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terça-feira, 31 de julho de 2007

"A TENTAÇÃO" de MARIA DE JESUS


Olá Dolores! Espero merecer a mesma amizade que o meu irmão, já que é uma pessoa bastante acolhedora e simpática. Poetizei uma balada para um compositor cantor e surgiu a " Tentação "

Se eu pudesse algum dia voltaria para ti meu amor...
Apesar do incerto que é certo a vida já nos separou!
Dou-me à tentação dessa ilusão...

As saudades magoam que as mágoas já não perdoam à dor
Mas meus olhos mastigam os ares gostosos do teu sabor!
Dou-me à tentação dessa ilusão...

E os teus beijos sedosos molhados na caricia dos meus...
Desejosos aguados melosos que dançam nas asas dos céus!
Dou-me à tentação dessa ilusão...

E os dias eram já noite e a noite era aluada marfim
E a paixão ainda acesa no cio que arde dá conta de mim!
Dou-me à tentação dessa ilusão...

Se eu pudesse algum dia voltaria para ti meu amor...
Dou-me à tentação dessa ilusão...

A Arte de Ana Paula Roque


Desde a adolescência,começou a despontar em mim, um grande interesse pelo Artesanato e Artes Decorativas.A minha vida laboral seguiu rumo diferente,mas a paixão pelas Artes foi crescendo, querendo saber sempre mais e mais.
Começei por experimentar algumas técnicas como Hobby.Á cerca de dois anos decidi dedicar-me á minha paixão a tempo inteiro.Sou autodidacta,o unico Curso que frequentei foi Vitral Tiffany.
Nesta Galeria apresento alguns dos meus trabalhos,que espero sejam do vosso agrado.

http://www.orkut.com/AlbumZoom.aspx?uid=2932225245736258853&pid=7

http://www.orkut.com/AlbumZoom.aspx?uid=2932225245736258853&pid=3

http://www.orkut.com/AlbumZoom.aspx?uid=2932225245736258853&pid=8

http://www.artmajeur.com/anaroque

"Há o Frio"



Há o Frio
FRIO

Carmenlúciafossari


Há o frio
Guardado nos armários
E a chuva fina
Que convida blusas, pulôveres, mantas,
Cachecóis, gorros, meias e luvas
Das lãs do abrigo
Dos teares atravessados em novelos
De fios e o frio.

Das tintas das cores fincadas
Tingindo as calçadas de cores
As cores quentes
Tempo frio
Vermelho
Amarelos, lilases alegres são
Tingidos abrigos tecidos na lã

E os pássaros que não voam
E com hastes as mãos segurando
A única asa, redonda
Rondó de ventos e águas
Protegem o corpo das águas
Que caem do conta gotas do céu.
A nuvem que paira tão cinza.

Estáticas e redondas as asas,
Querendo na forma ser o ocluso sol
Mas sorrateiro o vento sul
Se anuncia .

Por natureza não voadoras
As sombrinhas pássaras
Viram suas circulares e estáticas asas.
E, com a ajuda do vento
Só varetas retorcidas são.
E já alcançam o vôo
Breve vôo, sem pouso
No chão a estatelar-se
Talvez quisesse a sombrinha estrela o ser,
Algum dia.

Mas de fato pássaro preso em haste
Sol ocluso entre varetas
Pouca resistência aos efeitos do Sul
Que vento em ilha, galopa.
As sombrinhas pássaros ali pousadas
No avesso
Sob olhar desconcertado
Ao transeunte encharcado
Deixam entre o céu e a terra
Uma porta aberta,
E entra no corpo um gelado frio
Penetra nas roupas de lã.
O vento, livre de ser.
Sem anteparos
Passará
E cortando a pele
Das ovelhas que cederam
A lã tecida, colorida a voltear em ruas.

