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sábado, 24 de outubro de 2009

PARA LENINHA-SOL!!!!!!!!




Obrigada,amiga,pelo carinho!
Beijinhos....

PARA LENINHA-SOL!!!!!!!!




Obrigada,amiga,pelo carinho!
Beijinhos....

Pássaro do Amor




Pássaro do amor.



mudo de cor ...

viro flor,

Brilhante,

incolor.

Raio de Sol,

o pássaro do amor...

Menina, mulher,

Olhar e riso,

pra te ver ,

te lembrar,

te encontrar,

Ali repousar.

Mudo de cor...

pra que me chames,

me escondo,

no verde da folha,

na pétala da rosa,

agora sou perfume.

me disfarço,

encosto,

viro sombra ...

Não é a tua.

é a minha...

eu sou cada pensamento teu.

namoro contigo,

moro,

habito...

Tua luz,

Tua Vida.

Tua casa

Teu Amor.



beijo com amor.
L.SOL

Amor de Sol

Amor
o infinito silêncio
diante de todas as palavras.
se entendes,
é mais que um corpo de carne,
que nem quero te ofertar...
O que te ofereço,
é a luz perfeita
essa é tua...
é esse o corpo que é teu.
A vida que guardei pra percorrer contigo todos os caminhos,
e colher todas as flores ...
te enfeitar.
é o que conheço,
por isso esse caminho,
que percorro com prazer...
e tiro os sapatos.

LSol
13.10.09

DIVINAS

Repito tuas frases
como se te ouvisse ,
um sorriso terno de meus lábios
acariciam...
ouço,
teu modo de conduzi-las...
repito
e afago cada uma,
preciosas...
divinas!
Repito tuas frases,
Saudosa de ti.

L.Sol
20/10/09

TROVADORISMO

É o período da literatura, que vai de 1189 a 1434. Foi uma forma de expressão artística, característica dos poetas medievais.
Os ségreis eram os declamadores profissionais, que faziam poemas, iam de castelo em castelo e cobravam para recitá-los. Os jograis declamavam os poemas de outros escritores. Foram os que mais contribuíram na divulgação do estilo literário. Percorriam castelos, cidades, animando feiras, festas e torneios.
Os trovadores eram nobres que faziam poesias, compunham as músicas que as acompanhavam e recitavam entre amigos e parentes, por amor à arte.

Esses três tipos de recitadores difundiam um tipo de composição poética de origem provençal (sul da França), que se expandiu no século XII, por grande parte da Europa. O trovador representava os ideais da cavalaria, com a glorificação do amor distante e a idealização da mulher, criatura considerada a mais nobre e respeitável. O cavalheiro perfeito era corajoso, leal, namorado galante e fiel.




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LIRISMO TROVADORESCO
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Quando as poesias eram recitadas, ou cantadas por coros gregos, instrumentos como o alaúde, a flauta, a lira, a viola faziam o acompanhamento, criando uma atmosfera apropriada.
As poesias líricas tinham caráter subjetivo, expressando os sentimentos e experiências próprias do poeta.




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Tipos de cantigas
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Cantiga Provençal
Havia duas correntes de poetas: os que procuravam o estilo claro, simples, direto e os que procuravam o modo mais rebuscado e obscuro.


"Quando o rouxinol entre as folhagens
cede ao amor, chama-o e acolhe-o,
e lança seu canto portador de alegria,
e contempla à vontade sua companheira;
quando os riachos são límpidos e os prados floridos
dessa alegria nova que reina em toda parte,
uma grande alegria me invade o coração..."

Jaufré Rudel (estilo claro)

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LÍRICAS - cantigas de amor e cantigas de amigo
Cantigas de amor
O tema é o amor cortês, ambientado nos palácios. O trovador declara seu amor à sua "Senhora", uma dama aristocrática, distante, superior, a quem se mostra submisso, implorando sua atenção. O sofrimento do homem é constante, diante do amor quase sempre não correspondido.
"Como alguém que enlouqueceu,
senhora, com as grandes dores que viu,
e não foi feliz e nem dormiu
e depois, minha senhora, morreu:
Ai, minha senhora, assim morro eu!"

