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sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

*ALMAS GÊMEAS* - LUIZA CAETANO



"ALMAS GÊMEAS"


Tal qual dois espíritos
se encontram e se perdem
na volatidade dos dias,

Dois espíritos
necessitados
do oxigénio do sonho
para reinventarem a vida,

Dois rios
que se encontram
na confluência dos mares
explodindo as marés,

Dois rios,
duas estrelas
ou dois vulcões

que se cruzam
se abraçam
ou se anulam

lutando contra
o inexorável limite
dos limites.

LuizaCaetano

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

HERÓI DOS DIAS




ILUSTRAÇÃO PAULA REGO






Herói dos dias


Se não tivesse medo de amar
não vos cobraria
a minha felicidade.
O risco da perda
leva-me ao abismo
da vitória.

A humilhação
tem género
vergando-se à terra
e a face do poder
tem expressão viril...

A minha coragem
é feita entre
fraquezas e receios...
E assim,
vou-me sentindo
herói dos dias...

A vergonha
é cúmplice da morte
ou da fuga
sem retorno.

joão m. jacinto

Caminhos de Portugal







Caminhos de Portugal (Mário Gil)

Pelos caminhos de Portugal
Eu vi tanta coisa linda
Vi um mundo sem igual

Eu vi Estoril,
Eu vi Sintra, eu vi Cascais,
Da Batalha eu fui a Fátima
Onde a fé vive bem mais.
Eu vi Coimbra
Terra de muito aconchego
De Viseu fui pra Lamego,
Cheguei a Vila Real.

Em Trás-os-Montes
Com carinho eu vi Bragança
Terra cheia de amizade
De amor e de esperança.
E vi aldeias
Vi o Parâmio e vi o Zeire
Onde nasceu minha mãe
E uma infância feliz teve.

Estive em Chaves,
Vi o Bom Jesus em Braga,
De Monção fui pelo Minho
Onde a beleza não se acaba.
Fiquei contente
Em Viana do Castelo
E de Póvoa de Varzim
Ao Porto que eu tanto quero.

Meu rico Espinho
Meu rico Aveiro
E depois fui por Figueira da Foz
E de Leiria
Nazaré, Alcobaça,
Fui por Caldas da Raínha
E Santarém logo após

Lá em Peniche
Comi boa caldeirada
Em Sesimbra foi sardinhas
E em Setúbal só uma olhada.
Val de Lobo
Lá no Algarve, Portimão,
Em Tavira e
Tenho que ir
À Madeira e aos Açores
À procura de belezas.
Sei que me falta ver
Muita coisa e boa
Porém, já estou contente
Pois vi o céu, eu vi Lisboa,
Eu vi o céu, eu vi Lisboa.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

EXPRESSÕES






Tela Caravaggio



Expressões - joão jacinto



Escreves;
a medo,
em suaves linhas
timidamente direitas,
inventadas expressões
ao agrado dos seduzidos,
na pele do desinteresse
com laivos de resignação;
indulgente...
Leio-te;
despido de preceitos,
nas entre linhas dos instintos,
nos demónios a que te prendes,
nas fúrias dos argumentos,
na desdita dos ditos,
na alucinação dos perseguidos,
nas sombras da rejeição,
no amor ferido,
orgulhosamente déspota,
pérfido,
maligno.

Não sou mais
obrigado a ler-te,
só porque teimas
em escrever-me.

FLOR DO TEMPO



"FLOR DO TEMPO"

Faço malabarismos
entre o riso e as lágrimas
tentando me equilibrar
na corda bamba dos dias.

Pairo por vezes no passado
tentando inventar o futuro

Cristalizo instantes de magia
na vazia concha das mãos

Momentos de ouro?
Momentos vãos?

Os sonhos se partem
em irrecuperáveis pedaços
em mistérios insondáveis
pelos corredores da alma

Breves! Tão breves
como a flor do tempo.

LuizaCaetano

sábado, 16 de fevereiro de 2008

"ALFAMA DE LISBOA"

TELA E POEMA DE LUIZA CAETANO


*RESPEITEM OS DIREITOS AUTORAIS*










"ALFAMA DE L I S B O A"

Hoje, me perdi em Alfama
com o poeta Fernando Pessoa.

Andei de viela em viela
bebendo cheiro de mangericos
em ébrias taças-lembranças.

Escrevi um fado pintado
e o pregão duma varina
numa das sete colinas.

Enquanto a chuva molhava
memórias e marinheiros
num eléctrico amarelo
que ía prá Rua das Trinas.

Hoje passeei com Pessoa
no bairro da cidade branca

Casario de Lisboa
de pranto-saudade pintado

no trinado duma guitarra
o desenho da calçada
Lisboa saudade e fado

LuizaCaetano

Calma¨- Kadu Vaqueiro

CALMA

Sei que as tempestades me fizeram bem, pois aprendi que a fé e
esperança supera muitos obstáculos, quando sabemos usá-las.

Mas, mesmo assim tem horas que precisamos respirar fundo.

Não que nos falte a fé, mas o preparo humano é cheio de lacunas
e sempre escorregamos em alguma dessas lacunas.

E nesse momento, do escorregão, o susto nos faz esquecer da
nossa sustentação espiritual e é chegado o momento de sabermos
respirar e esperar que os raios solares venham nos aquecer
novamente.
(Kadu Vaqueiro)

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

* Nathan de Castro*



Nathan de Castro

Eu choro porque a Natureza chora
e a Natureza é amiga dos poetas.
Chorar num ombro amigo me apavora,
mas sei que ainda existem borboletas!

Eu choro porque vejo o aqui e agora,
e choro pelos filhos das sarjetas.
Se não chorar, o sonho se evapora
e o meu poeta entrega as baionetas!

Portanto, choro lágrimas de estrelas
e enfeito as minhas páginas e telas
com flautas, violoncelos e pianos.

E choro, porque todas as janelas
abertas eu fechei sem escrevê-las
a tempo de estancar meus oceanos

Santaroza




Foi eu quem quis!



Ah! Se teus olhos pudessem me ver agora,
Ah! Seu pudesse te olhar nos olhos senhora,
Ah! Se o tempo parasse para nós dois,
Ah! Se só houvesse a ti e nada mais depois!
Ah! Se em meus braços pudesse eu te envolver,
Ah! Eu viveria sem mais querer morrer,
Ah! Eu voaria sem mesmo nem saber,
Ah! Eu moraria dento de teu ser!
Ah! Mas esse amor é escrito de giz,
Ah! Só nos tocamos por um triz,
Ah! Mas mesmo assim eu sou feliz,
Ah! Eu te busquei, foi eu quem quis!