Outros passos acelerados
Alcançam outra pele
É a minha em frio enrijecida
E estátua, só meus olhos tudo vêem
A imaginar que em toda esta aquarela
Falta uma serena cor no meu poema
Que ao falar do frio quer se aquecer
Com a cor de teu corpo
Mergulhado ao sol pleno de verão
E roubando-lhe os dourados
Rebrilha em pele e cor
Meu poema já aquecido de teu sol aquecedor
.
14 de maio de MMVII
Ilha

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Regresso a Lisboa




O sonho era apenas um furacão
as armas voando
desintegrando as opções
beligerantes
e os senhores maus
as fortunas de ansiedade
pelo ódio acicatado
do orgulho
no raio que os parta
guerras sem ninguém
para derramar sangue
apenas que os senhores
da guerra na terra
se evaporem
apenas desapareçam
num estalar de dedos
num furacão de grau cinco
num vulcão ardente
de lava e consumidos
na sua estupidez
mas nem a morte lhes desejo
apenas que o façam de livre vontade
que nos deixem de restaurações
livres e em paz
sem as ânsias do lucro fácil
da escravidão encapotada
dos salários ordinários
dos que nada têm
apenas que se lançassem num buraco
negro ou sem fim
mas que nunca mais regressassem
para que as guerras fossem sem ninguém
para que o ódio
fosse em sentido figurativo
para que vivêssemos!

Desapontamento total
mas ainda assim quero viver
e conhecer a restauração
mas da liberdade do mundo


*palavras com música da Sétima Legião e as Guerras da Restauração em pensamento...


--

Publicada por Manuel Marques em Regresso a Lisboa




Ia sempre de vermelho adolescente e nas enchentes
nem punha os pés no chão e à volta pouco ou nada
a civilização ainda não tinha chegado
só do outro lado lá em baixo

Mas nos gloriosos anos 80 o mestre Pomar perfumou
com a sua arte em pose divina
as paredes da Estação do Metro
do Alto dos Moinhos
mas o que me lembro era das aulas
que dava em curvas e contra-curvas
a escarnecer por dentro e à espera
que parecesse um qualquer louco
em sentido contrário para travar de repente
e rir feito louco para a minha vitima
ah mas a paciência tinha que ser minha
minha e só minha que a vitima só pulava na travagem
e o outro no outro carro ria-se a bandeiras despregadas

Mas quando descia para o Metro
e via o Bocage ao lado do Camões
o Almada de braço dado com o Pessoa
e melhor que tudo o Pomar a grafitar
só lhe faltava o skate e umas calças descaídas
mas quem se aproveitou disso foi a Gulbenkian
e fez uma exposição séria, como sempre
mas lá em cima eu tentava entrar no Estádio do Benfica
sem, conseguir sequer pôr os pés no chão
e ainda não tinha chegado a civilização...

Bairro Alto dos Moinhos
muitas vezes andei por lá... a ensinar muita gente que anda por aí a conduzir, aquele bairro que vai dar à Cruz Vermelha divertia-me sobremaneira pela dificuldade e pelos sustos que provocava aos alunos... ah saudades do que hei-de voltar a ter!


'...no Alto dos Moinhos há o Auditório. É um espaço para todos os eventos! '










.................................................................................................
e depois de ficar à espera dos amigos que vieram de um sessão no Auditório no Alto do Moinhos, diziam eles que era a Luz que viam ao longe... eu por mim queria era seguir para o Jardim Zoológico... bora lá?
..................................................................................................



Alto dos Moinhos











Eu bem procuro
nas pontes, subindo e descendo
no Estádio da Luz e a descer
subo e recolho novas informações
procuro e torturo as minhas pernas
e mesmo no Colégio dos Maristas
meninos e meninas bem
em frente das barracas
e curvas e mais contra curvas
onde estão o raio dos moinhos?



E música querem música? ...há por lá um Museu da Música... visitem-no!!!