Canção da Ribeirinha (1189)
Paio Soares de Taveirós
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Cantigas de amigo
Surgiram do sentimento popular. Sua linguagem é mais espontânea. A princípio não eram escritas, mas após o surgimento das cantigas de amor, passaram a ser concretizadas em textos. Foram reunidas em volumes chamados cancioneiros.
Eram escritas por homens, embora o tema fosse os sentimentos femininos, os sofrimentos de separação, saudade e incerteza, em relação ao amigo (namorado ou amante).
São ambientadas na zona rural. As personagens são a camponesa que sofre de amor e a quem faz confidências (amiga, mãe, ou elementos da natureza).
"Ai flores, flores do verde pinho!
Se sabeis notícias do meu amigo!
Ai Deus! E onde está?
Ai flores, flores do verde ramo,
Se sabeis notícias do meu amado!
Ai Deus! E onde está?
Se sabeis notícias do meu amigo,
Aquele que mentiu no que me jurou!
Ai Deus! E onde está?
Se sabeis notícias do meu amado,
Aquele que mentiu no que combinou comigo!
Ai Deus! E onde está?"

D. Dinis, o príncipe-poeta
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SATÍRICAS - cantigas de escárnio e cantigas de maldizer
Nessas cantigas, os trovadores satirizavam situações, como os costumes do clero, dos nobres, das damas, em situações de decadência, covardia, adultério, entre outros temas.

As cantigas de escárnio apresentam críticas indiretas e irônicas, nas quais se observa ambiguidade.

As cantigas de maldizer apresentam críticas diretas e grosseiras, em forma de denúncia.

POESIA SIMBOLISTA

Representa uma reação contra as idéias materialistas do Parnasianismo. Teve maior aceitação na Europa.
Características:

musicalidade - aliteração (repetição de som) e assonância (repetição de vogais e consoantes).
subjetivismo - presença do eu-lírico.
religiosidade
sugestões e simbologias
visão espiritual da mulher
culto ao vago, ao etéreo
Autores: Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimarães
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CRUZ E SOUSA - introdutor da poesia simbolista no Brasil. Suas poesias estão ligadas à espiritualidade e à metafísica. O emprego de iniciais maiúsculas nos nomes comuns tem o objetivo de destacar angústias e ânsias.
obras:"Broquéis" (poesia) e "Missal" (prosa).
ALPHONSUS DE GUIMARÃES - "Simbolista Perene".
obras: "Kiriale" (poesia); "Pastoral aos Crentes do Amor e da Morte" (prosa).


Violões que choram...
estrofes I a V
Ah! plangentes violões dormentes, mornos,
Soluços ao luar, choros ao vento...
Tristes perfis, os mais vagos contornos,
Bocas murmurejantes de lamento.

Noites de além, remotas, que eu recordo,
Noites da solidão, noites remotas
que nos azuis da Fantasia bordo,
Vou constelando de visões ignotas.

Sutis palpitações à luz da lua,
Anseio dos momentos mais saudosos,
Quando lá choram na deserta rua
As cordas vivas dos violões chorosos.

Quando os sons dos violões vão soluçando,
Quando os sons dos violões nas cordas gemem,
E vão dilacerando e deliciando,
Rasgando as almas que nas sombras tremem.

Harmonias que pungem, que laceram,
Dedos nervosos e ágeis que percorrem
Cordas e um mundo de dolências geram
Gemidos, prantos, que no espaço morrem... .

Cruz e Sousa

POESIA PARNASIANA

A poesia parnasiana é objetiva, descritiva e materialista, sem vínculo com a realidade. Outras características são a alienação, o rigor formal, a busca pela perfeição, a inspiração na Antigüidade clássica, a sensualidade, a presença de mitologia pagã e o uso de uma linguagem rebuscada.

