se encontrar. Amigas de alma, almas enamoradas, como costumam intitular esse poderoso bem, que é a mais preciosa das jóias.
Duas em uma, tão diferentes e tão iguais. Uma, suave perfume, de largo livre sorriso intenso, preciosa pedra, simultaneamente rápida, inteligente, reflexiva, amorosa, solidária, divertida. Na realidade, ternura requintada, dona de um exuberante par de olhar que falam com o brilho que reflete de si. A outra, mal ousava mostrar-se! De riso contido, entre lábios, às vezes, ave noturna e imperfeita, delicada e secreta, suavemente rústica, impulsiva e natural. A primeira, exímia cronista, a segunda, exala poesia pelos poros, ambas, um misto de tudo que compõe a outra.
Desde aquele mágico dia, nas tardes fagueiras, se encontravam todos os dias no campim purpúreo dourado, que brilhava como um farol, chamando, convidando a uma charla, onde a luz toca as montanhas e só elas sabem o segredo desse labirinto que criaram juntas. Diuturnamente, metamorfose de idéias foi-se tecendo nos seus encontros diários. Pensavam o impossível, sofismavam, inventavam palavras e jogavam com elas. Se interessam por livros, telas, flores, filosofia, arte humana, e, principalmente pelos mistérios da vida.
Além de trocarem idéias, dicas, receitas e compartilhar emoções (as mais variadas possíveis e impossíveis), já se excederam juntas, racharam sonhos, tesouros, lembranças, choros e alegria. Ambas, estão presas nas algemas desta poderosa amizade filosoficamente crítica, analítica, reflexiva, lúdica e infinita de tudo, que nem a liberdade pode separar e Freud não ousaria explicar a força desse sentimento inabalável, que preenche espaços, faz brotar sorrisos de suas ondas telepáticas e magnéticas que tende cada vez mais a crescer cosmicamente com a força do que não tem explicação.
Foram tantos encontros, tanto tocar pela força espiritual e pelo magnético poder da telepática. Até que, Agnes, decidiu enfrentar os próprios medos, sobretudo, o maior deles; o medo de voar, voar no mais amplo sentido da palavra.Com sabor de eternidade, reviveram a infância que não puderam ter juntas, brilharam livremente pelas ruas em meio à diversas paisagens, flores e borboletas, transformando fantasia em realidade. Para fazer a amiga sorrir, Aimê, até foi capaz de sambar no infinito enquanto ninguém mais sambava e todos as observavam sem compreender, como se fossem Et’s. Poderiam ser enigmáticas para alguns, não para elas mesmas. Na realidade, tinham uma mensagem a transmitir, a qual é fácil de ser captada com a leitura do texto acima e abaixo.
Mas, a vida não feita somente de flores e arco-íris. Buraco negro abre-se diante dessas aladas criaturas, e, de repente, a angústia penetra suas almas. Como se pode notar, as amigas se desentenderam, como acontece com todos que se querem bem... O resultado foi uma carência interior, um vazio existencial, muito bem retratado pela canção de Adriana Calcanhoto:

“Avião sem asa
Fogueira sem brasa
Sou eu, assim, sem você...”

Agnes, fechou os olhos, simultaneamente pôs-se a chorar e refletir sobre como era o passado antes de Aimê. Viu que no passado andava cansada de não ter amigos que compartilhassem de seus ideais e seguia questionando-se: “- De onde a gente veio? Para onde a gente vai? O que faremos?...” Pensara que viera ao mundo para ser infeliz, foi o que fizeram-na acreditar. Recordou que a vida andava sem rumo, sem a menor importância, meio perdida... até que um ser especial segurou fortemente a sua mão e lhe mostrou o mundo por outro ângulo, a fez perceber que a vida é mais simples do que imaginou, antes de conhecê-la e de conhecer a si mesma... Aimê, também chorou... e, recordou que também havia aprendido com aquela menina de olhar distante e aparentemente frágil, e, foi recordando ternura por ternura... o desabrochar natural daquele tesouro que não queria abrir mão...
ionaram, insistiram até desfazer o mal entendido e afastar todas as sombras, pois, tinham certeza que uma amizade construída com confiança, lealdade e sinceridade, jamais se desmancharia. Pois, possui uma força poderosa, um amor maior que os amores de todos os amores! Agnes, pensou: “_ Se isto que conheci e sinto agora, não for um terno amor, então, só pode ser algo sobrenatural! Descobri algo Divino, um presente dos céus, bem melhor que amar. Ambas, sentem que poderiam viver uma novela inteira, mas, estão em um conto sem fadas e uma história sem fim.
Aimê e Agnes, ressuscitam que é preciso ouvir os outros, a natureza, a vida, que é necessário observar as pequenas coisas e os seus grandes encantos, ter uma visão de vida em vida e ser tomada por ela, com alegria e fascínio, aproveitando cada segundo, fazendo o que se gosta, construindo o que se pode, sem medo de se jogar, como se jogaram, sem medo de ser feliz. Submissas sim! Mas, somente aos caprichos do coração.
Ao acordar, Agnes, descobriu que tudo não passara dum sonho, lágrimas rolaram, não queria mais acordar daquele sonho bom... a imagem, na cozinha, veio à tona. Aimê, dizia, olho no olho, à menina:”_Promete-me que será feliz? Eu, prometo que jamais a abandonarei e sempre estaremos juntas, feito asa de borboleta, sempre lado à lado.” E as duas continuaram mão na mão, viajando pela Via Láctea, flutuando nas dimensões visíveis e invisíveis extra-sensoriais da existência...
Com olhos postos nos olhos, seguiram, quase em oração, recitando Benedetti:
“... Hagamos um trato:

Yo quisiera contar com vos.
Es tan lindo saber que existes,
uno se siente vivo e cuando
digo esto, no es para que vengas
corriendo em mi auxílio.
Sino para que sepas que vos
Siempre puedes contar conmigo.”

