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quarta-feira, 24 de setembro de 2008

"ELEGIA DO TEMPO"

Tanta emoção assassinada!
no calendário aonde
o meu tempo subitamente
se encolhe
nas raízes envenenadas
que crescem em minhas mãos?
e o tempo não me devolve
o rosto daquela Primavera
de jasmins em floração
Nem as cartas, nem os encontros
nem os cabelos revoltos
que a minha ternura penteava
Nem o fulgor do trigo
onde me contavas segredos
Tanta emoção assassinada
por entre túneis e mêdos
onde os pássaros
ainda se aventuram a voar

Luizacaetano

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