Santaroza

**FLORBELA ESPANCA**



Triste Destino

Quando às vezes o mar soluça tristemente
A praia abre-lhe os braços e deixa-o a gemer;
Embala-o com amor, de leve, docemente,
E canta-lhe cantigas pra adormecer!

Quando o Outono leva a folha rendilhada,
O vestido real da branda Primavera,
O rio abre-lhe os braços e leva amortalhada
A pequenina folha, essa ideal quimera!

O sol, agonizante e quase moribundo,
Estende os braços nus, alegre, para o mundo
Que o faz amortalhar em púrpura de lenda!

O sol, a folha, o mar tudo é feliz! Mas eu
Busco a mortalha minha até no alto céu!
E nem a cruz pra mim tem braços que m´estenda!

Florbela Espanca

***Leninha-Sol***



CANTO...SAUDADES...


ai
queria ir ...
queria tanto
pra te ver...
ou que fosse...
dentro de um telefone...
de um microfone...
dentro de um webcam...
ou do sonho...
mas que eu conseguisse finalmente
quebrar a barreira...
abrir a cortina...
me libertar...
amor...
que muro é esse...
que não consigo ultrapassar?
...
quero ir ...
te ver ...
então que seja isso...
me castigue...
agüento...
deixa eu te ver...
deixa vir tua imagem...
na teve...
na fotografia...
no sonho...
aiii...
Fala...
Fala!!!...
me dá um som...
essa dor é cruel...
mistura-se ...
é saudade...
Louca saudade...
Te visualizo sim...
Fecho os olhos...
te vejo...
tenho medo de tocar...
medo que sumas de vez...
contemplo...
essa ausência...
essa ausencia...
morro...aos poucos...
parece que morro...
não...
claro que não...
eterna sou...
condenada estou...

LENINHA
15/02/08~17:4SHS

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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

CONVENTO DE SANTA MARIA DA VITÓRIA















O Convento de Santa Maria da Vitória (mais conhecido como Mosteiro da Batalha) situa-se na Batalha, Portugal, e foi mandado edificar por D. João I como agradecimento do auxílio divino e celebração da vitória na Batalha de Aljubarrota. Em 1388 já ali viviam os primeiros dominicanos. É considerado património mundial pela UNESCO, e em 7 de Julho de 2007 foi eleito como uma das sete maravilhas de Portugal.


No arranque das obras do Mosteiro da Batalha foi construído um pequeno templo, cujos vestígios eram ainda visíveis no princípio do século XIX. Era nesta edificação ― Santa Maria-a-Velha, também conhecida por Igreja Velha ― que se celebrava missa, dando apoio aos operários do estaleiro. Tratava-se de uma obra pobre, feita com escassos recursos.

Em traços esquemáticos conhece-se a evolução do estaleiro propriamente dito e o grau de avanço das obras. Sabe-se que ao projecto inicial corresponde a igreja, o claustro e as dependências monásticas inerentes, como a Sala do Capítulo, sacristia, refeitório e anexos. É um modelo que se assemelha ao adoptado, em termos de orgânica interna, pelo grande mosteiro alcobacense.

A capela do Fundador, capela funerária, foi acrescentada a este projecto inicial pelo próprio rei D. João I, o mesmo acontecendo com a rotunda funerária conhecida por Capelas Imperfeitas, da iniciativa do rei D. Duarte.

O claustro menor e dependências adjacentes, ficaria a dever-se à iniciativa de D. Afonso V, sendo de notar o desinteresse de D. João II pela edificação. Voltaria a receber os favores reais com D. Manuel, mas somente até 1516-1517, ou seja, ate à sua decisão em favorecer decididamente a fábrica do Mosteiro dos Jerónimos.

O Mosteiro foi restaurado no Século XIX, sob a direcção de Luís Mouzinho de Albuquerque, de acordo com a traça de Thomas Pitt, viajante inglês que estivera em Portugal nos fins do Século XVIII, e que dera a conhecer por toda a Europa o mosteiro através das suas gravuras. Neste restauro, o Mosteiro sofreu transformações mais ou menos profundas, designadamente pela destruição de dois claustros, junto das Capelas Imperfeitas e, num quadro de extinção das ordens religiosas em Portugal, pela remoção total dos símbolos religiosos, procurando tornar o Mosteiro num símbolo glorioso da Dinastia de Avis e, sobretudo, da sua primeira geração (a dita Ínclita Geração de Camões). Data dessa altura a actual configuração da Capela do Fundador e a vulgarização do termo Mosteiro da Batalha (celebrando Aljubarrota) em detrimento de Santa Maria da Vitória, numa tentativa de erradicar definitivamente as designações que lembrassem o passado religioso do edifício.Em planta de cruz latina, a igreja revela o apego à tradição do gótico mendicante português. Trata-se de um templo de 3 naves, com transepto pronunciado e cinco capelas na cabeceira, sendo as laterais de igual profundidade (as mais interiores no enfiamento das colaterais; as exteriores deitando para o braço final do transepto), todas elas precedidas de um tramo recto (ligeiramente prolongado na capela-mor).A igreja, que possui 80 m de comprimento 22 m de largura e um vão máximo na flecha de 32,5 m, denuncia um sistema proporcional relativamente simples. A diferença de altura entre as naves laterais e a nave central é baseada numa «razão» proporcional de 3:2 ou razão sesquitércia, aliás corrente no gótico. A mesma «razão» foi adoptada para determinar a relação entre a largura do templo e o seu comprimento ― da porta axial até ao arco triunfal ― e, mais tarde, para determinar a dimensão da Capela do Fundador que, assim, se constitui num quadrado que «preenche» três vezes o corpo da igreja (cabeceira excluída).O templo só difere dos seus congéneres mais antigos pelo facto de ser completamente abobadado e de muito maior comprimento. Com oito tramos, marcados por arcada longitudinal. Este traçado remete todo o projecto inicial para uma condição de continuidade relativamente à tradição portuguesa, havendo apenas que solucionar os trâmites relativos ao abobadamento. A experiência do deambulatório da Sé de Lisboa deve ter sido importante para o facto, sabendo-se para mais que o mestre Afonso Domingues, morador em Lisboa na freguesia da Madalena, sendo natural desta cidade,poderá ter ali tirocinado.