Agora, a história de uma faz parte da história da outra. E tudo se inicia na fantasia.

(Nita V. Aguiar)



















sábado, 20 de agosto de 2011

SEMANA DE LUIZA CAETANO


TELAS E POEMAS DE LUIZA CAETANO






(Tela de Luiza Caetano- Memórias de minha aldeia)

ÀS VEZES...

Às vezes eu pinto!
Às vezes eu escrevo!
Às vezes... arrisco!
Pisando o risco

às vezes eu Amo...
Outras... Odeio!

Às vezes, eu bebo
o néctar dos Deuses!
outras
provo
o amargo fel!

às vezes sou agri - doce
outras vezes...
sou quase mel!

Sou
de mim... o senhor
Escravo e Rei

Verso e reverso
Alma e sexo!

Dona de mim!
Sim, eu sei
que, às vezes
Eu,
Não vou por aí!

lc

(Luiza Caetano)




(Tela de Luiza Caetano- "A Distância")



NASCIDA A 21 DE JUNHO

"Ela é livre e ser livre a faz brilhar
Ela é filha da terra céu e mar"

Filha do vento também
e
do ventre de minha mãe
sou
calceteira do tempo
inventora de templos
de sonhos e de fétiches
jogo as cartas com o diabo
ando de braço dado com Deus

sou
a irmã de Vocês
nas esquinas
da Rua do Off

nos pincéis
e
nas palavras
nos versos
e
nos reversos
sou o avesso
do direito
expontânea
daquele jeito...

(Luiza Caetano)




(Tela de Luiza Caetano- "Alentejo")

O MEU PAÍS TAMBÉM É A TUA PÁTRIA

O
Meu País
tem um Sol
pendurado
em cada janela,

Um imenso SOL AMARELO
jorrando
lágrimas
de esperança

O meu País
é uma Criança!

Acabada de nascer
tem um coração
do tamanho do mundo

Onde
tu cabes!
e
Tu!
e
Tu!

Tem uns braços
de afagos mil
pintados
de vermelho e verde

Meu País
é de ABRIL

onde a Primavera
é um colo
que te espera.

Porque esperas?

Vem!
lc

(Luiza Caetano)



(Tela de Luiza Caetano- "SAUDADES")



SAUDADES

Guardo
nas minhas mãos
o calor das tuas,

A magia
desse olhar
perdido no meu!

O cálice
da tua boca
bebendo na minha,

o cristal
das tuas palavras
no Céu do meu sonhar,

Guardo,
ciosamente
Meu Amor,
cada momento
feito de tudos
e de nadas
de risos e de espanto

Bebo
a espuma da saudade
e o pranto

Todos os dias
de te lembrar...

Todos os dias!
Todos os dias!

lc/17/08/2006

(Luiza Caetano)




"SAUDAÇÃO "

Tanto eu te queria dizer
Tanto que esqueci de falar
Nesta razão de ser
Nesta aventura de estar

Nesta estrada de te conhecer
e por aqui te encontrar

Até que esqueci as distâncias
e
Fiz da palavra uma ponte de abraços.

Com Carinho
De Luiza Caetano



(Tela de Luiza Caetano-"Lisboa no espelho do Tejo")


VERSOS NA AREIA
Escrevo versos na areia
bordados a ponto de luz
canções que o vento leva
 
palavras cruzadas de amor
cantadas a ponto de cruz
 
selo sem marca d`àgua
tormento que me seduz
 
Morro na praia dos sonhos
entre a cruz e a luz, embalada
entre a mágoa e a saudade
Uma imagem desenhada


LUIZA CAETANO



" PONTES"

Do lado esquerdo da vida
há uma ponte que te segue
Apenas metade de inteira
porque a outra, talvez perdida

te pressegue na margem direita

braço estendido no horizonte
dolorido de tanta esperança
ferindo o espaço e a fonte
onde o desejo te espreita

e a sede não te alcança.

LuizaCaetano
Agosto 2010



(Tela de Luiza Caetano- "Mulher de Vermelho passeando com seu cachorro")


"INTERROGAÇÕES AO CAIR DA NOITE"

Seria eu a fruta
grávida de teu caroço?

ou a morada interior de tua luz ?

a barca perdida dos teus sonhos?

ou a criança fascinada por nascer?

A corda do violino
ou o coração da guitarra
numa canção por inventar?

ou, simplesmente
uma semente derramada
entre fugas e vertigens
num regresso
uterino às origens?

LuizaCaetano
Setembro2010




"MOMENTOS ÓRFÃOS"

Sofrem os que dizem adeus na cadência das ausências.
Os que partem e os que ficam numa amálgama
de cristais rasgando a pele da alma.

Fica depois a saudade como um castigo divino.
Nostalgia violenta-sedenta ou a dor etérea e quase imoral
dum parto órfão.


Setembro 2010
LuizaCaetano





S O N O "

Na sedução do sono
existe um quê de esquecimento,
um inerte abandono de viagem sem fronteiras
como asas intemporais
de algum eterno momento.

