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quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Luiza Caetano - Pensamentos Poemas e ....

Os teus lábios
cerzidos na distância

são escarpas laminadas
na minha saudade...



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Neste íntimo torpor
em que tudo parece ser,
a vida se esbate
num fingimento de existir
Tudo de belo á nossa volta
é poalha de sonho ou ilusão...









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Nem sempre quem escreve a beleza, sabe
encontrar a felicidade...                                                  

















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Quero 
a quinta sinfonia
num bailado fantástico
e a alegria 
murmurante das fontes
e dos moinhos da minha aldeia...                                               











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Minha música
em altar de templo pagão
reza aos deuses                                                             
os quais
como majestades
de pedra
Jazem esquecidos
e sem emoção...




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Deixa-me um sinal
pressentido
entre o vácuo e o manto!
ou o mar!
ou o vento!
ou as velas do meu barco
parado algures
no inevitável
porto das esperas...        







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               Lá fora a água corre
descalça
em avenidas molhadas
ultrapassando as margens
despedaçando as pontes

Destruindo os rios
que pouco a pouco
me ligavam ao cais

Já nem sei se foi o cais
que partiu,
ou se fui eu                    
quem dele fugiu...                                                                                                          


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Poemas, pensamentos e quadros de Luiza Caetano.
Todos os direitos autorais da autora.
Se compartilhar, coloque os créditos.
Plágio é crime. 

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Luiza Caetano - Pensamentos

Tela de Luiza Caetano.




Existem dois planos no mundo terreno.
Por vezes podemos ausentar-nos do nosso corpo. É quando nos tornamos invisiveis para o mundo...

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Quando os sonhos eram habitados 
numa casinha à beira mar
onde plantados,
os jasmins eram de amar...

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Deixo-te o mar e todos os sonhos
que me brotaram dos dedos 
feitos de Amor e de Adeuses...

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O vento na sua mortalha,
jaz debaixo do céu
aprisionado como uma muralha...

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O silêncio quando não acontece por acidente
é tão impenetrável como a treva e tão isento
como coisa nenhuma...

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Tela de Luiza Caetano.


O tejo bordeja ao fundo
em fulva tarde de ouro
púrpura nave de cal
Lisboa Senhora do mundo...

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Dá-me a tua mão
ensina-me o riso e a razão
deixa as tuas raízes, deixa o meu pão...

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Por isso me abandono
no colo desta paisagem
onde falta a tua cadeira
roubada pela imagem...

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Marinheiro sonhador
de mares, marés
e amores
quem te pinta ao pé da mão
pinta cores e emoção...

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Nenhuma tempestade
me impede
de ser mar no teu batel
nem barquinho de papel
ao encontro da saudade...

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Se não puderes ser a imponência desse Imbondeiro ( Baóbá,)
sê pelo menos, um pequeno grão no meu celeiro...


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Pensamentos  e telas  de Luiza Caetano.

Luiza Caetano




Tela de Luiza Caetano.

Deixamo-nos sem adeuses nem alarde
entre o meio dia e o meio da tarde
pela porta traseira de nossas vidas

Num silêncio branco
sepultado de eternidade

Luiza Caetano.

Luiza Caetano - Pensamentos









Era tanto o azul que o meu olhar ferido de azul
se recusou a olhar-te
Apenas a amar-te ...
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Se a dois amores
juras fidelidade
a nenhum, guardas lealdade...

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Viver é não mais viajarmos sós
sobre os nós 
de alguma sagrada aliança
mas sim desatá-los, libertando a esperança...

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A sublime agonia
de quem noite e dia te escreveu
versos que fizeram eco
não em ti
mas em quem os leu...

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Tudo o que se esquece
é como se nunca tivesse existido...

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Lado a lado navegados 
apenas se encontram
quando naufragados...

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Sou uma infinidade de túneis
todos convergem para a mesma luz...

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A eternidade é feita
de momentos ínfimos
que se prolongam
abraçados
in saudade...

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Chegavas com teu sorriso
abraçado de sonhos
que se libertavam nas madrugadas
e nas flores por alvorecer...

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Não sei se o silêncio é a essência das mentes brilhantes
ou dos que não se querem comprometer
nada tendo para dizer
ou simplesmente dos que amordaçaram sua voz

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Não existe nesta vida
maior mistério
do que o som do próprio silêncio...


