@mor e outros devaneios
Até que expoente é necessário que a palavra amor seja elevada para ser credível.
Bem amor como forma abstracta de relacionar com outra. Mas o facto é que não por elevarmos mil milhões de vezes que palavra amor tem credibilidade se não acompanhada pelo pormenor. Não será esse pormenor que trocaria por mil milhões de repetições da palavra amor.
A verdade é que nada disso acontece e a outra verdade intrínseca é que a temática amor é das mais abordadas dos todos os temas juntos e é transversal a toda a história da humanidade.
Foi com a sedução do amor que tudo começou dizem a igreja, desde logo a CULPA. Como se numa relação a culpa fosse o factor determinante para o sucesso ou não de uma qualquer relação. Mas e se de repente ficarmos enamorados connosco próprios e decidimos de um momento para o outro que já não gostamos de nós próprios? Como fazemos para demonstrar ao outro, o eu que já não gostamos de nós mesmos? Como é possível fazer uma birra de amor?
O facto é que o agradar a outra pessoa é … bem não é!
Desde logo o facto de tentar agradar a outra pessoa é desde logo sinónimo que não existe amor-próprio e que essa relação não tem nem pode ter futuro. Pois tudo gira á volta do não existir de o não ter a final “amor é fogo que arde sem se ver” é uma “coisa” que não se explica.
É o correr atrás de algo imaginado mas que acreditamos piamente que existe, juramos a pés juntos que existe embora nunca o tenhamos visto de todos sabem mais tarde ou mais cedo que efectivamente não existe.
Mas o amor tem cor, que cor é essa? É sempre a mesma cor? Como explicamos à pessoa que queremos conquistar essa coisa? Bem no fundo é uma coisa porque não existe, não é palpável, não tem cor, nem cheiro. Não podemos dizer que está aqui ou ali. Lutamos apenas porque lutamos.
Lutamos sem fim à vista porque não existe simplesmente não existe, lutamos porque lutamos e lutaremos até que possamos falecer com a paz do último suspiro e levarmos na nossa bagagem o dever cumprido. Lutamos para alcançar um desígnio que sabemos desde logo que não existe e nunca será alcançado mas nunca deixaremos de lutar porque acreditamos piamente que existe embora saibamos ante mão que não existe. Vamos “caminhando o caminho” não sabemos onde vamos, apetece ficar parado desafiar a lógica de procurar o porto de abrigo seguinte, sim existe. Estará lá, é um facto indesmentível. Mas agora o que interessa é bloquear não, não interessa os outros. Do alto de um vulgar narcisismo não interessa o resto o meu umbigo é o centro do mundo e é de lá que o verdadeiro amor irá brotar. É a vida que gera vida.
É a vida que gera amor e amor que gera vida, aqui não existem barreiras apenas lutamos porque lutamos, apenas lutamos porque queremos lutar porque lutamos porque lutamos.
Quando somos atingidos por um raio arrebatador que nos faz viajar para planetas distantes imaginados, sim imaginados porque quando a realidade cair será pior que um trovão. Mas parar de lutar? Jamais! A luta continuará, resistirá, perdurará sem mácula nem vislumbre de uma qualquer desistência. Haverá sempre alguém que continuará a procura sem esgrimir a mais pequena resistência o afoito é uma característica dos batalhadores, lutamos porque lutamos, simplesmente porque lutamos porque lutamos. Pode haver barreiras naturais intransponíveis, lendas e mitos que nos façam re-pensar, fantasmas e papões que nos façam sombra mas jamais, jamais esta procura incessante irá terminar.
Tão simples quanto isso, lutamos porque lutamos.
Lutaremos até que as carnes do nosso corpo assim o deixem, carnes essas que em tempos evidenciamos como nosso orgulho e que depois as tapamos como sendo as nossas tristezas. Carnes essas, ora procuradas ora desprezadas mas nunca deixam de ser carnes mesmo que a pessoa em si possa ser está instável ou duvidar do “si” mas as carnes nunca deixam de ser as carnes. Apodrecidas, esquecidas, trastes, mas a luta não para nem parará.
Lutamos pela simples razão que lutamos. Lutamos porque lutamos.
Dinis Medo
(Respeitando os direitos Autorais)
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