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AROMAS
As flores são um mistério genuíno e se abrem no colorir das nossas fantasias. Reflectem a beleza e nos aromas, empolgam a sabedoria profunda das crianças. Elas nos ensinam a pureza da alegria num tempo cheio de contradições, onde os adultos no seu egoísmo cobarde, se recolhem na injusta e revoltante selvajaria de si mesmos.
A alma vive no silêncio das coisas secretas que não são ditas, e as que são ditas, vivem no tempo em que a alma por vezes não sente.
A saudade fica nos fluídos da Terra, e o céu chora aquilo que não pode acolher.Tantos no sangue rasgam a dor na saudade, que a mesma dor não deixa partir.
Os cornos do Inferno deixam a humanidade a pecar, e o demónio ri-se daqueles que só desejam amar.
Meus sonhos descem entre um grito de fluídos, um abraço se perde na dor que embriaga e a ferida grita no abismo do álem. Os céus rasgam-se na cor de sangue e jamais encontro a doideira da eternidade.Nunca mais chego!!!
Tudo se ganha, tudo se perde, tudo passa na sabedoria imperceptível do tempo,e o tempo é a voz do vento a sentir a vida inesquecível.Curta ou longa, na tristeza ou na alegria, será sempre tão fugídia de tão breve.
Os humanos adoram elogios e admiram quem os faz rir,mas por vezes estúpidamente amam a quem os faz chorar.
Na flora, esvoaçam as aves, flutuam abelhas, pirilampos luminosos e lindas borboletas, nas noites brilhantes cintilam as estrelas celestes, viajam as luas e astros cometas. Imagino trovões rugidores, piores que balas de canhão, como pássaros livres caiem pérolas brancas sobre os altos pirinéus. Surgem aeronaves da civilização, caça aviões, mísseis de guerra, bombas químicas e nucleares, mais helicópteros espiões. As prisões dos homens estão nos novos céus, em festa mostram o poder e lembram de Deus ao abandono como suave cetim.Impiedosamente e na orgulhosa vaidade, porque será que os rasgam em liberdade, diante de ti e de mim?
A aldeia vive perto da maresia e do imaculado amanhecer. Acordam os pássaros cantam os galos e ouvem-se os cães a ladrarem. Tranquilidade da manhã a sussurrar, o ar fresco geme, envolve a terra e no desabochar os perfumes das flores e do mato. Corre o rato e o gato, salta a lebre ao de leve, desperta o sol com recato, sobe o pastor devagar e mais longe treme o neurótico mar, que a murmurar nunca adormece.Ah, a serenidade se assim permanecesse na paz, nem se ouviriam as vozes impostoras, nem os grunhidos dos porcos dentro das pocilgas. Ali, na distância a nostalgia. Vida... vida, vida, que bom seria, que bom seria.
Á esquerda podes morrer logo, à direita não te matas mas podem esfolar-te vivo, ao meio será que esticas o pernil? Em cima pode caír-te a montanha e em baixo poderás morrer sufocado.
Maia de Melo Lopo.
Não há
Não há veneno que mate o vírus da inveja e da malidecência, nem há quem espante o cheiro imundo da podridão.
As cigarras cantam de dia, os grilos cantam de noite. Vivem no buraco da natureza, montam guarda nas manhãs e nas noites de verão.Tocam violoncelos que castigam a novidade de um triste olhar e sente-se a vida infeliz a assassinar o belo sonho da paixão. Tal como Deus chora o amor inimaginável o inverno geme a saudade intolerável, não se ouve mais o canto do grilo e da cigarra e alguém descrente acaba de virar as costas aos excessos dos mundos.Com as mãos encharcadas de sangue, privou-se de todos os sentidos profundos e na fria escuridão também o seu coração deixou de cantar.
Farrapo humano é o escravo e cego amante que coloca o injusto amor num pedestal.A fingir aceita migalhas de alegria, sem limites, a vontade vigia de quem pisa com os pés e quer ser feliz sem juíz ou lei de tribunal. Coisa minha... coisa tua, se ajoelha e me devora, ai coisa gostosa e mais linda que tu és.Capacho é o impostor e cruel amor que limita ou engana a vencer... na fria dor espezinha ou faz sofrer e só sobrevive de golpes e pontapés.
O desejo corre insatisfeito, bate louco como uma canção. O amor a flutuar vive doido e no ar no impulso imcompleto. No fresco jardim um longo beijo provocante na linda e cândida flor... dá e tira e está sózinho o segredo eterno. Sonha no gostinho o esplendor, o coração dá voltas dentro do peito e no leito do querer a paixão tem alarme e em ira desfalece.Roça o desejo na pele da amante, dentro da boca a troca quente, toque tão fundo... toque perdido e arrepiante, que de velhaco tanto estremece.
A razão do coração sente o segredo do amor, mas o segredo esquece, é contraditório e não ama. A cabeça finge, ignora, nem ouve a razão e só foge do que a faz sofrer. O coração acha não ser digno de perdão se o perdão é coisa vaga, o meigo amor pensa que brilha ou na esperança tudo acha, encanta-se a arder no mistério e na cõr da chama só duvida, faz doer e não afaga.No feitiço do inferno não há preces, a alegria vive sonhos de agonia que a paz não merece, a razão obscura só engana o coração, pouco ou nada conhece, e no segredo quase tudo apaga.
Maia de Melo Lopo.
2 comentários:
que lindo minha amiga querida, realmente é um encanto mesmo!
eu não conhecia a amia melo adorei lindo bjkas
ELLEN.
Ellenzinha...querida minha!
A amiga Maia de Melo Lopo,não gosta muito de ser divulgada,foi com grande custo que a convenci,para me deixar postar esses pensamentos dela,que além de escritora,poeta é também uma artista plástica,muito respeitada no meio artístico.
Obrigada, querida por sua linda e amável visita.
Volte sempre!
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