Os pilares das naves são polistilos e de grande espessura, sendo cada coluna adossada, ininterrupta da base até ao capitel, sem qualquer marcação de gola ou cornija, sendo isto válido também para as meias colunas que sustentam os arcos torais da nave central. A cobertura das três naves é estruturalmente idêntica, com arcos torais simples, duas nervuras cruzadas e cadeia unindo as chaves longitudinalmente. O mesmo acontece no transepto, onde se registam cinco tramos de abóbada, de oito panos cada, e com o mesmo sistema de ogivas cruzadas (sendo obviamente maiores os tramos do cruzeiro). O uso de abóbadas na nave central, elevada a muito maior altura que as colaterais, obrigou à utilização de arcobotantes, que descarregam o seu peso nos estribos do flanco exterior do templo, ao nível da cobertura das laterais. As abóbadas das capelas da cabeceira, com topo poligonal de cinco tramos cada, são cobertas por abóbada de ogivas, com nervuras nascentes de arcos adossados às paredes, dotadas de dois tramos rectos solidários com o topo poligonal, formado por nervuras radiantes com as chaves também ligadas por cadeias. Este sistema dispensou qualquer reforço exterior, cingindo-se o respectivo apoio a contrafortes radiais.

O mestre Afonso Domingues não terá finalizado a obra, deixando, no entanto, configurado quase todo o templo ― com excepção talvez das partes mais elevadas ― e boa parte da zona claustral. Assim, no interior é fácil perceber a intervenção do mestre português nas abóbadas das naves ― dotadas de grandes chaves de decoração naturalista ― enquanto a abóbada do transepto, com chaves de menores dimensões, parece ser já obra da empreitada seguinte. O mesmo acontece com os capiteis devidos à empreitada de Domingues, com decoração vegetalista e antropomórfica (cabeças e anjos) desenvolvendo-se em «dois andares» com a cesta visível, em contraste com os capiteis mais avançados da empreitada de Huguet, com decoração quase exclusivamente vegetalista muito desenvolvida e cobrindo a cesta até quase a mascarar.

Em termos de alçado, as diferenças existentes são consequência do abobadamento geral das naves da igreja. A iluminação é feita por janelões apontados a partir dos flancos colaterais e por um clerestório que corre ao longo da parede superior da nave central, onde se rasgam janelões apontados ao eixo dos arcos. Convém relembrar ainda que o facto de a capela-mor da cabeceira da Batalha possuir fenestração em dois andares (em vez de uma só janela por pano) é, segundo Mário T. Chicó, resultante da influência directa da capela-mor afonsina da Sé de Lisboa, então já edificada. Tudo isto aponta para a importância da primeira empreitada de obras devida a Domingues.
A Capela-Mor parece ser de acabamento posterior, com o seu arco triunfal acairelado, podendo igualmente considerar-se duas as fases de trabalho das capelas colaterais. Na zona das dependências claustrais é possível que os trabalhos tivessem avançado mais rapidamente do que no corpo do templo. As galerias norte e ocidental estariam já levantadas, mas foi Huguet quem terá dado acabamento às do lado sul e nascente (todas elas com sete tramos), respeitando porém o traçado anterior, com abóbadas em cruzaria de grandes chaves unidas por cadeia longitudinal, sem mísulas, descansando em finos colunelos de um e de outro lado das paredes.Coube ao mestre Huguet finalizar a célebre Sala do Capítulo (Túmulo do Soldado Desconhecido), de planta quadrada, coberta por uma abóbada de estrela de um só voo. Esta abóbada é, efectivamente, uma obra de notável técnica construtiva gótica, sendo formada por dezasseis nervuras radiais, oito lançadas das paredes, as restantes lançadas das chaves secundárias exteriores, convergindo para uma grande chave central de decoração vegetalista, desenvolvida em duas coroas. A face exterior desta sala, deitando para a galeria do claustro, é formada por um portal central de rasgamento profundo ― com cinco arquivoltas de fora e quatro do lado de dentro ―, o vão ornado por cogulhos radiantes. De cada lado abrem-se dois grandes vãos quebrados, preenchidos cada um deles por duas janelas geminadas com uma bandeira recortada e rendilhada segundo preceitos do gótico flamejante. São sobrepujadas por um óculo.

A sala capitular possui ornamentação figurativa digna de registo: o programa dominante é mariológico, assinalando-se na janela sul virada para a crasta em dois capitéis, a representação de uma Anunciação, com a virgem à direita e o anjo à esquerda. Nossa Senhora segura uma vasilha com o seu braço direito ― tendo o colo ornado por um colar de pendentes em forma de mão (signos apotropaicos) ― e o anjo a típica filcatéria enrolada em torno do corpo.

Outro elemento iconográfico bastante conhecido, é a representação, numa das mísulas, do que se supõe ser, com bastante razão, o mestre pedreiro, em fórmula de retrato (é notoriamente individualizada a expressão do rosto). Vestido com traje de inícios do século XV, uma túnica cintada por faixa, chapéu de turbante traçado e pendente, segura na mão esquerda uma régua tendo a outra mão pousada no joelho direito.

Um dos mais importantes edifícios adjacentes ao mosteiro e que marca indelevelmente o seu carácter «real», sendo bem esclarecedor quanto aos intentos envolvidos é, precisamente, a chamada Capela do Fundador. Trata-se de uma construção situada à direita do templo, encostada ao flanco exterior da nave sul, por onde se faz a entrada. Possui planta quadrada, na qual se inscreve ao centro um octógono, que se desenvolve em volume para cima, ao nível do seu segundo andar ― um octógono que funciona, também, como lanterna. Esta capela foi traçada por mestre Huguet e encontrava-se ainda em obras em 1426, sendo terminada pouco depois do falecimento do monarca, que para ali foi trasladado, juntamente com o corpo da rainha, um ano depois (1434).
Pelo exterior, impõe-se como uma massa homogénea acentuando a horizontalidade do frontispício do templo. Oferece três faces livres, cada uma das quais ritmada por dois contrafortes, e onde se rasgam três janelões, com o que fica a eixo mais largo do que os restantes. Em cima, salienta-se o exterior do octógono central de onde partem oito arcobotantes acailerados apoiados nos contrafortes exteriores, que se prolongam em Pegões pinaculados além do terraço. O conjunto é rematado por um friso de grilhagens flamejantes. Originalmente, o octógono era coroado por um grande coruchéu em agulha, que caiu com o terramoto de 1755.

