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sexta-feira, 31 de outubro de 2008

"ROMÃ E ÁRVORES"


Romã e árvores

Esta união, de facto,
que se desfaz,
como céu sem estrelas,
de mãos não dadas,
de laços e tratados mal apertados,
de parentesco sem raízes,
de intuitos sem fé,
nem ideologia,
espera a derrocada,
que seja pretexto
à liberdade suprema,
como península,
que se quebre
em ilha
e navegue aos mares do possível
e de futuro.
Consagra-me o destino,
um irmão de sangue,
que nossas casas
sejam geminadas
até à alma,
e outros,
que virão, unidos pela palavra
e ao coração de todas as histórias.
Persiste uma flor,
ao efeito de quaisquer ventos,
enlaçada ao ramo da esperança;
quer ser romã
e árvores.
E eu, por vontade de todos,
também os serei.

joão m. jacinto

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