Frases Pensamentos de Luiza Caetano.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Lúcia Polonio







SOU ASSIM
Sou aquela que ama,
que odeia, que espera
Sou uma alma que grita
que sonha, que sofre
Sou aquela mulher
que o destino marcou
para ser só
Sou a rosa perfumada e linda,
mas também posso ser
o espinho que fere
Sou suave e ao mesmo tempo
sou rude
Posso ser seu Sol
ou sua Lua
Sou assim....
Às vezes forte
como um vendaval,
outras vezes uma calmaria
Quem sabe um dia
me torne seu céu
E você o meu infinito
Lúcia Polonio

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Luiza Caetano - Almas Gêmeas II

Tela arte naif - Luiza Caetano.




ALMAS GÉMEAS II
Insepultadas !
Vazias !
como mendigos
abandonados
e sem alma.
seres perdidos
na confluência dos astros
ou na fronteira do nada
estendem as mãos geladas
e sem voz para responder
às chamadas dos búzios
onde os ecos ainda respondem
em cumplicidades aladas
Viúvas insepultas
de veludo preto e máscaras
percorrendo em vias sacras
sem nada nem as culpas
para lá
do além
ainda escuto na distância
da minha concha encantada
que chama, ama e proclama
na alma da minha gémea alma
a sua eterna chamada.
LuizaCaetano

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Lembranças

LEMBRANÇAS

Era um tempo
de aves brancas
sulcando o céu
como estradas de luz
Um tempo
onde os silêncios
cantando
a esperança e os sonhos
te desenhavam sensualmente
Vinhas
com as mãos a abarrotar
de estrelas
e eu te esperava
com o orvalho da noite
e o alvorecer das rosas
…urgentemente


LuizaCaetano




UM AMOR COM AMOR
Quero
uma casa sem portas,
Um espaço sem vento!
Um amor com amor!
Quero,
Um rumor de água
por perto,
iluminando o teu corpo
aberto como um barco.
Quero
um cais ou um porto
onde as gaivotas
se percam
e
as andorinhas
secretamente
nos avisem
que a Primavera chegou.




Luiza Caetano




A B I S M O S"

Conhecer?
Não é viver!

Embora eu busque conhecer
no que vivo de ti!
Saber?
Não é viver!
Embora eu anseie saber
o que a tua máscara oculta!
Se,
quero conhecer-te
e
saber-te
fico sempre à beira do abismo
e
já nem sei se é meu!
ou teu?
ou nosso?
Sonhar-te?
sim, é viver
porque sonhando-te
invento-te
no imaginário desenhado
que fica para além de ti.
Assim,
eu decreto
que o meu amor por ti
é apenas sonhado.

Luiza Caetano



Bebo a água
bebo a mágoa
meu sangue de raiva a fluir
morango
de sol e de lua
minha ponte pronta a ruir
meu infiel amor
meu ramo
de urze quebrado
meu coração
de algodão
minha dor, flor de jasmim
Meu cais
meu porto de mim
Luiza Caetano


Presságios
Podia esperar
uma eternidade
feita de juras
e promessas...
Virar até o mundo
das avessas
para te encontrar
oh, Meu Amor,
Mas o presságio
do tempo
despiu o encanto
dos meus olhos
encharcados
de espanto
Já não tenho tempo
nem pranto
apenas a vertigem
do instante
Luzia Caetano


TEMPLO PAGÃO
Caminho a praia
agora abandonada
bailando as ondas
da maré cheia
e a minha nova alvorada
Quase livre
e omnipresente
como um deus
num horizonte de luas mortas
Deixo o vento
despentear meus dedos
Cristalizados no tempo
e
rezo
no altar dum templo pagão
onde os deuses
como majestades
de pedra
Jazem esquecidos
e sem emoção
 Luiza Caetano


IN VERSOS
Sofrem
os poetas e os poemas
as dores-odores de parto
em cada verso
feito de palavras grávidas
de cios e de rios
ensanguentados
e imersos
como vampiros
em alguma
mágica dança
de sílabas àvaras
até á raiz
Nasce
quando nasce
como uma criança
quase feliz.
Luiza Caetano

"S O N H O "
Ainda te busco
como um farol
pesquisando o horizonte
em noites enluaradas.
Minha Luz!
Meu Sonho!
Minha Fonte!
Como agarrar
agora
o Sol com as mãos
ou a névoa
das madrugadas?


De mim
sou o Senhor!
o escravo!
o Deus
e o
Demónio!
(...)
Luiza Caetano



  Luiza Caetano,