...Como morrer e, evadida
perder a noção de estar e de ser
nesse imenso palco de espelhos
que é a puta desta vida.

LuizaCaetano
2010/07/05



(Tela de Luiza Caetano- "BONJOUR")


E S P E R A"

Espera,
tenho ainda lá fora
om Sol a cantar dentro de mim
ou,
uma canção de esperança
escrita com os dedos da alma
onde o príncipio nunca tem fim

LuizaCaetano
Julho 2010



CLUBE DOS POETAS ESQUECIDOS

(ou assédio...)

São arrebanhados a monte
aqui, ali e acolá
quantos mais melhor!

Poetas, prosadores,
analfabectos e plagiadores

Da diáfana palavra
gente muito ufana
Quantos mais melhor,
Olha a fonte! Olha a grana!

Lá onde Deus
esqueceu a pena e o poema

a promessa antológica
e o pretexto
dos poemas nunca lidos
ou o texto da obra
em nome
dos (verdadeiros)
POETAS ESQUECIDOS

luizacaetano



"ELEGIA DO TEMPO"

Tanta emoção assassinada
no calendário aonde
o meu tempo fatalmente
se encolhe,

Tantas enrugadas raízes
deslizando em minhas mãos!


Devolve-me o rosto daquela Primavera
de jasmins em floração!

As cartas, os encontros
e os cabelos felizes
que a minha ternura penteava!

o fulgor do trigo
onde me contavas segredos.

Tanta emoção assassinada
entre túneis e mêdos
onde os pássaros
ainda se aventuram a voar

LuizaCaetano





..."RAZÃO DE POETA"

Me disseste um dia
que tu eras
a razão do poeta!
Quão sublime razão
para o não!
se, na alma de cada poema
não existisse a dor e a pena
como cruel e suícida aguilhão
Ou,
como se não fosses tu
da sua vida toda a razão!
Setembro 2010



"TOQUE DE REBATE"

Longuínqua nota de violinos
suave,
suavemente como sinos

ecos remotos da tua voz
perdida algures
no vento da memória

Deixo meu verso à deriva
desse calendário sem história

entre o limbo da morte e da vida
entre os olhos d`água e de mágoa

Longuínqua nota de violinos
suave,
suavemente como sinos

Novembro/2010
LuizaCaetano




" IN REVERSOS"

Aconteceste em minha vida
como lua cheia em noites de prata
e os dias se preencheram de promessas
selvagens como o uivo dos lobos.

Partilhei as tuas lágrimas,
as tuas dores e os teus risos.

Partilhaste os meus sonhos, desenganos e ilusões

Subitamente
as minhas horas ficaram cheias de nada
povoadas de fantasmas e decepções

Entre o Não e entre o Sim
Uma palavra! Apenas uma palavra
en FIM...
sem gestos ou patéticos adeuses
no cais dos acenos inúteis.

Algures, a saudade é uma lâmina aguda
dilacerando o coração dos pássaros.

LuizaCaetano2010




" OLVIDAR"

Já esqueci as palavras
e dos gestos apenas
as penas
tais como restos
onde o frio adormece.

Já esqueci os apelos
e as secretas alegrias
por entre os escombros do tempo

me sento à beira dos dias
como se fosse de um precipício

lavando as tatuagens
qual indício ou escória
que por tanto as lavar
quase me sangram a memória.

LuizaCaetano




"GESTOS"

Na paleta do poeta
as cores desse gesto

apanhado pela corrente
duma rudeza agressiva

Gesto impuro
cheirando a resto
de quem foge,
cospe e se altiva...

Por onde vais
pé-ante-pé
como quem
perdeu a fé?

Já não há gesto nem resto.

Porque eu não te procuro mais

Luiza Caetano




INTEMPORALIDADES III


Me resta apenas...
deitar sobre cardos e silvas
e,
no odor das giestas
sangrar toda a minha emoção.

Luiza Caetano




INTEMPORALIDADE II
"REQUIEM PARA UM REVEILLÓN"


Quero romper a noite com beijos
entre as estrelas
e a cumplicidade do mar

Sentir que um ano se desfaz
entre outro que vai nascer
no rasto brilhante de Iemanjá

Viver a aventura do instante
ou
a eternidade desenhada
entre a cruzada magia dos fogos

Vibrar nos teus braços
a alegria de mil danças
entre ritmos e abraços

Que,
a ventura da felicidade Deus a dá
na mesma medida que os espaços
nos torturam em saudade.

LuizaCaetano





"INTEMPORALIDADE I"

E...
no deserto dos homens
estrangulados pela rotina
é a ti, só a ti
que eu vejo
é a ti, só a ti
que desejo!

Como se no ápice dum instante
possuísse todo o futuro

Junto a ti,
agarrei a alegria do sol
e o fruir salgado do mar
enquanto,
com os olhos cansados de te sonhar
chorei a ausência das pontes,
a incomunicabilidade
e a solidão
que em mim se instalaram
como as garras absurdas da morte

LuizaCaetano
Setembro 2010




RAZÃO DE POETA"

Me disseste um dia
que tu eras
a razão do poeta!

Quão sublime razão
para o não!

se,
na alma de cada poema
não existisse a pena e a dor
como cruel e suícida aguilhão

Ou,
como se não fosses tu
da sua vida toda a razão!