--
Publicada por Manuel Marques em Regresso a Lisboa


Parece estação fadada para ensejo
jovens a correr pelo campo
podendo levar a família para Lisboa
boa vontade que não encontra
trazendo as mágoas ao colo
longe a vida de rumores infames
mesa para cinco pensa ele no restaurante
temendo não ter as sardinhas no fim da viagem
em formigueiro pela boca abaixo e a secura
curado das impuras tentações de falar mal
além do desejo de andar no Metro
tropeçando na barraca do Chico
compra uma maçaroca à Maria Salva Um de Cada Vez
vez de viajar sentado porque é a primeira estação
e ainda ninguém se acotovela
larga tudo lá em baixo bem longe da confusão
São como eu te amo vamos andar de Metro!

"A Preto e Branco





A PRETO E BRANCO
A PRETO E BRANCO"

Uma vida a preto e branco
fica tão cinzenta e opaca
tão da cor de coisa nenhuma.

Depende de certos momentos,
mas eu gosto mais do branco

Tem o vermelho da paixão!
ou
o verde da esperança!

Ah... mas,
eu gosto mais do branco
gosto da Paz e da Luz

como um reflexo da alma

era também a cor de jesus
de Gandhi e do próprio sal


O branco,
nupcialmente me veste
em tons de todas as cores

como um rumor de festa
uma aura celestial.

luizacaetano
LuizaCaetano
Publicado no Recanto das Letras

terça-feira, 24 de julho de 2007

Terceiro Mandato

"Terceiro Mandato" ?
Sá silva operário patrão !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


Pelo amor de Deus de quem acredita nele é claro!, não diga uma coisas dessas ... verá que todos os dias eu me pergunto o que ele está fazendo lá que não se pirulita não é possível que depois de uma ditadura de mais de 20 anos dos militares de (direita), teremos outra ditadura ( sem mão de direção definida ainda, a deriva por enquanto ) com o Sá silva no comando Deus é pai sangue de cristo tem poder , quem jogou pedra na cruz que se avenha., e o homem não larga a rapadura por nada deste mundo, já começou a ladainha de que não se mete em problema de reeleição pela terceira vez é assunto do congresso , quando. começa com esse papo é que a coisa degringola . estamos perdidos.Vou ter de ir embora das terras de pindorama Hamurabi justiça imediata sem trâmite .

Postado por Norberto Pinti Jardim

quinta-feira, 19 de julho de 2007

O MEDO DO DIA SEGUINTE


Momentos raros de ilusão
o sorriso na despedida
ficou parado até o avião levantar voo
talvez nem fosse aquele
e da primeira vez parecia uma tragédia
o desapego que nunca havia acontecido
raros momentos de aflição
que se foram banalizando
com os anos com o hábito
e os sentidos ficavam sempre alerta
sempre que saia do chão
na altura da aterragem
os olhos que brilhavam no escuro
das histórias do outro lado do mundo
de uma dimensão que não era paralela
apenas se lembrava que tinha de estar no regresso
para um abraço ou apenas alivio
por mais uma aterragem
para uma vida que não se queria forçada
apenas um abraço
um pouco de amor, sorrisos
de apenas os ver
nada mais era preciso...

Manuel Marques

quarta-feira, 18 de julho de 2007

"CALENDÁRIO DO TEMPO" DE LUIZA CAETANO


Meu amor,

Nosso cais de encontro
é um labirinto de partidas...

Chegaste tarde demais
na bússola do meu tempo,
no ancoradouro
do meu carinho,


Na geografia do meu corpo,
há sempre um cais vazio
à tua espera,
e um velho calendário
marcando uma data antiga.

Porque
Partes sempre
antes de chegares?

LuizaCaetano




Meu Amor,

Nosso cais de encontro
é um labirinto de partidas...

Chegaste tarde demais
na bússola do meu tempo,
no ancoradouro
do meu carinho,


Na geografia do meu corpo,
há sempre um cais vazio
à tua espera,
e um velho calendário
marcando uma data antiga.

