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quarta-feira, 4 de julho de 2007

Fuga de João Jacinto


Fuga

Foste rio, correndo
pelo vale dos meus sentidos,
tocando e preenchendo
as minhas margens,
arrastando na corrente,
as minhas mágoas,
onde matava a sede
no leito maior da tua essência.
Rodeado pelo horizonte
da tua forma,
sentia a brisa quente,
de quem expira com ternura,
sopro que deslizava na minha pele
num deleitável e breve encontro.

Eras o Sol do meio-dia
brilhando por cima da minha vida.

Não sei porque fugi
procurando na sombra a protecção,
refugiando-me alucinado
no crepúsculo da tarde,
esquecido e perdido de ti.
Acabei por morrer
na noite mais longa de escuridão,
porque nunca mais voltou
a ser dia dentro de mim.

joão jacinto

Um comentário:

joão m. jacinto & poemas disse...

É para mim uma honra, estar representado no blog da minha estimada amiga Dolores.
Fuga é um dos poemas do meu livro “Recantos da Lua”.
Parabéns, Dolores, por este belo espaço dedicado à cultura e agradecido pela oportunidade.
Abraços poema,

João jacinto