PRINCIPAIS POETAS
TRINCA PARNASIANA - Olavo Bilac, Alberto de Oliveira e Raimundo Correia.


OLAVO BILAC - apresentou poesias de temas variados, como o lirismo amoroso, a morte, a velhice, a existência humana, além da História Antiga e do Brasil. Conhecido como o "principe dos poetas brasileiros".
obras: "Via Láctea", "Sarças de Fogo".
ALBERTO DE OLIVEIRA - o "mais parnasiano"; escreveu poemas sentimentais, descritivos e satíricos.
obras: "Vaso Grego", "Vaso Chinês", "Obras Parnasianas".

RAIMUNDO CORREIA - suas obras apresentam reflexões de ordem moral e social, com versos pessimistas e filosóficos.
obras: "As Pombas", "A Cavalgada".


Via láctea
Soneto XIII
"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" Eu vos direi, no entanto,
Que para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"

E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas."

Olavo Bilac


Vaso Chinês
Estranho mimo, aquele vaso! Vi-o
Casualmente, uma vez, de um perfumado
Contador sobre o mármor luzidio,
Entre um leque e o começo de um bordado.

Fino artista chinês, enamorado
Nele pusera o coração doentio
Em rubras flores de um sutil lavrado,
Na tinta ardente, de um calor sombrio.

Mas, talvez por contraste à desventura -
Quem o sabe? - de um velho mandarim
Também lá estava a singular figura:

Que arte, em pintá-la! A gente acaso vendo-a
Sentia um não sei quê com aquele chim
De olhos cortados à feição de amêndoa.

Alberto de Oliveira

Terceira Geração

TERCEIRA GERAÇÃO - Condoreirismo (voar alto, como o Condor, em busca da liberdade); poesia social.
Poesias voltadas para os problemas sociais, denunciando as condições dos escravos negros e defendendo as idéias abolicionistas. Procuram conquistar e convencer o público, diante da causa defendida.
Principais autores:
Castro Alves escreveu poesias líricas e sociais. Tratou de maneira mais crítica e realista as questões do amor e do nacionalismo. Suas obras são um prenúncio do Realismo, por sua linguagem mais objetiva. No entanto, são carregadas de emoção, característica marcante do Romantismo.
obras:"Os escravos", "Espumas flutuantes", "A cachoeira de Paulo Afonso".
Sousândrade estreou na literatura brasileira com a obra "Harpas Selvagens", em 1857. Suas poesias apresentam teor abolicionista e republicano, além de uma compreensão mais ampla e crítica em relação à pátria e ao indianismo.


Marieta
Como o gênio da noite que desata
O véu de rendas sobre a estátua nua,
Ela solta os cabelos... Bate a lua
Nas alvas dobras de um lençol de prata.

O seio virginal que a mão recata,
Embalde o prende a mão... cresce, flutua...
Sonha a moça ao relento... Além na rua
Preludia um violão na serenata!...

... Furtivos passos morrem no lajedo...
Resvala a escada do balcão discreta
Matam lábios os beijos em segredo...

Afoga-me os suspiros, Marieta!
ó surpresa! ó palor! ó pranto, ó medo!
Ai! noites de Romeu e Julieta.

