Em meu mundo de encanto,repasso as poesias de amigos e de poetas que me fazem sentir o encanto da vida.
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quinta-feira, 8 de novembro de 2007
Várias de Judit - NEFERTARI
SEDE (SEDA)
Seda é tua pele, teu ruivo cabelo,
seda é tua voz, a boca nua,
que me dá sede de seguir pelo
teu corpo: ressuscitada... tua!
Seda é teu falar, a voz macia...
esse jeito dengoso, de quebranto...
Seda são esses claros olhos, como o dia,
que fazem a minha festa, o meu encanto.
Leva-me ao Monte das tuas delícias
de seda. Sacia minhas sedes apresadas.
Enleva-me nas sedas das carícias,
nas sedes de tantas eras esperadas!!!
(JUDIT/NEFERTARI)
ESTRELA CADENTE
No céu escuro surge uma estrela...
que gosto vê-la assim, tão reluzente ! ...
No ar tão puro, ela segue pela
noite: uma brilhante estrela cadente.
Veio e se foi ! Um breve lampejo
iluminou fugazmente o meu Eu.
Não foi para durar - um suave desejo
surgiu... vibrou... e logo morreu.
(JUDIT/NEFERTARI)
ÊXTASE (LUZ)
Mansa é a Luz que me vem,
e no entanto,
toda me inunda de encanto
e me desnuda,
mostra-me um mundo Além,
me deixa muda
e tonta, tonta de espanto!
Que Luz é essa que me vem assim
e toda me ilumina
da Beleza me aproxima,
transformando tudo em mim?
Não sou corpo, nem a sina
de mulher, que me anima...
sou humana ...e sou divina!
Pela Luz que assim me cai
e me deixa inebriada
num frêmito que me percorre...
(a vida é essa que vai,
ou fica estagnada?)
Oh, não entendo mais nada!
Oh, Luz, vem e me socorre!
Luz, vem de novo aqui,
me explode em megatons
(energia total, crua.
Preciso de estar em ti,
porque me deixaste nua...)
quero ouvir os Teus sons...
Mais uma vez toda Tua!!!
(JUDIT/NEFERTARI)
RENUNCIÂNSIA
Saudade. Saudade. Saudade. Saudade.
Amo um flor: flor-espinho,
amo um amor: dor-carinho,
mal, que eu queria Bondade!
Amor-distância como a China, Rússia...
Vermelho-púrpura e azul da Prússia.
Olhar de neblina. Rosto sem idade.
Meia-idade menina. Urso de pelúcia.
Renúncia. Renúncia. Renúncia. Renúncia.
Tristeza. Tristeza. Tristeza. Tristeza.
Há tanto tempo gritei o meu grito,
ardente ânsia, o soluço aflito,
não encontra a cor: morre a Beleza.
Partiu alguém de alta fidúcia,
saiu por aí... e com minúcia,
levou na bolsa amor, cartão, astúcia,
deixou saudade-dor e esta certeza:
renúncia. Renúncia. Renúncia... RENÚNCIA !
(JUDIT/NEFERTARI)
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