No interior, a luz irrompe dos janelões da fachada e das frestas de dois lumes existentes em cada face do octógono central. É uma luz diáfana, que incide particularmente no centro do monumento, onde se ergue o mausoléu do rei e da rainha. A abóbada é complexa, formada por arcos cruzeiros que, partindo de baquetas embebidas nas paredes, entroncam em chaves centrais, a partir das quais as nervuras despejam o seu peso sobre as baquetas da face exterior do octógono central, compondo, desta forma, uma espécie de nave ou deambulatório.

O octógono propriamente dito, no centro do edifício, é formado por oito pilares compósitos, de colunas enfeixadas e abre-se através de oito arcos apontados com o intradorso ornado de cairéis trilobados. O seu interior é de «dois andares»: o inferior corresponde aos pilares e arcos, enquanto no andar superior se rasgam as janelas lanternárias. Também a abóbada deste corpo central é estrelada, com oito braços principais, oito terceletes e dezasseis nervuras secundárias, apoiadas em oito chaves radiais e uma chave central de grande diâmetro, mostrando o rendilhado, no meio da qual se inscrevem, em relevo, as armas reais. Nas paredes rasgam-se arcos sólidos que albergam os túmulos dos príncipes de Avis: D. Pedro, sua mulher e D. Fernando. Os túmulos dentro do nicho de volta quebrada com arquivolta exterior em contracurva, possuem frontais em relevo decorados com os brasões dos príncipes, enquadrados por ornamentação floral, sendo na sua totalidade um dos primeiros e mais profusos conjuntos de heráldica familiar de grande porte existente em Portugal, de acordo, aliás, com esquemas certamente importados de Inglaterra. Outros arcos sólidos vazios previam mais deposições tumulares, mas foram desaproveitados atendendo à decisão de D. Duarte em construir novo panteão, vindo a ser preenchidos somente em 1901.
O Panteão de D. Duarte, também conhecido por Capelas Imperfeitas, foi planeado tendo em conta uma leitura rigorosa do testamento de D. João I, optando aquele monarca por criar o seu próprio espaço funerário. Assim, D. Duarte deu inicio à edificação de uma rotunda atrás da cabeceira. De qualquer modo, as obras, também conduzidas por Huguet, não foram terminadas, uma vez que a sua edificação terá começado sensivelmente em 1434, tendo o monarca falecido quatro anos depois, deixando-as incompletas. Mas o traçado estava certamente delineado e as obras dos reinados seguintes foram lentamente tentando rematar o edifício, tendo porém ficado por fazer o principal: o lançamento da grande abóbada central. Ao contrário do que se possa julgar, esta operação não levantaria grandes problemas técnicos visto que o vão a cobrir pouco maior era do que o existente na Sala do Capítulo.

Tratava-se, efectivamente, de um edifício com um corpo central octogonal e entrada a eixo (articulada com a cabeceira por um átrio abobadado), à volta do qual se dispunham sete capelas radiantes. Nascendo dos grandes maciços polistilos que conformam a estrutura, levantar-se-ia um corpo octogonal provido de grandes janelões, abobadado e devidamente escorado em arcobotantes, previsto para configurar um amplo espaço de planta centrada completamente unificado. As capelas existentes abrem-se para o recinto através de grandes arcos quebrados acairelados, possuindo cada uma delas um coro recto e um topo prismático de três faces, com um só janelão de dois lumes em cada face e cobertura de abóbada nervurada. Entre as capelas, servindo de reforço, abrem-se seis pequenas áreas de planta triangular, sem acesso, mais baixas que as capelas e decoradas exteriormente com um janelão.

Nas capelas foi dado um acabamento posterior e mais cuidado à que se destinava a receber omausoléu de D. João II e D. Leonor, tendo as obras sido patrocinadas pela rainha. A data desta intervenção é difícil de determinar, podendo ser bastante tardia. De qualquer modo, a decoração deste trecho atinge proporções verdadeiramente assombrosas, sendo um exemplo único no gótico português. As nervuras são acaireladas, com nervos secundários de função apenas escultórica, mas com pequenas chaves em cúspide invertida, decoradas com motivos vegetalistas trepanados, sendo as chaves maiores rendilhadas, apresentando, por sua vez, as armas reais e o «corpo de empresa» de D. João II (o pelicano) e da Rainha D. Leonor (o camaroeiro). O Refeitório é coberto por abóbadas de berço quebrado de quatro tramos marcados por arcos torais e apoiada em mísulas sobre friso circundante.

O Claustro Real é de um só piso com sete tramos por ala, constituídos por arcos quebrados, de vãos dissemelhantes, com bandeiras rendilhadas apoiadas em colunelos esculpidos, entre contrafortes com ressaltos, rematados por pináculos piramidais. Tem galerias cobertas por abóbadas de cruzaria de ogivas com cadeia longitudinal, assentes em meias-colunas fasciculadas com capitéis vegetalistas em dois andares, e remate em platibanda rendilhada com flores-de-liz. No cunhal, foi edificado um torreão octogonal de remate piramidal. No interior, encontra-se uma fonte com bacia lobulada e duas taças polilobadas escalonadas, a primeira com máscaras semi-vegetalistas. Tem uma cobertura em abóbada de cruzaria de ogivas com cadeia, apoiada em pilares fasciculados.

O Claustro D. Afonso V tem dois pisos, o primeiro de sete tramos por ala marcados por contrafortes entre arcos duplos quebrados assentes em colunas facetadas grupadas transversalmente sobre murete. Tem galerias abobadadas de cruzaria de ogivas com arcos torais robustos, apoiadas em mísulas cónicas lisas. O segundo piso tem um alpendre assente em colunas prismáticas sobre parapeito e contrafortes diagonais que sobem até ao beiral.

A importância do estaleiro da Batalha deu origem a outros estaleiros que reflectem as aportações do gótico tardio, quase sempre fruto do recrutamento de oficiais ou mestres secundários que fizeram ali o seu tirocínio.