Porque
Partes sempre
antes de chegares?



http://lcaetano.blogspot.com

"CAMINHO DE ESTRÊLAS" de LUIZA CAETANO

Eras o ombro de meus braços
em movimentos fascinantes
corpo a corpo
ou
um barco iluminado
um farol!
uma âncora
ou
uma estrela faiscante

nos meus passos disfarçados
de cansaços, o caminho
se enrolava nos abraços
disfarçadamente hesitantes.

Caminhávamos ao longo da ponte
tuas mãos nas minhas, ternamente

as palavras mordidas nos silêncios
que os pássaros ensurdeciam.

Lado a lado
do lado da sombra...

como a sombra
projectada dos amantes



luizacaetano

http://lcaetano.blogspot.com
http://lucatelas.blogspot.com/
http://poesiadeluizacaetano.blogspot.com/

O Acidente!


A Vida Continua... ( O Acidente de Congonhas)
"Noite de tragédia, dia de lamentação em mais um acidente aéreo em
terras ( e céus) brasileiros. Já é possível imaginar o que virá em
seguida: manchetes e mais manchetes em todos os jornais, tv e rádio
com fotos e descrições de corpos carbonizados; histórias fantásticas
das pessoas que não embarcaram no vôo; manipulação dos relatos dos
familiares das vitimas para vender mais jornal e continuar a hipnose
coletiva proporcionada pela mídia, com suas especulações e exageros
de costume alimentados por uma população que acompanha a tragédia
como se assistisse uma novela na "segurança" do sofá da sua casa.

Que há algo de podre na aviação brasileira, todos já estão carecas
de saber, mas muitos se esquecem que é preciso evitar a todo custo (
pelo menos entre pessoas com um pouco de esclarecimento espiritual)
esse falatório sobre o acidente, pois isso não ajuda ninguém, pelo
contrário, isso só sacia o nosso gosto pelo mórbito, pelo bizarro,
pela desgraça alheia em virtude de receber em troca uma falsa
sensação que isso só ocorre no quintal alheio.

Sim, isso pode ocorrer com você ou com a sua família e se isso
ocorresse, tudo o que você menos vai querer receber em sua casa é
lamentação ou a influência nefasta de uma sintonia de comoção, vindo
numa nuven pesada de emoções coletivas, pairando no seu teto.
Acredito de coração que quando pensamos sobre algo, isso de alguma
forma cria algum tipo de energia que afeta as pessoas ao nosso
redor, baseado nisso, tente imaginar só de brincadeirinha, o que se
forma quando centenas de milhares de pessoas pensam a mesma coisa?
Sorte que isso é só imaginação, né? E se não for...

Compreendam que não falo sobre evitar se informar sobre tragédias,
não me refiro a alienação, pois precisamos ler, discutir a respeito,
mas isso deve terminar na informação e não na continuidade de
conversas de elevadores, em nossas ações no dia-a-dia( por
imaturidade em não conseguimos aceitar direito a morte ou tragédias -
afinal como "Deus poderia permitir isso?")e repercutir por mais
tempo que o suficiente.

Acidentes ocorrem e continuarão a ocorrer até que ocorra uma
melhoria significativa nos serviços prestados pelas empresas aéreas
e pelo governo brasileiro. Embora, seja lamentável a morte de tanta
gente nesse acidente, a vida continua e por respeito as pessoas que
se foram e ao colega de trabalho (que têm mais o que fazer do que
ouvir de você: "ei, que acidente terrível, não? Você viu o que
houve?"), reflita e mude o canal, troque o noticiário especulativo
por uma prece, um pensamento limpo e positivo ou mesmo um pedido
para que essa pessoas que se foram sejam amparadas do outro lado e
para que as pessoas que aqui ficaram ( parentes, amigos, etc)
continuem suas vidas e sejam fortes para suportar as próximas horas
que não serão fáceis - afinal isso é tudo o que importa nesse
momento".

Frank Oliveira

segunda-feira, 16 de julho de 2007

"Amigas" de minha amiga Suely


Amigas sabem quando serão amigas
Pois compartilham momentos...
... dão força...

Estão sempre lado a lado...
Nas conquistas...
... nas derrotas...