Castro Alves

Segunda Geração

SEGUNDA GERAÇÃO - poesia ultra-romântica, "mal-do-século" - caracterizada pelo pessimismo doentio diante da vida, pela entrega à melancolia, aos vícios e atração pela morte.
Principais autores:
Álvares de Azevedo escreveu poesia, prosa e teatro. Suas poesias apresentam contradições (dualismos), temas macabros e o medo de amar fisicamente.
Casimiro de Abreu transmite em suas poesias a melancolia, a nostalgia, o saudosismo, a solidão, o pessimismo e uma visão idealizada da mulher. O amor associa-se sempre à vida e à sensualidade insinuada.
Fagundes Varela escreveu poesias carregadas de sofrimento e de religiosidade, devido à morte de seu filho. Apresenta também características diferentes, como a preocupação com problemas sociais e políticos do país, de acordo com a terceira geração poética.
Junqueira Freire apresenta obras influenciadas ainda pela tradição clássica, embora esteja presente o pessimismo mórbido característico da geração ultra-romântica. Suas obras estão relacionadas à sua vida religiosa. Apresentam dúvidas e conflitos entre a vida espiritual e a vida carnal, material.


Soneto
Pálida, à luz da lâmpada sombria,
Sobre o leito de flores reclinada,
Como a lua por noite embalsamada,
Entre as nuvens do amor ela dormia!

Era a virgem do mar! na escuma fria
Pela maré das águas embalada!
Era um anjo entre nuvens d'alvorada
Que em sonhos se banhava e se esquecia!

Era mais bela! o seio palpitando...
Negros olhos as pálpebras abrindo...
Formas nuas no leito resvalando...

Não te rias de mim, meu anjo lindo!
Por ti - as noites eu velei chorando,
Por ti - nos sonhos morrerei sorrindo!

Álvares de Azevedo

Gerações Poéticas

PRIMEIRA GERAÇÃO - indianista, nacionalista e religiosa - a pátria e os elementos nacionais, como o índio, são exaltados. É uma fase marcada pela idealização.
Principais autores:
Gonçalves de Magalhães foi introdutor do Romantismo no Brasil com sua obra "Suspiros Poéticos e Saudades", em 1836.
Gonçalves Dias é o maior representante dessa fase, com suas poesias voltadas para a natureza e os índios. Ele implantou e solidificou o Romantismo na poesia brasileira.


Canção do exílio
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso Céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite -
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Gonçalves Dias

POESIA ROMÂNTICA

Há um retorno aos valores medievais. Os temas estão ligados à religião, ao heroísmo, à exaltação da natureza e ao passado.
A fantasia, a impulsividade, o sentimentalismo, o mistério, os conflitos e a solidão são características marcantes.
Contrária à tradição clássica, apresenta uma linguagem mais simples e direta.
Os burgueses marginalizados transmitiam, através de suas obras, o negativismo, o sonho, a morbidez, o tédio. Já os burgueses engajados nas causas sociais se dedicavam aos trabalhadores oprimidos, aos escravos, exaltando em suas obras a liberdade, o progresso e os ideais republicanos.



sentimentalismo - a arte é centrada no coração, revelando o total envolvimento emocional do artista, que constantemente transmite tristeza, saudade e desilusão.
"Meu Deus! eu chorei tanto no exílio!
Tanta dor me cortou a voz sentida,
Que agora neste gozo de proscrito
Chora minh'alma e me sucumbe a vida!

Casimiro de Abreu


idealização - vários temas são idealizados, em meio à fantansia e à imaginação, com uso de comparações, metáforas e descrições minuciosas.
"Ó minha amante, minha doce virgem,
Eu não te profanei, e dormes pura:
No sono do mistério, qual na vida,
Podes sonhar apenas na ventura."

Álvares de Azevedo


egocentrismo - a maioria dos poetas românticos transmitem seus sentimentos mais íntimos e sua visão de mundo, voltados para si próprios.
"Era uma noite - eu dormia
E nos meus sonhos revia
As ilusões que sonhei!
E no meu lado senti...
Meu Deus por que não morri?
Por que no sono acordei?"

Álvares de Azevedo


medievalismo - interesse pelas origens do país, do povo e da língua. No Brasil, o índio representa as origens.

subjetivismo - os assuntos são tratados de forma pessoal, de acordo com os sentimentos e a maneira de pensar do poeta. Não é uma realidade total, mas parcial.