Pelo exterior, o Mosteiro denuncia, igualmente, a intervenção de duas empreitadas. O portal sul do templo, claramente desenhado ainda por Afonso Domingues, denuncia esta simplicidade de processos. Este portal, aliás, é importante pelo que revela de apego aos traçados «portugueses»: dois contrafortes esguios (as proporções lembram o pequeno e singelo portal lateral da Igreja Matriz de Santiago do Cacém), enquadram um vão de quatro arquivoltas decoradas por relevos repetitivos em séries de arquinhos cegos. Os colunelos são providos de capiteis com decoração vegetalista em «dois andares». O espelho da porta é trilobado, com filetes que se entrecruzam. Quase certamente de acabamento posterior é o gablete triangular, muito agudo, decorado no extradorso por cogulhos e, à face, pela heráldica real (os escudos de D. Filipa e de D. João I, encimados pelo escudo do reino, todos com baldaquinos como coroamento).

Mas à empreitada de Huguet coube, também, desenhar a generalidade dos frontispícios transportando consigo uma nova linguagem arquitectónica, um outro gótico.

De facto não restam dúvidas que o Mosteiro da Batalha se passará a assumir como um depoimento de poder real e da autonomia de um reino. Sabe-se como foi necessário impor através do trato legal e diplomático o direito de D. João I ao trono. Sabe-se igualmente da oposição dos meios-irmãos de D. João e de sua sobrinha D. Beatriz às suas pretensões; e sabe-se até que ponto as relações com o reino vizinho eram problemáticas. O facto de D. João I mandar erguer um panteão para si e para a sua família é sinal desta mística dinástica sem precedentes. O Mosteiro da Batalha foi um projecto de legitimação de uma nova dinastia, a dinastia de Avis: daí a dimensão da obra ― sinal de capacidade financeira e de poder de realização.

Efectivamente, o Mosteiro da Batalha difere da restante arquitectura portuguesa e destaca-se na paisagem artística nacional com o seu sinal de mudança. A decoração, o remate e o acabamento, para além da opção final das empreitadas, já segundo esquemas daquilo a que se convencionou chamar gótico final, são os seus principais elementos distintivos. Alguns aspectos que distinguem este modo novo do gótico português da primeira dinastia são fáceis de enunciar, uma vez que, globalmente, o tratamento plástico e ornamental do exterior do edifício possui indicações valiosas quanto ao que viria a ser, a partir daqui, a orientação da arquitectura quatrocentista da fase pós-batalhina.

É dada imediatamente uma grande atenção à decoração das superfícies. Vale a pena anotar, a marcação «horizontal» das fachadas por pautas feitas de ressaltos (cornijas ou lacrimais), percorrendo todo o edifício; o preenchimento de todos os vãos ― janelas, frestas ― por rendilhados de recorte flamejante ― como no grande janelão de fachada que assim substitui a habitual rosácea. Vale a pena realçar a forma como as paredes (ou até os contrafortes) se animam através do jogo de claro-escuro de frisos de redes flamejantes ― por exemplo, os estiletes em relevo do alfiz ou da parede do janelão, as grilhagens dos terraços e os proporcionados pináculos floreados. Percebem-se, também, outros novos factores: a simplificação estrutural dos alçados; a complexidade dos suportes, dos pilares aos colunelos ― que se tornam cada vez mais finos e desmultiplicados, aparecendo as colunas finas e as baquetas; a desmultiplicação das molduras em alçado mostrando agora perfis variadíssimos no que se refere ao respectivo recorte e ao seu entrecruzamento; nestas , o aparecimento do arco contracurvado; o achatamento das abóbadas e o aparecimento de sistemas complexos de nervuras, desdobrando-se o número de chaves e terceletes (como nas abóbadas estreladas); o alastramento da decoração vegetalista mas só em pontos concentrados (como os capiteis); o retorno à figuração alegórica e narrativa (também em zonas concentradas); a exibição da arquitectura enquanto arquitectura, ou a sua abstracção, sendo casa suporte ou tema estrutural tratado como se fosse uma realidade em si, uma espécie de forma cristalina e mineral, e, sobretudo, a acentuação dramática do uso da heráldica.

A isto chama-se gótico final, querendo com isto designar um período em que os diversos modos de construção se regionalizam, independentemente dos arquitectos em causa serem de origens alógenas. Estes obedecem a encomendas determinadas por vontades políticas locais, exploram novos meios no estaleiro onde são chamados a trabalhar e libertam-se dos cânones mais correntes do gótico internacional, habitualmente dito «clássico».

Quanto à importância da heráldica, sabe-se que o disciplinamento do armorial português é certamente fruto da acção do rei D. João I, por motivos que igualmente se prendem com o exercício do poder, com a sua centralização e a chamada a si (e à Casa de Avis) de um esboço de poder concentrado, o que ia ao encontro das necessidades de legitimação. A importância concedida à heráldica no Mosteiro da Batalha (uma heráldica extremamente regrada, quer dizer, executada a preceito e sem concessões a qualquer tipo de incoerência de códigos) é, portanto, o ponto de arranque para um protagonismo simbólico do brasonário em obras posteriores, sendo isto visível no exterior do edifício (portal sul e portal axial) ou outras zonas de acabamento posterior.



IPPAR - Monumentos e Sítios - Conjuntos Monásticos, Informação sobre o Mosteiro da Batalha.

FOTOS DE TOMAR













Esta é mais uma maravilha do lindo Portugal!

A Charola do Castelo de Tomar

Remontando aos finais do século XII, início do século XIII, mas integrada no Convento de Cristo, a Rotunda (Charola) constituía primitivamente o oratório dos templários.

Trata-se de uma construção octogonal de dois andares, sustentada por oito pilares e rematada por uma cúpula. Este octógono é separado do polígono exterior de 16 lados por um deambulatório de abóbada anular. A decoração - estuques, painéis pintados, estátuas - data do início do século XVI. Esta rotunda obedece, pois, ao tipo de edifícios templários de plano centrado, mas a sua organização constitui uma interpretação original da igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém.

Consolidada exteriormente por contrafortes maciços terminando num terraço ameado, esta não destoava no meio da fortaleza templária, constituindo de resto uma das suas torres de vigia.

TOMAR

A História de Tomar está intimamente ligada à Ordem dos Templários. A vila desenvolveu-se no sopé do morro onde o Grão-Mestre da Ordem, Gualdim Pais, fundou um castelo em 1160.

O principal monumento de Tomar é composto pelo Castelo e pelo Convento de Cristo, edificados sobre a colina que domina a cidade. Do castelo primitivo (século XII), restam actualmente as muralhas que outrora cercavam a fortaleza e a alcáçova com a sua torre de menagem, bem como o templo de plano circular e o altar-mor no centro de uma capela octogonal, segundo o estilo românico em rotunda tão apreciado pelos templários. O Infante D. Henrique acrescentou à igreja primitiva a nave manuelina com o seu magnífico pórtico.