Nas horas boas...
... e nas difíceis...

Amizade nem sempre é pensar do mesmo jeito...
Mas abrir mão... de vez em quando...

Amizade é ter um irmão...
... que não mora na mesma casa...

É compartilhar segredos...
... emoções...

É compreensão...
... é diversão...

É contar com alguém...
... sempre que precisar...

É ter algo em comum...
É não ter nada em comum...
É não ter nada em comum mesmo...
É saber que se tem mais em comum
do que se imagina...

É sentir saudade...
É querer dar um tempo...
É dar preferência...
É bater um ciúme...

Amizade que é amizade nunca acaba...
Mesmo que a gente cresça...
E apareçam outras pessoas no nosso caminho...

Porque amizade não se explica...
Ela, simplesmente existe...
* * * * *
Meu carinho...minha amizade
TE ADORUUU...
Bjinhussss (16/07/2007)

sábado, 14 de julho de 2007

HÁAaaaaaaa que sordadeeeeee


Sou um vaqueiro do sertão
topo qualquer parada,
e não nego nada não.
Domino boi e toco a boiada,
Na caatinga derrubo qualquer barbatão
se vc duvida venha ver camarada!

HOOOOOOOOOOOAaaaaaaaa Boiada!!!!!!

Boca fala e lingua xia,
mata fechada foi a minha escola,
nasci no estado da Bahia.
Entre as magias,aprendi toca viola,
onde faço belas cantorias,
mulé,pinga,cavalo e forró,não troco por dola.

Hoooooooooaaaaaaaaa Boi bravoooooooooo

Num aboio bem rimado,
na corrida de mourão,
as meninas com os namorados.
Eu e meu irmão,
ele bate esteira,eu pra derrubar,
os cavalos correndo raxa,
e nois bota o boi na faxa.
se tua gostou destas palavras,
faz que nem a galera,toca palmas.
pra os que não gostou,ve a pueira vuar!

(De Vaqueiro Amigo)

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Da amiga Nita


Bom dia, Dolitinha,

"Amor"

livre,
leve,
solto,
desliza
no
espaço
feito
pétalas
macias,
alça
vôos
inimagináveis:
face à face,
olhos nos olhos,
sabor
metafísico,
dois
corações,
um só pulsar...
É amar?

(Nita V. Aguiar)

Poesia de Florbela Espanca


Amar!


Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui...além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente
Amar!Amar!E não amar ninguém!

Recordar?Esquecer?Indiferente!...
Prender ou desprender?É mal?É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!
E se um dia hei-de ser pó,cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...
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NOSSO LIVRO

livro do meu amor, do teu amor
livro do nosso amor, do nosso peito...
abre-lhe as folhas devagar,com jeito
como se fossem petalas de flor

olha que eu outro ja nao sei compor
mais santamente triste,mais perfeito
nao esfolhes os lirios com que e feito
que outros nao tenho em meu jardim de dor!

livro de mais ninguem! so meu! so teu!
num sorriso tu dizes e eu digo:
versos so nossos mais que lindos sois!

ah, meu amor! mas quanta, quanta gente
dira,fechando o livro docemente:
"versos so nossos, so de nos dois!..."


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Tédio

Passo pálida e triste. Oiço dizer
"Que branca que ela é! Parece morta!"
E eu que vou sonhando, vaga, absorta,
Não tenho um gesto, ou um olhar sequer...

Que diga o mundo e a gente o que quiser!
-O que é que isso me faz?... o que me importa?...
O frio que trago dentro gela e corta
Tudo que é sonho e graça na mulher!

O que é que isso me importa?! Essa tristeza
É menos dor intensa que frieza,
É um tédio profundo de viver!

E é tudo sempre o mesmo,eternamente...
O mesmo lago plácido,dormente dias,
E os dias,sempre os mesmos,a correr...

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Fumo

Longe de ti são ermos os caminhos,
Longe de ti não há luar nem rosas,
Longe de ti há noites silenciosas,
Há dias sem calor, beirais sem ninhos!