POESIA ARCADE

POESIA ÁRCADE

As principais características são o bucolismo, o pastoralismo, o objetivismo e o retorno à antigüidade clássica.


Principais autores e obras:
Tomás Antonio Gonzaga - "Marília de Dirceu";
Claudio Manuel da Costa - "Vila Rica" ;
José Basílio da Gama - "O Uruguai".



Soneto
Onde estou? Este sítio desconheço:
Quem fez tão diferente aquele prado?
Tudo outra natureza tem tomado,
E em contemplá-lo tímido esmoreço.

Uma ponte aqui houve; eu não me esqueço
De estar a ela um dia reclinado!
Ali em vale um monte está mudado
Quanto pode aos anos o progresso!

Árvores que vi tão florescentes,
Que faziam perpétua a primavera:
Nem troncos vejo agora decadentes.

Eu me engano: a região esta não era
Mas venho a estranhar, se estão presentes
Meus males, com que tudo degenera!

Cláudio Manuel da Costa





"Marília de Dirceu"
Eu, Marília, não sou algum vaqueiro
que viva de guardar alheio gado,
de tosco trato, de expressões grosseiro,
de frios gelos e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal e nele assisto;
dá-me vinho, legume, fruta e azeite;
das brancas ovelhinhas tiro o leite
e as mais finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
graças à minha estrela!

Eu vi o meu semblante numa fonte:
dos anos inda não está cortado;
os pastores que habitam este monte
respeitam o poder do meu cajado.
Com tal destreza toco a sanfoninha
que inveja até me tem o próprio Alceste:
ao som dela concerta a voz celeste,
nem canto letra que não seja minha.
Graças, Marília bela,
graças à minha estrela!

Mas tendo tantos dotes de ventura,
só apreço lhe dou, gentil pastora,
depois que o teu afeto me segura
que queres do que tenho ser senhora
É bom, minha Marília, é bom ser dono
de um rebanho, que cubra monte e prado;
porém gentil pastora, o teu agrado
vale mais que um rebanho e mais que um trono.
Graças, Marília bela,
graças à minha estrela!

Os teus olhos espalham luz divina,
a quem a luz do sol em vão se atreve
papoila ou rosa delicada e fina
te cobre as faces, que são cor da neve.
Os teus cabelos são uns fios d'ouro;
teu lindo corpo bálsamos vapora.
Ah! não, não fez o céu, gentil pastora,
para glória de amor igual tesouro!
Graças, Marília bela,
graças à minha estrela!

Tomás Antonio Gonzaga

Poesia Barroca

POESIA BARROCA

Uma das principais características é a religiosidade.
O conflito entre os ideais impostos pela igreja Católica (Teocentrismo) e os ideais humanistas (Antropocentrismo) foi transmitido na forma de poesias que transparecem desequilíbrio e desencanto, com uso de uma linguagem rebuscada, repleta de antíteses, paradoxos, hipérboles, anáforas, metáforas, hipérbatos e sinestesias.


Principais autores e obras:
Padre Antonio Vieira - "Sermão da Sexagésima";
Gregório de Matos - "Cristo Crucificado";
Bento Teixeira - "Prosopopéia".


"A mesa D.Angela"
Anjo no nome, Angélica na cara!
Isso é ser flor, e Anjo juntamente;
Ser Angélica flor, Anjo florente;
Em quem, senão vós, se uniformara.

Quem vira uma tal flor, que a não cortara,
De verde pé, da rama florescente;
E quem um Anjo vira tão luzente,
Que por seu Deus o não idolatrara?

Se pois como Anjo sois dos meus altares;
Fôreis o meu Custódio, e a minha guarda;
Livrara eu de diabólicos azares.

Mas vejo, que por bela, e por galharda,
Posto que os Anjos nunca dão pesares;
Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda.

Gregório de Matos

Poesias Modernistas

Soneto da fidelidade
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinícius de Moraes

Poesias Modernistas

Desapego
A vida vai depressa e devagar
Mas a todo momento
penso que posso acabar

Porque o bem da vida seria ter
mesmo no sofrimento
gosto de prazer.

