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quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Naldo Velho

Os que falam a linguagem das coisas
(Imagem colhida no google)




Os que falam a linguagem das coisas
costumam saber dos cochichos das folhas
e das águas que correm os segredos que há.
Conversam, assim como conversam as pessoas,
com as cigarras, os colibris e as sabiás;
sabem até pronunciar palavras de anjo
e com elas amansar ventania,
acalmar choro de criança, fazer poesia...

Outro dia conheci um que falava com as pedras,
dizia que elas sabiam do tempo e do quanto
ainda havia de tempo pro tempo passar.
Dizia que longe pras bandas de onde,
o rio encontrava com as águas do mar,
havia um rochedo que sabia de um tempo
de um Deus ainda menino
que de travessura em travessura
havia criado tudo o que há.
Pedra sabida! Bem antiga!

Mas existem os que só falam a linguagem das sombras;
esquisitos e apressados, só vivem zangados,
não conseguem sonhar, nem pensar colorido,
não sabem do sorriso, do carinho e da saudade,
pois para eles, sentir falta de alguém é pura bobagem!
De poesia, então, nem querem ouvir falar!

Ainda bem que existem outros,
os que vivem querendo aprender a sonhar colorido...
Quem sabe um dia eu possa ser igualzinho
aos que sabem palavras de anjo,
e com elas amansar ventanias, acalmar criança assustada,
fazer poesia..

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