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quinta-feira, 16 de outubro de 2008

MANUEL MARQUES

Rua Garrett - Chiados Sem Fim
por Manoel Marques
marbm1@gmail.com




Rua Garrett, Lisboa

É um milagre!

Os vultos tomaram a carne e o osso!

Regressaram!

Temos tertúlia, com a Júlia, amante secreta do Getúlio, brasileiro secreto que entrevistava Pessoa em sonhos no Chiado em ‘36 porque não sabia distinguir entre absinto, realidade e poesia!

E os vultos tomaram forma, carne e osso e voltaram!

Depois de viagens noutras terras e do poeta Chiado centenas de anos antes, pela alcunha, ter eternizado a vida infernizado os vultos, o Garrett, Almeida tomou aquilo tudo para si. Seriam as viagens apenas um delírio?

Mas as estátuas ganharam vida e desceram do pedestal.

O Luís Vaz, o António Chiado, o João antes de ser Visconde de Garrett, até o Pessoa saiu da Brasileira e foram rua acima, imperial abaixo que os tempos eram outros
e novas desventuras nasceram.

Novas óperas nasceram no São Carlos.

Novas vizinhas alcovitavam acerca dos saiotes da Rainha Dona Amélia ou regressávamos ao século XIX no Teatro da Trindade sem cevada, apenas os senhores da nobreza que não se lavavam e alguém sempre desmaiava com o cheiro. Mas o requinte era evidente e a mensagem de esquecimento apenas divertimento.

Até o Eça por ali andava com Afonso da Maia a descer para a Havaneza no saudoso século XIX.

Até no século XX antes do medonho Oliveira, azeitonas podres Salazar, dos vultos que nunca partiram que a memória solene deixaram para sempre nos deleitarem!

….dedicado aos vultos que vivem nas nossas almas, que falam connosco a todos os instantes, que nos dão vida e fazem da vida o que vale a pena!

Sob a batuta do Visconde Garrett, mas sem esquecer António Ribeiro o Chiado, o Deus Pessoa e as doses industriais de absinto e bicas poéticas, até do admirável Afonso da Maia, da mente prodigiosa de Eça de Queirós que tem vivido comigo a vida quase toda numa placa ao fundo da rua!



(Respeitem os diretos do autor)

Matéria publicada na Revista Eletrônica "O PATIFÚNDIO"

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