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sábado, 24 de outubro de 2009

TROVADORISMO

É o período da literatura, que vai de 1189 a 1434. Foi uma forma de expressão artística, característica dos poetas medievais.
Os ségreis eram os declamadores profissionais, que faziam poemas, iam de castelo em castelo e cobravam para recitá-los. Os jograis declamavam os poemas de outros escritores. Foram os que mais contribuíram na divulgação do estilo literário. Percorriam castelos, cidades, animando feiras, festas e torneios.
Os trovadores eram nobres que faziam poesias, compunham as músicas que as acompanhavam e recitavam entre amigos e parentes, por amor à arte.

Esses três tipos de recitadores difundiam um tipo de composição poética de origem provençal (sul da França), que se expandiu no século XII, por grande parte da Europa. O trovador representava os ideais da cavalaria, com a glorificação do amor distante e a idealização da mulher, criatura considerada a mais nobre e respeitável. O cavalheiro perfeito era corajoso, leal, namorado galante e fiel.




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LIRISMO TROVADORESCO
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Quando as poesias eram recitadas, ou cantadas por coros gregos, instrumentos como o alaúde, a flauta, a lira, a viola faziam o acompanhamento, criando uma atmosfera apropriada.
As poesias líricas tinham caráter subjetivo, expressando os sentimentos e experiências próprias do poeta.




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Tipos de cantigas
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Cantiga Provençal
Havia duas correntes de poetas: os que procuravam o estilo claro, simples, direto e os que procuravam o modo mais rebuscado e obscuro.


"Quando o rouxinol entre as folhagens
cede ao amor, chama-o e acolhe-o,
e lança seu canto portador de alegria,
e contempla à vontade sua companheira;
quando os riachos são límpidos e os prados floridos
dessa alegria nova que reina em toda parte,
uma grande alegria me invade o coração..."

Jaufré Rudel (estilo claro)

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LÍRICAS - cantigas de amor e cantigas de amigo
Cantigas de amor
O tema é o amor cortês, ambientado nos palácios. O trovador declara seu amor à sua "Senhora", uma dama aristocrática, distante, superior, a quem se mostra submisso, implorando sua atenção. O sofrimento do homem é constante, diante do amor quase sempre não correspondido.
"Como alguém que enlouqueceu,
senhora, com as grandes dores que viu,
e não foi feliz e nem dormiu
e depois, minha senhora, morreu:
Ai, minha senhora, assim morro eu!"

Canção da Ribeirinha (1189)
Paio Soares de Taveirós
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Cantigas de amigo
Surgiram do sentimento popular. Sua linguagem é mais espontânea. A princípio não eram escritas, mas após o surgimento das cantigas de amor, passaram a ser concretizadas em textos. Foram reunidas em volumes chamados cancioneiros.
Eram escritas por homens, embora o tema fosse os sentimentos femininos, os sofrimentos de separação, saudade e incerteza, em relação ao amigo (namorado ou amante).
São ambientadas na zona rural. As personagens são a camponesa que sofre de amor e a quem faz confidências (amiga, mãe, ou elementos da natureza).
"Ai flores, flores do verde pinho!
Se sabeis notícias do meu amigo!
Ai Deus! E onde está?
Ai flores, flores do verde ramo,
Se sabeis notícias do meu amado!
Ai Deus! E onde está?
Se sabeis notícias do meu amigo,
Aquele que mentiu no que me jurou!
Ai Deus! E onde está?
Se sabeis notícias do meu amado,
Aquele que mentiu no que combinou comigo!
Ai Deus! E onde está?"

D. Dinis, o príncipe-poeta
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SATÍRICAS - cantigas de escárnio e cantigas de maldizer
Nessas cantigas, os trovadores satirizavam situações, como os costumes do clero, dos nobres, das damas, em situações de decadência, covardia, adultério, entre outros temas.

As cantigas de escárnio apresentam críticas indiretas e irônicas, nas quais se observa ambiguidade.

As cantigas de maldizer apresentam críticas diretas e grosseiras, em forma de denúncia.

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