O sítio sobre o qual se eleva o Castelo dos Templários foi baptizado, em 1190, com o nome árabe do Nabão, onde Gualdim Pais tinha acabado de repelir um ataque muçulmano. Depois de ter tentado retomar Silves (no sul de Portugal), o emir de Marrocos, à frente de um grande exército apoiado pelas tropas dos reis andaluzes, avançou para o Norte, atravessou o Tejo, cercou Santarém, onde se encontrava o rei D. Sancho I, e apoderou-se de Torres Novas e Abrantes. Preparava-se para fazer o mesmo com Tomar, mas ao fim de seis dias de assalto, os templários mantinham invicto o castelo onde se tinha refugiado a população. Os sitiados causaram enormes baixas aos Mouros, principalmente quando estes conseguiram forçar a porta sul do castelo e entrar aos milhares na cinta exterior. Num imediato contra-ataque, os cristãos repeliram os assaltantes com tal ímpeto e causaram uma destruição tal entre os inimigos que a porta passou a ser conhecida como «Porta do Sangue».Grande parte da construção do castelo foi efectuada com pedras aproveitadas da cidade destruída de Além da Ponte (a «Sellium» romana), situada na margem do Nabão - algumas delas são facilmente identificáveis graças à preservação das inscrições. Formando um pentágono de forma irregular, a fortificação é fruto de uma arquitectura militar avançada para a época e realizada na Terra Santa, na qual se inspirou provavelmente Gualdim Pais. Duas cintas de muralhas - uma exterior e a outra para proteger a torre de menagem - e o emprego conjunto de torres redondas e de cubelos são disso testemunho, bem como a maravilhosa charola do convento, de inspiração oriental.
A praça de armas do castelo vai da Porta do Sol até à Charola, situada a noroeste. Na parte mais elevada da colina, a cinta de muralhas da torre de menagem é formada por muros de grande altura, de onde emerge a própria torre de menagem. A sudoeste, na extremidade de outro lanço de muralha (actualmente destruída), eleva-se a Torre da Condessa. Para o sudeste, estendem-se outras duas muralhas reforçadas por torres e torres de ângulo com várias formas. A diversidade das formas e dos volumes, o jogo de perspectivas entre a praça de armas da torre de menagem e a cinta de muralhas exterior, as janelas com pinázios, os arcos, os merlões ornamentados com cruzes, a floresta circundante, tudo concorre para transformar este castelo num monumento extraordinário e reconhecido como tal pela UNESCO.

Um cheirinho de ALECRIM....





Recebi de uma amiga,muito especial que ama a minha terra.
Por isso,a considero ultra-hiper especial.

Clei Sgarbi de Almeida Saraiva.

Obrigada,amiga...gostei tanto..coloquei no "Meu Encanto".

Dolores Jardim.

E assim dividimos,partilhamos.




Um cheirinho de alecrim








Há dias em que tem-se a impressão de se estar dentro de um espesso nevoeiro.
Tudo parece monótono e difícil e o coração FICA triste.
É a noite escura da alma.
Era meu aniversário e justamente um destes dias estranhos, quando uma voz interior me disse:

- 'Você precisa tomar chá de alecrim!'

Fui ao jardim e lá estava nosso viçoso pé de alecrim. Interessante é que quase todos que visitam nossos jardins demonstram afeição e respeito pelo alecrim.
Confesso que nunca liguei muito para ele.
Mas, naquele dia, com toda reverência, colhi alguns ramos, preparei um chá e o servi em uma Linda xícara. O aroma era muito agradável e, a cada gole que bebia, senti a mente ir clareando.
Uma sensação de bem-estar e alegria foi se espalhando pelo corpo e senti enorme felicidade no coração. Fiquei muito impressionada com a capacidade dessa planta transmitir alegria.
Aliás, o Nome alecrim já lembra alegria.
Resolvi pesquisar a respeito e - veja só que maravilha!

O alecrim - Rosmarinos officinalis, planta nativa da região mediterrânea - foi muito apreciado na Idade Média e no Renascimento, aparecendo em várias fórmulas, inclusive a 'Água da Rainha da Hungria', famosa solução rejuvenescedora.

Elizabeth da Hungria recebeu, aos 72 anos, a receita de um anjo (um monge?) quando estava paralítica e sofria de gota.
Com o uso do preparado, recobrou a saúde, a beleza e a alegria.
O rei da Polônia chegou a pedi-la em casamento!
Madame de Sévigné recomendava água de alecrim contra a tristeza, para recuperar a alegria.
Rudolf Steiner afirmava que o alecrim é, acima de tudo, uma planta calorífera que fortalece o centro vital e age em todo o organismo.
Além disso, equilibra a temperatura do sangue e, através dele, de todo o corpo.
Por isso é recomendado contra anemia, menstruação insuficiente e problemas de irrigação sangüínea. Também atua no fígado.
E uma melhor irrigação dos órgãos estimula o metabolismo.
Um ex-viciado em drogas revelou que tivera uma visão de Jesus que o tornou capaz de livrar-se do vício. Jesus lhe sugeria que tomasse chá de alecrim para regenerar e limpar as células do corpo, pois o alecrim continha todas as cores do arco-íris.
O alecrim é digestivo e sudorífero.
Ajuda a assimilação do açúcar (no diabetes) e é indicado para recompor o sistema nervoso após uma longa atividade intellectual
É recomendado para a queda de cabelo, caspa, cuidados com a pele, lesões e queimaduras; para curar resfriados e bronquites, para cansaço mental e estafa; ainda para perda de memória, aumentando a capacidade de aprendizado.



Existe uma graciosa lenda a respeito do alecrim:
Quando Maria fugiu para o Egito, levando no colo o menino Jesus, as flores do caminho iam se abrindo à medida que a sagrada família passava por elas.
O lilás ergueu seus galhos orgulhosos e emplumados, o lírio abriu seu cálice.
O alecrim, sem pétalas nem beleza, entristeceu lamentando não poder agradar o menino.
Cansada, Maria parou à beira do Rio e, enquanto a criança dormia, lavou suas roupinhas.
Em seguida, olhou a seu redor, procurando um lugar para estendê-Las.
'O lírio quebrará sob o peso, e o lilás é alto demais.
Colocou-as então sobre o alecrim e ele suspirou de alegria, agradeceu de coração a nova oportunidade e as sustentou ao Sol durante toda a manhã.
Obrigada, gentil alecrim! - disse Maria.
Daqui por diante ostentarás flores azuis para recordarem o manto azul que estou usando.
E não apenas flores te dou em agradecimento, mas todos os galhos que sustentaram as roupas do pequeno Jesus, serão aromáticos.
Eu abençôo folha, caule e flor, que a partir deste instante terão aroma de santidade e emanarão alegria.'




