Em meu mundo de encanto,repasso as poesias de amigos e de poetas que me fazem sentir o encanto da vida.
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quinta-feira, 24 de maio de 2012
LUIZA CAETANO
INSUSTENTÁVEL LEVEZA DE SER
As palavras caiem pesadas
no vácuo azul
entre o céu e o mar
uma distância
feita de gestos outrora
sonhados
em barcos azuis
Meus olhos
encharcam-se de espanto
fechando-se sob o pranto
de uma inevitável tristeza
Do outro lado de mim
as pontes ruíram
num pressentido fragor
de guerra e de amor
Estende-se agora um manto
de névoa num casulo azul
guardando intacta
toda a beleza
Luiza Caetano
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LUIZA CAETANO
IN MEMÓRIAS
Deixámo-nos
sem adeuses nem alarde
entre o meio dia
e o meio da tarde.
Pela porta traseira
das nossas vidas
um silêncio branco
sepultado de eternidade
Luiza Caetano
Deixámo-nos
sem adeuses nem alarde
entre o meio dia
e o meio da tarde.
Pela porta traseira
das nossas vidas
um silêncio branco
sepultado de eternidade
Luiza Caetano
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LUIZA CAETANO
ENCONTRO
As mãos nas mãos
dessa primeira vez
como música
no interior das veias
dum silêncio nervoso
e perturbado
Entremeias à beira mar
dum mar quase anoitecido,
mãos nas mãos
como se mal tivesse nascido.
As palavras quase a medo
murmuradas
na atlântica capela sistina
entre os lábios do mar
e a sina da maré cheia
Mãos nas mãos,
surpreendemos a areia
numa prece de rezar
Luiza Caetano
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LUIZA CAETANO
V I A J A R
É como subir ao cume
de caminhos pressentidos,
sentir o sangue fluir
em mil fantasias
ou desvendar fronteiras
de um secreto rio.
Viajar é como
trincar maçãs proíbidas
entre as alegrias
da distância
e a emoção de conseguir.
Entre o ir e o regressar
a mágica sensação
de tocar o mundo
com o coração
Em ti, sempre essa fome
que a ânsia desvanece
como o caroço de um fruto
quase proíbido
que se merece.
LuizaCaetano
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LUIZA CAETANO
Se é apenas a memória
que resta
nas arestas de nossos corações
onde as emoções
se alimentam
como urubus sedentos
dessa festa antiga que vivemos?
Que nos resta então
senão
passarmos a ponte
rumo a outro horizonte?
Não sei viver
com esta incerteza
no meu peito
Ou
a eterna certeza
de ter e de te não ter...
absurda sensação de morrer.
LuizaCaetano
Se é apenas a memória
que resta
nas arestas de nossos corações
onde as emoções
se alimentam
como urubus sedentos
dessa festa antiga que vivemos?
Que nos resta então
senão
passarmos a ponte
rumo a outro horizonte?
Não sei viver
com esta incerteza
no meu peito
Ou
a eterna certeza
de ter e de te não ter...
absurda sensação de morrer.
LuizaCaetano
DIZER ADEUS
Dizer Adeus
ainda que em silêncio,
é partir
para o outro lado de mim ...
É como morder as lágrimas
em cada aceno
e passar a derradeira fronteira
do oceano branco e breve
de alguma secreta embarcação
Lá no cais velho das partidas
onde os barcos chegam e partem
e se esvaziam para sempre
de nossas vidas.
LuizaCaetano
"MEU REINO"
Já passei fronteiras
que doeram demais
para além do limiar
e do sentir
Fui cigana
de sinas consentidas
e
vi morrer o Sol
em muitas vidas
Hoje
sou a senhora do Mar
onde o verso
por vezes vira reverso
Sou a senhora de mim
A minha escrava
e também Raínha
Me conquistei
à custa da dor
e o meu reino
também foi de Amor.
LuizaCaetano
que resta
nas arestas de nossos corações
onde as emoções
se alimentam
como urubus sedentos
dessa festa antiga que vivemos?
Que nos resta então
senão
passarmos a ponte
rumo a outro horizonte?
Não sei viver
com esta incerteza
no meu peito
Ou
a eterna certeza
de ter e de te não ter...
absurda sensação de morrer.
LuizaCaetano
Se é apenas a memória
que resta
nas arestas de nossos corações
onde as emoções
se alimentam
como urubus sedentos
dessa festa antiga que vivemos?