Já nem tenho vontade de falar
senão com árvores, vento,
estrelas, e águas do mar.

E isso pela certeza de saber
que nem ouvem o meu lamento
nem me podem responder.

Cecília Meireles

Poesias Modernistas

Os ombros que suportam
o mundo
Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho
E o coração está seco.

Em vão mulheres batem à pota, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.

Pouco me importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança:
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue,
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns achando bárbaro o espetáculo,
preferiam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida, apenas, sem mistificação.

Carlos Drummond de Andrade

Poesias Modernistas

Poesias modernistas
Já dizia o Camões:

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer"


Ahhhhhh Camões..........
Se vivesses hoje em dia
Tomavas uns anti-piréticos
Uns quantos analgésicos
E Xanax ou Prozac para a depressão
Compravas um computador
Consultavas a página do Murcon
E descobririas
Que essas dores que sentias
Esses calores que te abrasavam
Essas mudanças de humor repentinas
Esses desatinos sem nexo
Não eram feridas de amor
Mas somente falta de sexo.

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este poema é da Encandescente do blog http://eroticidades.blogspot.com . Fica assim clarificado o autor.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Tudo me prende à terra onde me dei




Canção breve


Tudo me prende à terra onde me dei:
o rio subitamente adolescente,
a luz tropeçando nas esquinas,
as areias onde ardi impaciente.

Tudo me prende do mesmo triste amor
que há em saber que a vida pouco dura,
e nela ponho a esperança e o calor
de uns dedos com restos de ternura.

Dizem que há outros céus e outras luas
e outros olhos densos de alegria,
mas eu sou destas casas, destas ruas,
deste amor a escorrer melancolia.


Eugénio de Andrade

Eu sou destas casas, destas ruas


Canção breve


Tudo me prende à terra onde me dei:
o rio subitamente adolescente,
a luz tropeçando nas esquinas,
as areias onde ardi impaciente.

Tudo me prende do mesmo triste amor
que há em saber que a vida pouco dura,
e nela ponho a esperança e o calor
de uns dedos com restos de ternura.

Dizem que há outros céus e outras luas
e outros olhos densos de alegria,
mas eu sou destas casas, destas ruas,
deste amor a escorrer melancolia.


Eugénio de Andrade

sábado, 3 de outubro de 2009

IZA* BEL MARQUES







Iniciando a Primavera,quero trazer uma poeta de Portugal

Seu nome,IZA*BEL MARQUES!
Uma pessoa,que é a própria Primavera!


Aqui,vou deixar =,algumas poesias de sua autoria.....APRECIEM!





Pintei meu rôsto da cor das papoilas
no suor da meia tarde, deu-me gozo
e prazer, ver minhas faces rosadas,
como se fosse o Sol a nascer,
ao romper da madrugada, na jovialidade
dos meus verdes anos, apreciando
o crescer das searas de trigo, no campo
dos sonhos realizados, amadurecidos
no seio da Primavera e assimetrados,
no Verão caloroso a restolhar,
nos meus ouvidos, a ceifa por entre
o murmúrio da água fresca da fonte,
bebida a golfejos; tilintando na garganta
de quem trabalha a terra, com sabor
a cortiça e argila, provente do cocharro,
barril ou bilha de barro, contendo
a frescura dos veios submersos da terra,
nos campos da Natureza, aonde
se construiram fortalezas e castelos,
recheados de medos, por entre o sorriso
do trigo e das papoilas, na juventude
do meu tempo, ora adormecidos,
na censurada mas persistente vontade
de acordar. Choram nos braços da terra
memórias daqueles que se dedicaram de alma
e coração a produtivas searas, que o tempo
vai levando ao mesmo tempo que arrasta
resteas de sementes, na cor viçosa do caule
e do rosto bem rosado, das papoilas
que continuam a germinar, renascendo-lhes
sempre um sorrir de esperança, em tantos
campos, ao abandono nas Terras do meu País!
by Iza*Bel Marques