Bom chá de alecrim pra você!!!

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

QUADRO DE LUIZA CAETANO





"LISBOA E O TEJO"



Este quadro é da pintora portuguêsa Luiza Caetano.
RESPEITEM OS DIREITOS AUTORAIS.






"CANTO A LISBOA"

Lisboa
se vestiu de Rio, languidamente
sensual! tortuosa! brilhante!

Bate o Sol na Mouraria
faz sombra no Bairro Alto,
porque a festa é no Rossio!

Lisboa se vestiu de Rio
na franja do frio
dos embandeirados
barcos no Tejo.


há fumos! há cheiros na brisa
perfumes de namorados

Lisboa,
Coberta de luzes
qual manto de lantejoulas
na Rua do Capelão
Marinheiros soltam amarras
e as varinas o pregão
juntamente... os seus amores

Tomando café na Ribeira
entre um buquê de flores,

Lisboa chora!
Lisboa canta !
Lisboa Ri!

se esfuma no canto do Rio
comendo castanhas assadas
em cada final do dia,

Lisboa de mãos-dadas
apaixonadamente!

luizacaetano

QUADRO DE LUIZA CAETANO





"LISBOA E O TEJO"

Dora Dimolitsas



O despertar da consciência

O Espírito humano ama mais pela
Contemplação, e pelo ponto de vista.
Que brilha na aura da
D’Alma, e da inteligência.

A melodia que liberamos
Quando nossos sentimentos
Estão sintonizados

Nos faz criar
O tão sonhado
Elo de estabilidade
Á nossa volta...

Tão cantado por filósofos
E pelas musas.
A ciência Divina,
O folgo sagrado, a vida

Brotando, do centro, D’alma
A beleza do espírito
Que se move por si mesmo

Revelando toda manifestação transitória
Todo pensamento criador,
Toda essência.

O espírito divino,
A consciência despertando.

Dora Dimolitsas

PALÁCIO NACIONAL DE QUELUZ












Instituída em 1654 por Alvará Régio de D. João IV, a Casa do Infantado, pertença dos filhos segundos dos Reis de Portugal, incluía todos os bens confiscados aos simpatizantes de Castela após a Restauração de 1640. Neste património incluía-se a Quinta de Queluz e o Pavilhão de Caça pertencentes, desde o último quartel do séc. XVI, a D. Cristóvão de Moura, 1º Marquês de Castelo Rodrigo.


A "Casa de Campo" de Queluz deve a sua passagem a Palácio ao Infante D. Pedro (1717-1786), segundo filho de D. João V e de D. Mariana de Áustria, e irmão do Rei D. José (1714 -1777). O projecto inicial foi confiado ao arquitecto Mateus Vicente de Oliveira, iniciando-se as obras em 1747. Em 1752 encontrava-se já concluída a Capela, profusamente decorada em talha rocócó da autoria do mestre entalhador Silvestre Faria Lobo. O projecto global sofreria, no entanto, alterações e ampliações sucessivas até ao final do século.A uma primeira fase de construções, com o objectivo de ampliar a velha residência seiscentista situada na zona da actual cozinha, sucedeu-se uma segunda coincidindo com o anúncio do casamento de D. Pedro com a sobrinha, futura Rainha D. Maria I (1734 -1816), que teria lugar em 1760. Tornou-se, então, necessário dotar o Palácio de espaços e salas de aparato adequados a um Palácio Real, desempenhando papel fundamental neste processo o arquitecto francês Jean-Baptiste Robillion, que emigrara para Lisboa após a morte do seu Mestre, o ourives francês Thomas Germain.
Mateus Vicente, chamado para a obra de reconstrução de Lisboa após o Terramoto de 1755, permanece como Superintendente em Queluz, cedendo, no entanto, o papel principal ao arquitecto francês. Rodeado de um escol de artistas nacionais e estrangeiros, Robillion ocupa-se da decoração dos mais belos espaços - Sala do Trono, Sala da Música e Sala dos Embaixadores - acrescentando ao projecto inicial a ala poente, o Pavilhão Robillion e a Escadaria dos Leões, como solução cenográfica para vencer o desnível existente entre os jardins superiores e a "Quinta". Tanto os jardins geométricos "à francesa" que rodeiam o Palácio, como o resto do Parque são, então, decorados com estátuas, balaustradas, lagos e azulejos.

Colecções O Palácio Nacional de Queluz, residência de veraneio da Família Real na 2ª metade do Séc. XVIII e monumento aberto ao público desde 1940, integra um importante espólio de Artes Decorativas ilustrativas da evolução do gosto português de meados do Séc. XVIII ao início do Séc. XIX.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

BARCARA AUGUSTA



Antecedentes

O astrónomo e geógrafo grego Claudius Ptolemeu (c. 85 – c. 165), em meados do século II, referiu na sua obra - Geografia (8 v.) -, que a cidade de Bracara Augusta era anterior à Invasão romana da Península Ibérica. A recente pesquisa arqueológica, conduzida pela Universidade do Minho, identificou uma cerca defensiva com planta poligonal, reforçada por torreões de planta semi-circular, que remonta ao século III.

À época das invasões bárbaras, por sua importância e tradição, a cidade foi escolhida como capital do reino dos Suevos, acreditando-se que tenha diminuído de importância quando da sua conquista pelos Visigodos e de seu saque pelos Muçulmanos, e mesmo mais tarde, quando conquistada pelas forças cristãs do reino de Leão.

Embora não existam informações seguras sobre a evolução de suas defesas nestes períodos conturbados, sabe-se que, a partir do século XI, uma segunda cerca estava em construção, a Sul e a Oeste, complementando o troço Norte da antiga muralha romana. Sabe-se ainda que em 1145, o arcebispo de Braga, João Peculiar (1139–1175), garantiu aos cavaleiros da Ordem dos Templários uma importante casa na cidade.


