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sexta-feira, 27 de abril de 2012

JUDIT MARTINS (NEFERTARI)


Sem Frevo na Alma

Ontem (quando eu te amava)
o mundo parecia uma festa:
em minha rua e em cada avenida
o Frevo (de sombrinha aberta e colorida)
fazia um carnaval em minha vida,
na efervescência
que sonhei!

Ontem (quando eu te amava)
os girassóis murcharam de repente...
o céu em cinzas... a vida, nua.
Desapareceram Frevo, Sol e Lua
em minha rua feia e diferente...

Hoje (que já não te amo)
o mundo não é festa -nem tristeza:
é só dormência...
O Frevo emudeceu (só há frieza...)
E tudo é sonolência,
na calma que inventei.
Hoje (que já não te amo)
nem saudade tenho (e nem alegria.)
A vida corre/escorre,mansa e vazia,
sem ardência,
na alma que deixei.

(JUDIT/NEFERTARI)




Identidade
Quando eu faço minhas rimas
(as vozes da minha alma)
tudo cá dentro se acalma...
ou se revolve e alucina
por revelar o que penso.

Quando eu faço os meus versos
(pois eles falam por mim)
procuro meios diversos
que dizem do mesmo fim
nesse meu tempo suspenso.

(JUDIT/NEFERTARI)



Borboleta de Outono

Ela enfim surgiu! Tal como a lua...
Apareceu tão linda em meu jardim
(que antes era só todo abandono.)
Ela sorriu! Roçou a asa sua
pela rosa, pelo cravo e o jasmin
borboleta-estrela deste Outono.

É tão bela! E eu só posso vê-la...
Mas eu queria tê-la para mim
(mesmo que o vento seja o seu dono.)
Preciso dela! A borboleta-estrela
de nuvem e asas feito um serafim,
toda de seda, de sonho e de sono.

(JUDIT/NEFERTARI)



Libélula de Setembro
Era um domingo... (eu bem me lembro)
em que vi uma libélula adejante,
diáfana, transparente, elegante,
na azulada manhã de Setembro!

Setembro!... A lembrança me vem assim
e recordo a libélula esvoaçante,
cortando a vida, o dia, vindo à mim,
na manhã de um Setembro brilhante!

Doce domingo...tons e semitons primaveris...
a libélula que veio e que voou,
tão suave como uma flor de lis,
foi um sonho radiante que passou.

(JUDIT/NEFERTARI)

ÁGUA E AZEITE

Quando tudo se perdeu
e a Rosa feneceu?
Não importa, amor meu:
o mar continua ali!
Sim...este mar azul e imenso que vinha carinhoso beijar nossos pés, nas manhãs...lembra?
Companheiro de tantas conversas!
Mas,assim como as ondas do mar vão e vêm, os sentimentos, coisas e pessoas, também vêm e vão.
Somos diferentes "amor meu" como a água e o azeite. Eu fico à parte, observando a vida... você fica dentro do redemoinho do viver e assim não nos encontramos.E eu quero seguir o meu caminho,assim, do meu jeito. Minha marcha é mais lenta, porém permanente: eu páro e sigo para ver e pensar e tirar minhas conclusões. Você passa como um cometa, numa velocidade que não lhe permite enxergar melhor. Água e Azeite. Sol e Lua. Cada um com natureza e objetivos diferentes. Direções opostas...
Mas, o mar está ali!
Azul e imenso, a levar e trazer vida.
Se tudo se perdeu...
(e sabe-se que nada se perde por completo, e sim se renova, se modifica...)
Se a Rosa feneceu,
Amor Meu!
Mais Rosas virão, nesse eterno ir e vir
das ondas da vida,
o mar da existência!

(JUDIT/NEFERTARI)

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