Que nos resta então
senão
passarmos a ponte
rumo a outro horizonte?
Não sei viver
com esta incerteza
no meu peito
Ou
a eterna certeza
de ter e de te não ter...
absurda sensação de morrer.
LuizaCaetano
DIZER ADEUS
Dizer Adeus
ainda que em silêncio,
é partir
para o outro lado de mim ...
É como morder as lágrimas
em cada aceno
e passar a derradeira fronteira
do oceano branco e breve
de alguma secreta embarcação
Lá no cais velho das partidas
onde os barcos chegam e partem
e se esvaziam para sempre
de nossas vidas.
LuizaCaetano
"MEU REINO"
Já passei fronteiras
que doeram demais
para além do limiar
e do sentir
Fui cigana
de sinas consentidas
e
vi morrer o Sol
em muitas vidas
Hoje
sou a senhora do Mar
onde o verso
por vezes vira reverso
Sou a senhora de mim
A minha escrava
e também Raínha
Me conquistei
à custa da dor
e o meu reino
também foi de Amor.
LuizaCaetano
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terça-feira, 22 de maio de 2012
Graciela da Cunha
MINHA RETROSPECTIVA
Hoje faço uma retrospectiva
de minha vida e vejo o quanto
perdi, o quanto deixei de falar
EU TE AMO para pessoas
que por mim foram queridas.
Sinto-me culpada pelo peso
do desamor e da desunião,
se pudesse voltaria atrás
e faria tudo diferente.
Vivi minha infância
em turbulência, sem ter
o amor necessário que uma
criança necessita.
Não culpo ninguém...
Só o tempo vai me dar as respostas
necessárias para as mágoas que carrego.
No meu coração, sinto o desamor
que ficou guardado desde a minha tenra infância.
Portanto não deixe de dar
atenção e carinho para as pessoas,
pois você pode se arrepender
por não ter dado tudo que poderia
doar - como por exemplo - uma palavra
de conforto para alguém que necessita de carinho.
Pense nisso!!!!!
(Graciela da Cunha)
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domingo, 13 de maio de 2012
Flor de Esperança
TROVAS PARA VOCÊ MAMÃE:
Quando a noite a solidão
perdidamente chorava,
angustiando o coração,
MÃE sorrindo acalentava.
MÃE sensível, carinhosa
canta linda melodia,
em nota harmoniosa
que me oferta todo dia.
Em seu coração plantou
Jesus, o amor mais bonito
e a teus filhos ,dedicou
amor perfeito: Infinito.
Somos eternas crianças,
mesmo depois de crescidos,
inda guardo nas lembranças
nossos bons tempos vividos.
MÃE, queria lhe ofertar
uma linda jóia cara,
dificílimo encontrar,
pois você é jóia rara.
MÃE, amor, dedicação,
sempre assim, sem se cansar,
na essência do coração
só existe o verbo amar!
(Flor de Esperança)
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sexta-feira, 11 de maio de 2012
"O breu"
(Foto- Elisa Lucinda)
O breu,
meu eu
Deus meu
Alguém chamou minha mãe
e não pediu a mim
Alguém de algum Deus, algum querubim
retirou-a de cena sem a minha permissão
Alguém arrancou-me o umbigo
sem falar comigo
Alguém, de alguma misteriosa verdade,
Puxou-lhe o fio da vida, a echarpe, a pipa, a idade
Alguém anjo a levou pra compor outro coral
Alguém roubou de mim a sua voz
e sua música que era o meu melhor vento
Adeus moqueca, adeus convento,
Alguém levou meu mundo, meu invento,
minha bruxa boa, meu ungüento
Estou ainda de vestido azul de bolinha
calcinha de babado, sentada na calçada, sozinha
Minha mãe não está na cozinha, no piano, na aula, na vizinha
Alguém badalou meia-noite e a Cinderela virou açoite, pernoite.
É breu, Deus... um buraco fundo, um vão sem chão, o infortúnio
Quero ao menos que, ao morrer o criador, não se vá também a criatura.
Está escuro, quero luz, dá-me a luz...
Alguém desatarraxou daqui minha lâmpada maravilhosa
Agora não posso mais ter febre
Agora ninguém mais reza e não há compressa
Agora eu estou com pressa.
(Da série "Divalda Blues")
LUCINDA, Elisa. "O breu". In: O semelhante. Rio de Janeiro, RJ: Record, 5ª ed., 2006,
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