Setembro 2010
LuizaCaetano





"MEU PENSAMENTO DE HOJE"

Lento, tão lento é o tempo
que doloroso se escoa
por entre as frinchas
desse calendário adverso

Entre ti e entre mim
apenas o verso
ou o reverso
dum inalterável sentimento

LuizaCaetanoJulho2010





"E S P E R A"

Espera,
tenho ainda lá fora
om Sol a cantar dentro de mim
ou,
uma canção de esperança
escrita com os dedos da alma
onde o príncipio nunca tem fim

LuizaCaetano




"PORQUE É NATAL"


Um pássaro por amanhecer
anunciando em sinfonia
um Menino-Deus por nascer

Era apenas uma cabana
encostada na noite fria

Um Pai! Uma Mãe!
Espírito Santo!

consagradamente
mistério! Caminho e Destino

Entre Deus, o Homem
e esse Menino

A Paz!
A Guerra
e
o Pranto...


(LuizaCaetano )




"Falácias"

O leme da minha barca
sou eu quem conduz
entre mares e marés,
em corpo, em alma
ou em cruz.

Em liberdade a navego
como um piano tocado!
Uma Quinta Sinfonia
ou
um Fado mal mandado.

Não me privem
dos meus mastros
nem da exígua ventania

Me dóiem os silêncios
calcinados sem alegria!

As falácias cansadas
a tocar a histeria!

É no alto
das falésias
que eu continuo
a cantar!


LuizaCaetano
Outubro2008




"P I N T U R A"

Com estas minhas mãos
queria em teu corpo pintar
a eternidade deste amor

Bordá-lo de luar e de pérolas
de rosas em cama de mato

arranhado em cada beijo
sobre os ombros o desejo
lancinante da cintura

entre vagens traçar o trigo
viçoso do Verão passado

que o celeiro já espera
as margens do teu rio
para habitar a Primavera

LuizaCaetano




"DESPERTAR"

Súbitamente
um pedaço de lua
acordou
o meu corpo noturno do sonho!

Agora
eu já sei como nasce a alegria
que desliza entre o vento
como barcos de papel

ou como a tristeza
que te cerra os dentes
num grito calado
feito eco chorado de riso
como os palhaços

Entre um e outro
sentimento

um pássaro
corta o espaço

com saudades do céu

LuizaCaetano




PALAVRAS

Palavras são como hinos
feitos poemas!

São emblemas
estandartes da emoção
todos os dias castradas
com ou sem razão!

Há um silêncio de catedral
em cada palavra
esculpida de riso e de lágrimas
quando a manhã acorda
despenteada pelo vento,

Como se o sonho
despertasse o espanto
ferido no limiar de cada manhã.

Enquanto elas,
as palavras
doem na fronteira
das limitações
como estilhaços
ou poeira vã.

LuizaCaetano




No quintal do meu inconsciente
estão ainda por dizer
as palavras e as confidências
do tempo em que era possível
brincar sonhos sem cadeados

Lá onde a liberdade
era uma cálida festa de Verão
e a emoção se soltava
impetuosa de nossos dedos

Havia pólen nas tuas mãos
que o tempo espalhou no vento
temo o fisco da morte
degrau a degrau e tão lento
como a eternidade
olvidada em qualquer momento

Apenas e... indelevelmente.


LuizaCaetano




"CONCEPÇÃO"

O gesto que amasso
no barro das minhas mãos

emoção, dor e espaço
esventrando a praia-mar
gritada de silêncio

Os astros e as vozes
calando o verbo
que em tempos foi verso
no beiral das minhas janelas

A raíz ainda perfura
a terra e as flores
brotam vermelhas
como morangos

percorro as formas
lambendo o barro

num gesto que consinto
num sentimento que foi

Algures, a lua arranha
este momento em que
sinceramente
confesso que minto.

Luiza Caetano




"MELANCOLIA"
Meu regaço está vazio

duma eternidade por preencher
Que fazer
com esta solidão?
Que fazer
com esta saudade?
Que fazer
com este amor?
Ensina-me as lágrimas!
Explode-me o vulcão
aglutinadamente calado
como um punhal extenuado!
Devolve-me a paz
desta ferida melancolia.
Porque
onde jaz a rosa,
se ausenta a alegria.

Luiza Caetano


(Tela de Luiza Caetano- "Uma canção de Amor")


"CÂNTICO AO AMOR"

Quero
cânticos como risos de criança,

pingos de luar
ou
pedaços de sol
ferindo em jorros
a fome de luz
que na alma carrego
em forma de cruz.

Quero
a quinta sinfonia
num bailado fantástico
e a alegria
mormurante das fontes
da minha aldeia.

Quero um rio!
Quero um mar
ou
um corpo deslizante

Impaciente
espero esse dia

Meus pés
descalços na areia
pura ressonância de alegria.

LuizaCaetano




Sou o chão da tua raíz!
Não me pises
meu amor! Sou o tronco dos teus abraços!
Não os deixes cair por favor!! Sou o lenço
das tuas pétalas não despedaçes a flor!
Sou a noite! sou o dia! sou um chão
de terra fria! Sou o mel! sou o fel! Sou o
sabor dos teus beijos Uma rosa perdida
no jardim dos teus sentidos Sou um
gesto por definir na baínha dos desejos.”

