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segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Jorge Lima

SOLO RARO 

Houve o dia em que um pássaro quisera entrar no mar.
Atraído pelo inusitado canto que vinha de lá.

Ele, que já conhecerá infinitas formas de cantar,
Trazidas pelo turbilhão do vento,
Quando que imaginaria boiar das águas
uma nova melodia a ponto de até fazê-lo parar de voar?

Daí o pássaro passará a filosofar consigo mesmo:
“Por que mergulhar, por que não mergulhar?”
Voz de sereia que lhe pegará pela pata...
E uma vez sem mais nada de serenidade,
Presente em juízo de seu ouvinte,
Sugou-o pelo redemoinho do amor.

Quis assim afogar-se por livre e espontânea vontade,
O louco passarinho,
Mesmo ciente do risco até de morrer.

Aquele não era o seu habitat, é verdade,
Mas aquele canto vinha de outra galáxia...
Irresistível escutá-lo com imparcialidade.

Jorge Lima (10/11/2013) BELÉM-PARÁ-BRASIL

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