Haja amor a doar

O Sol vermelho declina…
Declina, direcciona-se a outro horizonte.
A Lua assoma, com desenhos de papoilas,
Entrelaçadas a espigas a chorar, no espelho
Embaciado dos trigais desertados.
E o Sol vermelho declina… no Pôr-do-Sol,
Vertendo saudade e dor, nas palmas das mãos
Famintas, de afagar searas verdejantes
E douradas, debruadas com a cor rubra do amor,
Aquele que dá vida às sementes do pão, e liberdade
No sustento do viver, até nosso Pôr-do-Sol se diluir.
Haja amor a doar, trabalho sem esmolar,
E liberdade sem rastejar, respeito e dignidade.

by Iza*Bel Marques



MEU VÔO

No mar além tão profundo
Encontra-se cativo, um sonho
Meu, espera-me mergulhado
Num coral do mar, suponho

Que não poderei sozinha,
Lá chegar, no vôo que me prostrou
O sonho a pomba branca, singela avezinha
De peito ferido, por mágoas que passou.

Necessita ouvir o tropel,
De asas fortes de outras pombas,
Na direcção do seu batel,
E juntas conseguir banir as sombras,

Deste vôo em comunhão
Voar, voar, aterrar só ao encontrar,
O sonho que planeja, no meu coração,
Até ao coral, que irá entoar,

Cânticos libertos, com vozes de Paz e Luz,
Por entre o caminho do Eden real,
Que direcciona à dimensão, que conduz
Esperança paradisíaca, do Ser na vida Terreal.

by Iza*Bel Marques



Renovação

Hão-de brilhar estrelas
De cores por nascer,
Haja vida em cada viver
Pintem-se novas telas…

Renasça o horizonte
Que ontem pereceu
No dia que adormeceu,
Ao decair da noite.

No desenhar de quadros
Nasçam nos corações Adros,
De Luz, que ilumine os Céus.

Se a Terra já é castigada
Deverá ser renovada
De amor e por amor, meu Deus!

by Iza*Bel Marques



NUM MAR DE EMOÇÕES

Pelo corpo das minhas veias,
Corre um mar de emoções,
Desaguam nas quimeras
Ilhosas do tempo, em erupções

Entrelaçadas nas noites abertas,
Nos amanheceres eleitos
Na força livre do querer, onde flutuam
Palavras em vozes que ecoam

Na história
A memória,
Bebendo sonhos, no mar das Poesias
Que desbravam, falésias de raivas,

Na sombra de paredes vertiginosas
Albergando prados vivos,
Sob raízes de Terra, com laivos
Queimados, na embriaguês dos ares,

Retroflexos de emoções melódicas em pomares
De progredimentos, trepam emoções carpidas,
Nas encostas firmes dos vales e das serras,
Recebendo abraços de Vida,

Com sabor a néctares da Mãe – Natureza.

Iza*Bel Marques


ÂMAGOS DE AMOR

Ergo duas taças de cristal vermelho,
Brindo com um doce vinho verde,
A terra e o mar,
E aterro e elevo-me.
Na circunferência dos vidros…, espelhada,
Vejo tua linda imagem, dando alarde
Aos faróis das meninas dos meus olhos,
Embriagados nos âmagos do amor e da esperança,
Não diluem sentidos sentimentos eternos.

by Iza*Bel Marques



EM FINAIS DE NOVEMBRO

A praia estava deserta
Nos ombros do silêncio,
E eu, mergulhei os pés
Na maré semi-vazia,
Que ao pé de mim jazia
Exausta de solidão,
Fiquei ali… até que a maré
Cheia surgiu trazendo um navio,
Cheio de multidão,
E … fui embora, mas depressa
Ali regressei de novo,
Pois a praia me chama
Porque a amo em qualquer
Estação.