LuizaCaetano




"Vens"
como um delírio vermelho
que me rouba as palavras
...e a matriz da verdade
num rumor de cadeias
Como se não me fosse
consentido
o revoltado grito
e a irreverência das palavras
Repetem-se os gestos rotinados
e o nácar nas bocas alheias
alucinadas em seus espelhos
tecidos de monotonia
Quisera reinventar-te, poesia
com o sangue das rosas vermelhas
e o profundo rumor da alegria"

Luiza Caetano




"MOMENTOS ÓRFÃOS"

Sofrem os que dizem adeus na cadência das ausências.
Os que partem e os que ficam numa amálgama
de cristais rasgando a pele da alma.

Fica depois a saudade como um castigo divino.
Nostalgia violenta-sedenta ou a dor etérea e quase imoral
dum parto órfão.


Setembro 2010
LuizaCaetano




ENCONTRO

As mãos nas mãos
dessa primeira vez

como música
no interior das veias
dum silêncio nervoso
e perturbado

Entremeias à beira mar
dum mar quase anoitecido,

mãos nas mãos
como se mal tivesse nascido.

As palavras quase a medo
murmuradas
na atlântica capela sistina

entre os lábios do mar
e a sina da maré cheia

Mãos nas mãos,
surpreendemos a areia
numa prece de rezar

Luiza Caetano





(Tela de Luiza Caetano- "Family in Carcavelos")






Respeitem os direitos autorais.

Plágio é crime.

Não copie nem distribua sem dar os devidos créditos ao autor


POEMAS E TELAS DE LUIZA CAETANO




Nascida na aldeia de Venda do Pinheiro, em Mafra, perto de Lisboa, em 1946, Luiza teve uma infância pobre semelhante a de muitas mulheres da região, habitada por pessoas pouco letradas. No entanto, foi nesse universo que viu imagens que cristalizaria mais tarde em quadros, como Aldeia saloia, Burro saloio ou Festas da minha aldeia.

Luiza, que se define "órfã de pais, filhos e maridos", começou a trabalhar numa usina de tecelagem, como operária, aos 11 anos de idade. Aos 18 anos, mudou para Lisboa. Passou a viver então a rotina de trabalhar durante o dia e estudar à noite. Formou-se assim em Filosofia e começou a escrever poemas e contos, publicando alguns em jornais.

Material para isso não faltava à observadora e inquieta Luiza, que viajou por Ásia, Europa, México e Índias, de avião, de carona, enfim, da forma que conseguia. Nesse período desenvolveu também o amor pela pintura. Começou então a freqüentar exposições e a pensar em desenhar algo, mesmo sem ter cursado qualquer academia de arte, fato que a caracteriza como autêntica naïf.

Em 1988, ocorreu o grande estalo. Luiza comprou pincéis, tintas e telas. "Comecei a borrar tudo quanto me rodeava", conta. O resultado chamou a atenção de um amigo pintor, que levou suas telas para a Galeria de Arte do Casino Estoril, prestigiado espaço português situado num complexo tipo Las Vegas.




Luiza foi aceita no Salão Naïf local, realizado anualmente e considerado um dos melhores da Europa, e começou uma carreira que hoje inclui exposições em Portugal e no exterior, principalmente Espanha, França, Alemanha, Cabo Verde, Bélgica, EUA e Brasil, além de integrar importantes acervos internacionais e de ter participado da fundação em 1989, da Associação de Pintores Primitivos Modernos de Portugal .

Luiza integrou ainda a exposição inaugural do Museu de Arte Primitiva Moderna de Guimarães, em Portugal, com dois quadros bem distintos: um paradisíaco Adão e Eva perante a maça do pecado e uma visão da Ponte 25 de abril com uma cruz inclinada como a abençoar o rio Tejo. Essa pequena intromissão do fantástico na tela dá um charme todo especial ao trabalho de Luiza e a destaca no panorama dos naïfs portugueses.

Premiada pela Embaixada de Portugal em Cabo Verde, em 1996, e no XVII Salão de Arte Naïf, Galeria do casino Estoril, em1997, Luiza não hesita em definir o trabalho que faz. "Pintar representa um escape onde liberto as tensões e o estresse do dia-a-dia, onde cristalizo algumas emoções e recordações. A pintura veio substituir a necessidade que tinha de escrever e, de fato, desde que pinto, não consegui escrever mais poesia ou contos", afirma. Ela até arrisca uma explicação para isso: "Trabalho nos escritórios de uma grande multinacional, a Renault, onde as minhas funções incluem exatamente por passar o dia a escrever."

Entre os pintores que a motivam a seguir em frente com seu ofíciode pintora, Luiza destaca Henri Rousseau, o pai dos naïfs; Frida Khalo e Diego Rivera, que já pintou juntos; além do colombiano Botero e da brasileira Tarsila do Amaral. Na poesia, cita Manuel Bandeira, Florbela Espanca, Eugênio de Andrade e Fernando Pessoa, a quem também já retratou ao lado de Charles Chaplin, em frente ao célebre Café Lisboa.

Entre os escritores, há uma interessante preferência pelos grandes mestres do realismo fantástico, como Kafka e Gabriel García Márquez, além do conterrâneo José Saramago. Suas telas, em certo aspecto, às vezes se aproximam dessa tendência, pois, embora partam de situações cotidianas sempre tem algum elemento, por menor que seja, de irrealidade, que atribui alguma simbologia à tela.

Esse recurso se torna mais evidente no tratamento que a artista portuguesa dá às proporções, como ocorre, por exemplo, no quadro O Fado – Homenagem a Amália Rodrigues, em que a grande cantora de fado é mostrada quatro vezes maior do que os espectadores do seu show e os músicos que a acompanham, além das presenças significativas e misteriosas, nos azulejos das paredes da casa de fado, de Santo Antônio de Lisboa e de Fernando Pessoa.