O castelo medieval


A partir do século XIII, uma nova fase construtiva se inaugurou, com o abandono do troço norte da muralha romana e um crescimento da urbe em torno da Sé-Catedral. Existem poucas informações acerca desta fase, tão somente as de que, sob o reinado de D. Dinis (1279-1325), iniciou-se uma nova cerca, complementada por uma torre de menagem. As obras progrediram com lentidão e, no reinado de D. Fernando (1367-1383), a nova cerca se mostrou ineficaz, permitindo a invasão da cidade por tropas de Castela na década de 1370. Durante a crise de 1383-1385, Braga, juntamente com outras cidades do norte de Portugal, manteve-se fiel ao partido de Castela. Entretanto, tendo o novo soberano sido aclamado nas Cortes de Coimbra de 1385, a cidade franqueou-lhe as portas. D. João I (1385-1433) também dispensou cuidados a essa defesa, a partir de quando a cerca foi reforçada com novas torres, de planta quadrangular.

Do século XVI aos nossos dias


A partir do século XVI, entretanto, a perda da sua função defensiva era comprovada pela quantidade de edificações adossadas à cerca, pelo exterior.

Em 1906, o Castelo de Braga foi demolido, restando apenas a sua Torre de Menagem.

Mais tarde, a Torre de Menagem e alguns troços da muralha medieval foram classificados como Monumento Nacional por Decreto publicado em 23 de Junho de 1910.


Características


A partir do século XIII a cerca da cidade passou a apresentar planta aproximadamente circular. A combinação entre a pesquisa arqueológica e a documental permite reconstruir o seu traçado em linhas gerais, embora se desconheça a localização precisa das portas (das quais se tem notícia de, ao menos, quatro) e das torres. A partir da chamada Porta Nova, construção setecentista que substituiu uma das suas primitivas portas, corria a nor-nordeste pelo traçado da Rua dos Biscainhos, balizava pelo norte o então chamado Campo da Vinha, e virando a sueste pelo traçado da Rua dos Capelistas ia entestar com a muralha propriamente do castelo, após o que, volvendo sucessivamente a sudoeste, ao sul, a nordeste e de novo ao norte, passava pelo Campo e Torre de São Tiago, Largo das Carvalheiras e Largo de São Miguel-o-Anjo, para concluir na Porta Nova.

A leste, a torre de menagem, é o principal remanescente do castelo erguido sob o reinado de D. Dinis. De planta quadrada, em estilo gótico, ergue-se a aproximadamente trinta metros de altura, dividida internamente em três pavimentos. No alto, uma janela geminada e matacães nos vértices. No topo uma coroa de ameias. Na torre e no alçado oeste, as pedras-de-armas de D. Dinis.

* BRAGA - BARCARA AUGUSTA*







Braga por um canudo



Braga, cidade de múltiplos e peculiares hábitos, assume-se simultaneamente como histórica e moderna, onde a inovação se une harmonicamente com a tradição.

Terra de imponentes igrejas e monumentos barrocos, destacando-se a Sé Catedral e o Bom Jesus, que observa por um canudo cenários de sucesso e prosperidade de que fazem ponte o comércio e a industria e a cultura, tal como a Universidade do Minho e outras instituições de ensino.


Barcara Augusta!

Assim se chamava uma das cidades mais antigas de Portugal,fundada no tempo dos romanos. É uma cidade cheia de tradições e rituais onde a História e Religião vivem de mãos dadas.
Como se sabe Braga é considerada como "A Cidade dos Arcebispos", é também considerada como a "Roma Portuguesa", isto porque O Arcebispo D. Diogo de Sousa influenciado pela sua visita a Roma resolve desenhar uma cidade onde as praças e igrejas abundam tal como em Roma.
Braga é assim considerada o coração do Minho por estar localizada no centro dessa mesma província, reunindo um pouco de todo o Minho e todo o Minho reúne um pouco de Braga.Também é considerada a Cidades dos Três Sacro-Montes,isto porque temos três importantíssimos santuários que a compõem nomeadamente, Bom Jesus, Sameiro e Falperra, situados a Sudeste da cidade.
Assim esta cidade acaba por se manter sempre "acordada", sempre com tradições e rituais que nem com o passar do tempo caíram no esquecimento, é bom ver que até as gerações mais recentes continuam aderir espontaneamente a este tipo de coisas.

Só agora é que senti o papel importante que Braga teve para a história do nosso país e de como (diz o velho ditado) É BOM VIVER EM BRAGA!!

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Recebi de minha amiga Claudia!





Ninguém vive só



Roque Schenfelder




Ninguém vive só...
mesmo as estrelas do céu brilham juntas.

Mesmo as águas do oceano correm em conjunto.
Mesmo as lágrimas rolam duas a duas,
não raro acompanhadas de sorriso...

Ninguém vive só...
Mesmo as folhas pequeninas dos arbustos
dormem juntas.
E os pássaros cortam ares em revoadas.

Ninguém vive só.
Mesmo as pedras procuram o caminho,
porque o caminho não é deserto,
mas transitado pelos homens.

Mesmo as flores procuram o jardim,
porque os jardins são visitados.
Mesmo os perfumes procuram as flores,
porque a flor perfumada exerce maior atração.
Ninguém vive só...

E nessa grande harmonia de conjunto,
resta a constante busca de "outro",
neste irresistível poema de sociabilidade,
nós nos situamos também como gente.
Ninguém vive só...

Julio Teixeira de Lima



SENDA

Caminha...
Porém assim de cabeça abaixada
O teu costado pesa
Pesa-te esse fantasma e nem é nada!

É o medo cego que às cegas levas,
Mas pra quê o levas, na tua estrada?
Mas ainda que por ela vás sozinho
Ela é o teu caminho

E a tua porta de entrada!

Pensa nela com afeto e com carinho
E ainda que por ela vás sozinho
A impedir-te quem se atreve
Sigas leve o teu destino?

A tua estrada?

Caminha...
E já agora de cabeça levantada
Segue em frente,
O teu destino incontinente
que só tu conheces as tuas pegadas.

Segue em frente

Seja através das pedras seja em tua mente
Não importa segue em frente
E não te prendas
Nem te iludas mais com nada

Mais com nada...

Conquanto sim, para onde vais
É um lugar desconhecido
E só tu o poderás reconhecer
Que aí ninguém nunca haverá ido

Por ser aí onde és só tu sozinho em teu ser.


Julio Teixeira de Lima