By Iza*Bel Marques



Nas ilhas do teu corpo,
sinto um morrer
e renasçer devoto
no enlouquecer,
de delírios apaixonantes
suportando o clamor...
de dois SERES ardentes,
que entre sim sentem o amor.
Nas ilhas do teu corpo, me perco
e encontro, esqueço quase tudo,
porque tu és quase tudo, no meu éco
de vida sóbria, proclamo-te meu mundo.
Um grito perene, olvida celas
da minha liberdade. És diadema também
nas ilhas caligraficas de alguns meus poemas,
nos registos sentidos, que de ti provêem.

Autora: Iza*Bel Marques




No Outono
As árvores vão-se despindo,
suas folhas caindo
rolando agora pelo chão,
já deram sombra no verão,

casa aos passarinhos,
berço a seus filhinhos,
agora, com a chuva a regar
veem-se folhas a desabrochar,

num verde côr de esperança
que pela mãe, avivam a lembrança
somos vida, precisamos de àgua beber,
somos vida, necessitamos de comer,

não nos motilem por gosto
nós somos o vosso encosto,
mesmo depois de terem o corpo inerte,
óh! arvore com vida, quem me dera ver-te

plantada no azul- cinza
cheio de encanto e beleza,
esta côr que o Outono traz ao mar,
parece que vem do Céu, para força nos dar.

Autora: Iza*Bel Marques


AMAR E ZELAR A NATUREZA É VIVER

Fui ao campo, ao encontro da Natureza,
senti encanto e beleza, respirei o ar puro,
a calma que procurava, usufrui a sombra
de verdejantes árvores, e ali senti vontade
de me sentar, mas...ao reparar que o chão
estava colorido de lindas folhas e flores
silvestres, exitei, e sómente me debrucei
para beijar uma flor,exalando o perfume
sádio e ímpar deste encontro fresco, puro,
calmo, e harmonioso, apetecia-me
permanecer lá mais tempo...estava a anoitecer,
a passarada recolhia ali, cantando lindos hinos
diversos, mas tive que voltar à cidade,
deste encontro ao campo, trouxe o ímpar sabor
doce de Vida deslumbrante e espectacular
da Natureza, voltei calma, serena, leve
e embebevecida pelo ar, senti-me purificada,
em liberdade, e exclamei: todos temos
o dever de defender e preservar a Natureza,
amá-la com muito amor e zelar por ela,
a Natureza oferece-nos Viver, é tão salutar
ir ao encontro das Árvores, das Flores,
dos pássaros e dos Trigais, quem sente
assim vontade de caminhar? rodeado entre
a Pureza que a Natureza tem, eu, vós,
e outros certamente!!

Que sejam todos a amar e a zelar pela Natureza.

Autora:Iza*Bel Marques



Sê forte na dor, paciente
na angustia e tenha calma
no desespero, afague a alma
na esperança, seu coração
sentirá inabalável Fé e amor,
pelo CRIADOR, por você
e pelo seu semelhante,
não vacile sinta a pureza
purificar o espírito,
ele é bem mais precioso
que o corpo materioso.

Autora: Iza*Bel Marques



A Amália Rodrigues, Fadista

Levou a vóz de Portugal ao Mundo,
amou o Fado, mais que sua vida,
cantou-o com garra e sentimento profundo,
Deusa-Fadista, mui amada é revivida.

Sua vida durante o sono adormeceu...
eterna embaixatriz Portuguesa-Fadista,
pelas veias dos dedos, poesia também verteu.
Amália vive como espírito-alma Artista.

Autora: Iza*Bel Marques

4 /10/2009






É assim,que IZABEL MARQUES se autoretrata:



Posso dizer-lhes que sou uma pessoa do bem, e retrato-me nos meus escritos poéticos. Iza*Bel Marques
Algarve
Portugal