Além das aldeias e cenas saloias já mencionadas, Luiza pinta recantos de Portugal, como Guimarães – Música na Praça da Oliveira e Cegonhas brancas no Castelo de Arraiolos. A história de Portugal também comparece em seus trabalhos, merecendo destaque a tela Festejando o 25 de abril no Pelourinho. Homens, mulheres e crianças dançam e cantam, todos com os tradicionais cravos vermelhos que coroaram a democracia lusa.
Quadros como Partida de Vasco de Gama para a Índia, que exalta o empreendimento marítimo luso, Terras de Vera Cruz, em que as praias brasileiras aparecem como locais paradisíacos, com coqueiros, aves e ondas calmas, e Sermão do Padre Antônio Vieira aos índios do Brasil, marcado pela presença de araras coloridas que contrastam com as velas brancas das caravelas portuguesas, confirmam a preocupação da artista com as raízes portuguesas.

Em outubro último, quando esteve no Brasil para a abertura da exposição Naïfs Portugueses Redescobrem o Brasil, o cônsul da Suíça no Rio de Janeiro pediu que ela pintasse uma tela relativa aos descobrimentos portugueses, com as caravelas chegando ao Brasil, baseado justamente em quadros da artistas sobre essas temática.

Luiza relutou, mas aceitou a tarefa. "É difícil para mim trabalhar por encomenda, mas vou recriar o tema. Gosto muito de desafios ", declarou. Seguramente ela não terá dificuldades, pois em telas como Va, pensiero e Deusas do rio a relação entre embarcações e a água é tratada com simplicidade e toques de criatividade.

O ecletismo dos temas de Luiza assombra pela diversidade. Se as festas populares de Lisboa, no conhecido bairro da Alfama, não podiam faltar numa autêntica pintora lusa, como ocorre em Prece das noivas a Santo Antônio; o universo agrário, quando presente, geralmente também é mostrado em cenas alegres, como Apanhadores de melão ou Apanhando tomate, alem de um coloridíssimo Homem de malmequeres, vendendo suas flores em uma rua no centro do quadro. Ao fundo, centenas de pequenas manchas de diversas tonalidades, indicando os mais variados tipos de plantações.

Há ainda A orgia do vinho, em que homens e mulheres aparecem tocando instrumentos e pisando uvas. Na parte superior do quadro, moinhos de vento dão harmonia à cena e, à direita, um senhor de smoking bebe, imerso em luxo, o resultado do árduo trabalho dos camponeses.


Também há cenas mais românticas, como Namoro, em meio a um campo todo florido, ou uma moça sozinha num campo igualmente paradisíaco, em Malmequer... Bem me quer, mas a força maior de Luiza parece estar justamente na forma original que mostra o cotidiano da vida saloia. As imagens surgem com naturalidade, sem afetação, encantando à primeira vista.

Observar atentamente as telas de Luiza Caetano é um descanso para os olhos. Olhar as imagens que nos oferece constitui não só uma visita a Portugal, mas, acima de tudo, um mergulho num universo de pinceladas precisas e decididas que dão aos seus quadros uma dimensão universal, colocando-a entre as principais expressões da pintura naïf em âmbito mundial, já que, a artista consegue extrair aquilo que há de universal na vida saloia portuguesa.



(MATÉRIA ESCRITA POR :
Oscar D’Ambrosio é jornalista, crítico de arte e autor de: Os pincéis de Deus:
vida e obra do pintor naïf Waldomiro de Deus (Editora UNESP).



































segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Nita V. Aguiar



(Foto: a autora Nita.V.Aguiar)





Não me deixe esperando

quebre as correntes,
corra ao meu encontro,
o espero no antigo quarto vazio,
onde as palavras ficaram congeladas...

Não espere que algo possa acontecer.
Corra.

Quero sentir arrepios,
quero sentir-me viva,
quero sonhar,
quero um olhar romântico,
quero a alegria do corpo,
quero que me impressione,
quero amor sem fim,
quero entender-te nas entrelinhas,
quero-te em mim.

Não me deixe esperando.

01/08/2011 – Nita V. Aguiar

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Marta Peres


(Imagem internet)




Fada do Meu Jardim

Das fadas do meu jardim, a mais bela entre todas é você, que me deu a mão quando precisei, que deixou jorrar do coração um amor incondicional e infinito.
Você soube conquistar com este seu jeitinho de carinho e doação, com sua inigualável compreensão, seu olhar falou ao coração.
Destilou mel de suas entranhas, encantou com o sorriso, sua candura foi artífice tirado do fundo do coração de mãe.

Marta Peres

Leninha- Solzinho


(Imagem internet)


Eu sou de outra era,
de outro tempo,
e aqui quando passo ,
reconheço lugares,
almas,energias,

e quero levar comigo...
a lembrança,
a alegria,o calor do olhar...

A saudade é um sentimento esquisito ,
quer dizer /aconteceu...

lembro de ontem,
porem não posso parar,
se voltarmos,será inútil...
todos estes,
são passos passados...

Quero seguir,
e lá sim ficar,
frente a si,

sentir a brisa ,
reconhecer ...

é este o perfume!

Fechar os olhos,
ouvir...
a mim harpas ...alegria,

e a voz...
Que junta,
ela soma...
todas minhas vidas,

pude vê-las,
não vi só a mim...
eu não estava só!

