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terça-feira, 18 de setembro de 2007




Sonho que sou um cavaleiro andante.
Por desertos, por sóis, por noite escura,
Paladino do amor, busca anelante
O palácio encantado da Ventura!

Mas já desmaio, exausto e vacilante,
Quebrada a espada já, rota a armadura...
E eis que súbito o avisto, fulgurante
Na sua pompa e aérea formusura!

Com grandes golpes bato à porta e brado:
Eu sou o Vagabundo, o Deserdado...
Abri-vos, portas d'ouro, ante meus ais!

Abrem-se as portas d'ouro, com fragor...
Mas dentro encontro só, cheio de dor,
Silêncio e escuridão -- e nada mais!


Antero de Quental


... d'Além mar houve quem me lembrasse que faz hoje 106 anos que este génio se suicidou, motivo para não ficar aquém de memórias infinitas no tempo!

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Publicada por Manuel Marques em Colete de Forças a 9/11/2007 03:24:00 PM

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