Meus olhos são dois velhos pobrezinhos
Perdidos pelas noites invernosas...
Abertos, sonham mãos cariciosas,
Tuas mãos doces, plenas de carinhos!

Os dias são Outonos: choram... choram...
Há crisântemos roxos que descoram...
Há murmúrios dolentes de segredos...

Invoco o nosso sonho! Estendo os braços!
E ele é, ó meu Amor, pelos espaços,
Fumo leve que foge entre os meus dedos!...


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Fanatismo
Minha alma de sonhar-te , anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver
Não és sequer a razão do meu viver
Porque tu és já toda minha vida
Não vejo nada assim, enlouquecida,
Passo no mundo meu amor a ler
O misterioso livro do teu ser,
A mesma história tantas vezes lida
Tudo no mundo é frágil, tudo passa..."
Quando me dizem isso toda a graça
Tua boca divina fala em mim
E olhos postos em ti, digo de rastros:
" Podem voar mundos, morrer astros
Que tu és como um deus, princípio e fim."

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Eu

Eu sou a que no mundo ando perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada... a dolorida...

Sombria de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...

Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber por quê...

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo p'ra me ver,
E que nunca na vida me encontrou

Quem foi Florbela Espanca?


BIOGRAFIA DE FLORBELA ESPANCA
PARTE I

Nascimento: 1894 Vila Viçosa
Morte: 1930
Época: Simbolismo
País: Portugal


Poetisa portuguesa, natural de Vila Viçosa (Alentejo). Nasceu filha ilegítima de João Maria Espanca e de Antónia da Conceição Lobo, criada de servir (como se dizia na época), que morreu com apenas 36 anos, «de uma doença que ninguém entendeu», mas que veio designada na certidão de óbito como nevrose. Registada como filha de pai incógnito, foi todavia educada pelo pai e pela madrasta, Mariana Espanca, em Vila Viçosa, tal como seu irmão de sangue, Apeles Espanca, nascido em 1897 e registado da mesma maneira. Note-se como curiosidade que o pai, que sempre a acompanhou, só 19 anos após a morte da poetisa, por altura da inauguração do seu busto, em Évora, e por insistência de um grupo de florbelianos, a perfilhou.
Estudou no liceu de Évora, mas só depois do seu casamento (1913) com Alberto Moutinho concluiu, em 1917, a secção de Letras do Curso dos Liceus. Em Outubro desse mesmo ano matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, que passou a frequentar. Na capital, contactou com outros poetas da época e com o grupo de mulheres escritoras que então procurava impor-se. Colaborou em jornais e revistas, entre os quais o Portugal Feminino. Em 1919, quando frequentava o terceiro ano de Direito, publicou a sua primeira obra poética, Livro de Mágoas. Em 1921, divorciou-se de Alberto Moutinho, de quem vivia separada havia alguns anos, e voltou a casar, no Porto, com o oficial de artilharia António Guimarães. Nesse ano também o seu pai se divorciou, para casar, no ano seguinte, com Henriqueta Almeida. Em 1923, publicou o Livro de Sóror Saudade. Em 1925, Florbela casou-se, pela terceira vez, com o médico Mário Laje, em Matosinhos.


Os casamentos falhados, assim como as desilusões amorosas, em geral, e a morte do irmão, Apeles Espanca (a quem Florbela estava ligada por fortes laços afectivos), num acidente com o avião que tripulava sobre o rio Tejo, em 1927, marcaram profundamente a sua vida e obra. Em Dezembro de 1930, agravados os problemas de saúde, sobretudo de ordem psicológica, Florbela morreu em Matosinhos, tendo sido apresentada como causa da morte, oficialmente, um «edema pulmonar».
Postumamente foram publicadas as obras Charneca em Flor (1930), Cartas de Florbela Espanca, por Guido Battelli (1930), Juvenília (1930), As Marcas do Destino (1931, contos), Cartas de Florbela Espanca, por Azinhal Botelho e José Emídio Amaro (1949) e Diário do Último Ano Seguido De Um Poema Sem Título, com prefácio de Natália Correia (1981). O livro de contos Dominó Preto ou Dominó Negro, várias vezes anunciado (1931, 1967), seria publicado em 1982.