L.SOL

Lúcia Polonio


(Imagem da internet)



Sentimentos

Essa dor que não cessa,
que fere, sangra e sufoca.
Essa saudade que chega,
cresce e quer ficar.
Essa mágoa guardada
em meu peito
é uma paixão entranhada
em meu ser.
Essa tristeza na alma contida
que não quer passar.
Então grito,
choro e calo...
E no meu silêncio
te encontro...
E começa tudo outra vez.

Lúcia Polonio

Hortência Lopes

(imagem google)







Deus em ti é louvado

Vem comigo caminhar fazer um belo passeio
Ouvir dos pássaros o gorjeio.
Conversar num clima de descontração.
E escutar a batida do emocionado coração!
Vem dividir essa sua magia
Partilhar sua alegria.
Chega perto me deixe ver seus olhos;
São lindos! E que brilho!

É de um brilho fatal
Como astro de luz própria natural.
Nasceu iluminado e majestoso.
Reflete nos olhos o coração bondoso!
Sua marca é registrada no céu pelos anjos
Protege-te e outorga teu desejo.
É jóia de grande valor uma mina;
Assim o caráter determina!

A postura encerra benevolência e amor
Estrato do maior bem interior.
Focaliza seus formosos predicados;
E Deus em ti é louvado!
Vem presentear o teu coração.
A amizade no calor aconchegante da emoção.
Um fabuloso e autêntico sentimento de amor.
Registra tua história de vida, um exemplo de grande valor!

Hortência Lopes

Hortência Lopes

(imagem google)







Deus em ti é louvado

Vem comigo caminhar fazer um belo passeio
Ouvir dos pássaros o gorjeio.
Conversar num clima de descontração.
E escutar a batida do emocionado coração!
Vem dividir essa sua magia
Partilhar sua alegria.
Chega perto me deixe ver seus olhos;
São lindos! E que brilho!

É de um brilho fatal
Como astro de luz própria natural.
Nasceu iluminado e majestoso.
Reflete nos olhos o coração bondoso!
Sua marca é registrada no céu pelos anjos
Protege-te e outorga teu desejo.
É jóia de grande valor uma mina;
Assim o caráter determina!

A postura encerra benevolência e amor
Estrato do maior bem interior.
Focaliza seus formosos predicados;
E Deus em ti é louvado!
Vem presentear o teu coração.
A amizade no calor aconchegante da emoção.
Um fabuloso e autêntico sentimento de amor.
Registra tua história de vida, um exemplo de grande valor!

Hortência Lopes

sexta-feira, 24 de junho de 2011

LUIZA CAETANO







"RELÓGIO DO TEMPO"

Tenho um relógio em cada gesto
marcando o tempo e a eternidade.

...Não!
não tenho data nem idade.
Sou apenas contemporânea
deste momento e a verdade
é que já fui rainha de cada instante,
fui amante do vento e irmã renegada
duma revolução em espera,
talvez,
capa de calendário
de alguma Primavera.

Ah!
mas nem o vinho regressa
á boca onde foi festa,
nem a água dos rios a seus leito

Luiza Caetano




‎"D O L O R E S REMEMBER?)"

Existem muitas flores
mascaradas de girassol,

Muitas faces
ocultas
nacaradas de Pierrot

Ah, mas eu sou
a minha e a tua pátria
onde canta um peito aberto ao vento

onde as palavras,
por vezes rudes, são libertas
numa carícia de leite entornado
num cantar-te um carinho ou um fado

Livre entre o riso quebrado
no gume do que deseja ou não quer,

Para essa mulher
minha amiga do peito

Uma arca de trigo! Um celeiro
Uma irmã de coração, um verso
uma lágrima! Um riso ou uma flor
Um terço rezado na distância

LuizaCaetano (Ontem y siempre)

sexta-feira, 17 de junho de 2011

LUIZA CAETANO


( Foto Luiza Caetano)




"PRESENTE"

Não há promessas
nem futuro
entre nós.

Apenas o presente
.
Nada de compromissos,
apenas uma dádiva gratuíta
que nada espera, nada exige.

Não há projetos em comum,
somos apenas duas pessoas
que quase se desconhecem
e, por instantes se encontram
na vertigem do presente.

LuizaCaetano






"PARA NÃO DIZER ADEUS"

Apenas mais uma palavra
declinadamente nua
me despedindo da lua
lhe devolver o sangue,
os morangos não colhidos
e a gémea confluência
da memória dos sentidos

LuizaCaetano





ROUBAR-TE

Quero roubar teus olhos
cor de mel,
pintá-los de violinos
e escutar neles
o som dos deuses
avé-Marias e sinos
na catedral do coração

Prendo teus pulsos finos
algemados em meu corpo
e teus cabelos cheiros.

Respirar a lua e a noite
pura evasão dos sentidos


LuizaCaetano





NA GRÉCIA

De novo nasceremos
sob as ruínas azuis de Creta
ou em Lesbos
onde Safo
partilhou Baco
e o néctar dos deuses

Renasceremos
nos gestos e no amor
dum amor inalterável,

nos jardins suspensos
ou nas grutas
do minotauro

Renasceremos
intensos e imensos
e gloriosos

entre os contornos
do mar e da noite
sob as ruínas azuis de Creta

LuizaCaetano




FELICIDADE


A vida é sonho
e sombra e sal
que incansavelmente
perseguimos.

