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terça-feira, 7 de outubro de 2008

Amália,sempre Amália


Amália,sempre Amália!




No século XX, quando Portugal atravessava o período cinzento da ditadura de Salazar, o empobrecimento e as guerras coloniais, surgia refulgente uma das mais belas vozes femininas do mundo: Amália Rodrigues. Dona de um carisma que conquistou não só o seu país, como o mundo, Amália Rodrigues traduziu a voz de Portugal nos quatro cantos do planeta. Do Estado Novo à Revolução dos Cravos, da perda do império colonial ao ingresso na União Européia, a figura de diva da Amália Rodrigues esteve presente. A voz que cantou Camões, que na sua beleza de tágide, representava tão bem a alma lusitana, a essência do povo que inventou a saudade e perpetuou este sentimento nas suas digitais.Em Lisboa falava-se no mito da Amália nos bares, na câmara, no metropolitano, nas ruas, nas casas de fado de Alfama e do Bairro Alto, ela era unanimidade, o símbolo vivo daquela cidade que a viu nascer. Envelhecida, Amália Rodrigues era homenageada o todo momento, reverenciada, amada por todos. E aquela paixão do povo português era bem recebida por ela. Jamais recusou dar um autógrafo ou um sorriso a um fã, gostava de ser amada, precisava do carinho do seu público como precisava do ar para respirar.Na década de noventa, Lisboa perdera um pouco da verve lusitana, tornando-se mais européia. Amália Rodrigues era o patrimônio vivo dessa verve, era o século XX português retratado em todas as décadas. Trazia uma boca excessivamente vermelha, como uma das cores da bandeira portuguesa, dona de uma voz que dilacerava os sentimentos por ela cantados, tudo nela era de um magnetismo que despertava a paixão incondicional do seu povo.Quando Amália Rodrigues morreu em outubro de 1999, Portugal perdia o seu maior patrimônio artístico. Amália deixava de vez a vida que consagrara à arte e ao seu povo, para assumir a condição de mito, que jamais ofuscará a mulher que foi.Amália Rodrigues está sepultada no Panteão Nacional, local onde estão sepultados muitos dos reis portugueses. Pela primeira vez na história daquele país, uma cantora de fado, vinda de Alfama ao lado de grandes heróis.

(By Google)

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