A poesia de Florbela caracteriza-se pela recorrência dos temas do sofrimento, da solidão, do desencanto, aliados a uma imensa ternura e a um desejo de felicidade e plenitude que só poderão ser alcançados no absoluto, no infinito. A veemência passional da sua linguagem, marcadamente pessoal, centrada nas suas próprias frustrações e anseios, é de um sensualismo muitas vezes erótico. Simultaneamente, a paisagem da charneca alentejana está presente em muitas das suas imagens e poemas, transbordando a convulsão interior da poetisa para a natureza.



Florbela Espanca não se ligou claramente a qualquer movimento literário. Está mais perto do neo-romantismo e de certos poetas de fim-de-século, portugueses e estrangeiros, que da revolução dos modernistas, a que foi alheia. Pelo carácter confessional, sentimental, da sua poesia, segue a linha de António Nobre, facto reconhecido pela poetisa. Por outro lado, a técnica do soneto, que a celebrizou, é, sobretudo, influência de Antero de Quental e, mais longinquamente, de Camões.

Poetisa de excessos, cultivou exacerbadamente a paixão, com voz marcadamente feminina (em que alguns críticos encontram dom-joanismo no feminino). A sua poesia, mesmo pecando por vezes por algum convencionalismo, tem suscitado interesse contínuo de leitores e investigadores. É tida como a grande figura feminina das primeiras décadas da literatura portuguesa do século XX.

Fuga de João Jacinto


Fuga

Foste rio, correndo
pelo vale dos meus sentidos,
tocando e preenchendo
as minhas margens,
arrastando na corrente,
as minhas mágoas,
onde matava a sede
no leito maior da tua essência.
Rodeado pelo horizonte
da tua forma,
sentia a brisa quente,
de quem expira com ternura,
sopro que deslizava na minha pele
num deleitável e breve encontro.

Eras o Sol do meio-dia
brilhando por cima da minha vida.

Não sei porque fugi
procurando na sombra a protecção,
refugiando-me alucinado
no crepúsculo da tarde,
esquecido e perdido de ti.
Acabei por morrer
na noite mais longa de escuridão,
porque nunca mais voltou
a ser dia dentro de mim.

joão jacinto

terça-feira, 3 de julho de 2007

Da amiga Ana Paula Roque


Saber entender aos aflitos,
saber ensinar;
Ir ao encontro de todos!
Um anjo qualquer! Um anjo comum!
Atender as preces dos necessitados;
Atender a procura de afeto de
uma criança;
Um anjo que aprende com a dor;
Um anjo que aprende com o amor!
Beijar a face daquele que suplica;
E serenar a raiva do inimigo cruel.
Por fim, eu queria ser um anjo!
E poder quebrar todas as
regras celestiais (03/10/2006)



Querida Amiga Dolores!
Você é meu Anjo,este Poema é para si
com Amor e Ternura!
Bjs

ANJO QUERIDO POR DEUS
Eu queria realmente ser um anjo!
Ser o anjo que vela, o anjo que
guarda, o anjo que protege..
Quebrar todas as barreiras e ser apenas um anjo.
Mas não é permitido a um anjo,
amar uma única pessoa;
Seu amor não pode ser exclusivo;
Seu amor deve ser extensivo!
Não é permitido a um anjo
Chorar por todas as pessoas;
Seu pranto é exclusivo.
Que anjo eu posso ser?
Que amor eu poderei dar?
Que olhos irão me ver?
A quem eu irei amar?
Eu queria tanto ser um anjo!
Ter a bondade nas faces,
a sabedoria no olhar;
Saber sorrir, saber confortar. (03/10/2006)