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quarta-feira, 17 de setembro de 2008

"Enquanto as chuvas não caem"


ENQUANTO AS CHUVAS NÃO CAEM

Oh! Indômito e incandescente oceano
Que balbucia palavras de terror enquanto tormenta,
Que alucina a noite com as faíscas de ira, de cólera...
Que demoniacamente clareia os céus com raios de espanto e de dor,
Que naufraga!
Que afugenta!
E que esconde em seu fundo, tesouros de vidas perdidas,
De dores latentes,
De sonhos interrompidos,
Netuno, o seu deus, sentando segura sua tridente enquanto chora,
E lamenta pela crueldade...
Não a crueldade aos náufragos...
Mas a crueldade dos covardes...
Que se sentaram na areia...
Que contemplaram ao longe a tormenta,
Que se esconderam em rochas e em penhascos,
E que somente assistiram ao vendaval,
E que carregarão a medalha do fracasso,
O fracasso de ter sobrevivido ao nada,
E a vergonha de não ter morrido...
De não ter entregado ao mar o suor salgado da luta,
Oh! Covardes... De onde pensavas que vinha o sal dos oceanos,
Acaso seria ali colocado por Deus...
Além de covarde és inocente...
Inocente por que não te forjaste no fogo santo da luta,
E da vitória só conheceste o prenome,
Porque nunca lutaste...
Nem que fosse para ser derrotado...
E engolido pelo mar...
Pois ali, no fundo do mar estaria com Deus...

Sérgio Ildefonso 14/08/2008
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