Pelo sonho choramos
e por ele sorrimos
quebrando a rotina dos dias
nesse rio interior de cristal
a que chamamos felicidade
inebriada de jasmim

Só a memória mais tarde
se esgota num tempo sem fim

LuizaCaetano



"EXCESSIVAMENTE"

Eu quiz uma sinfonia
de Mozart ou de Litz,

um violino no telhado
de meu coração,

um lenço branco de brocado
ou a emoção
na matriz da orgia prometida
opulência sentida e insana
como a dor imensa e divina
nascida nos Carmina Burana

Mas todo o excesso é tão pouco
que sózinha me toquei e me perdi
enleada na solidão de meu corpo

LuizaCaetano



"INSTANTES"

Entre instantes
cansados
e
sem destino
a saudade
navega
por dentro do tempo

e
no cais
onde os adeuses
se esqueceram
de acenar,

os pássaros
esperam asas
para voar.

LuizaCaetano

JOSÉ BONIFÁCIO


(imagem by google)

044 AOS MEUS OLHOS

Aos meus olhos
Como você é agradável,
Delicada e formidável,
Ao enfeitar os meus molhos!

Ah, aos meus olhos
Como você é amável,
Para se viver um amor
insofismável,
Nos tapetes dos assoalhos!

Na restinga vou permanecer,
Vislumbrando o horizonte
Em telúrica ação!

Tendo os seus lábios como fonte
De o meu bendito querer.
E amar-te com carinho e emoção!

José Bonifácio - 18 Jan 2009

Publicado em Recanto das Letras: 18 Jan 2009
Código do texto: T1399327
Copyright 2009

LENINHA - SOLZINHO


(...) a linha dourada,
que encosta no vinho,
e se afoga no mar,
na teimosia de ir-se embora...

Tal elo,
vê-se as mãos,
que seguram o tempo,

um pouco mais dos sentidos vivos,
vislumbrando o sonho,
outra pagina,
juras de eternidade.

E assim ,
o Sol adormece de novo.


L.Sol
(imagem by google)



SOLTO AS AMARRAS

Brindo a alegria em taças
comemoro a libertação,
do sentimento arraigado
aderente ao meu coração.

Solto as amarras entranhadas
que em soluço, aliviam a alma
busco a saída encoberta
retiro o véu, na descoberta.

Expurgo o fel em demasia
rebusco o céu, da sabedoria
entranho o eu com maestria
a minha orquestra, rejo sozinha.

AMARILIS PAZINI AIRESote>

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Melissa Andrade

(imagem by google)



SEU SORRISO!

Seu sorriso que me tira o ar
me transporta para o infinito
que me
faz andar nas nuvens
em um doce e gostoso delírio...

Ah ...
sorriso maroto, malicioso
carregado de convites excitantes
cada
sorriso que voce abre
borbulham meus hormônios inquietantes!

Pensa
bem rapaz do sorriso lindo ...
você me vira a cabeça, me revira ao
avesso
em cada sorriso seu
sinto no corpo o gosto do seu beijo

Sorriso
carregado de malícia
vai descortinando meus segrêdos
fico a mercê
das minhas fantasias
despertada por um doido desejo ...

By
Melissa

domingo, 5 de junho de 2011

Leninha-Sol


Ave dourada

quis te contar o mundo inteiro...
sem como,bebi ,

sugando delicadamente,
sem quebrar o encanto,
pra te oferecer,

juntei nos braços o que pude,
como se fossem flores ,
de pétalas diversas,

Quis te contar,
e te dar o mundo,

e quando viestes
bastou o meu olhar,
reciclado,diamante!

L.SOL

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Maria Mendes














Andarilho Solitário

De: Maria Mendes

O desfalecimento do corpo, alma presente
No mais eminente dos pensamentos
Ficou a devastação de emoções em fragmentos
O que procurava nas profundezas da alma?
Inebriante estado de euforia, lembranças vazias
O físico inerte adormecido, estado de observação
Um caminhante que mergulha nos mananciais da sensibilidade
Tenta voar nas asas da imaginação
Um andarilho nas vielas do seu próprio ser
Que caminha na superfície da sua própria existência
Do que adianta acordar se permanece dormindo?
Olhos abertos, a consciência em sono profundo
A miserabilidade da mente adormecida
Abrem feridas incuráveis pelo tempo
No espaço intransponível das emoções
O homo sapiens não pode viver na
Superfície sem ter ido ao encontro do seu “EU”.




(respeitem os direitos autorais)








Fragilidade disfarçada


De: Maria Mendes


Sem razão da inquietação
Impressionante casualidade
Imensidão comovente no olhar
Desnudando a expressão de dor
Descortinando a melancolia
A fragilidade disfarçando no semblante
Sensibilidade notada entre olhares
Diálogo sem palavras
Encontro já marcado?
Ou talvez a soberania da fantasia
O encanto, a grandeza da alma
Na delicadeza desabrochada
O veterano e a principiante
Contagiante a singularidade
Deixando transparecer a dualidade
Duas gerações em harmonia rara
A observação em constante mutação
Há momentos na vida que é melhor sonhar
Dar valor as pequenas coisas, deixar a vida passar
Encontramos pessoas inesquecíveis
De uma cumplicidade que ninguém poderia explicar
Leveza dos pensamentos, enriquecendo o conhecimento
Esta energia que tanto nos contagia
O amor de uma amizade não tem prazo de validade
Que sejamos amigos por toda eternidade.