Seguidores

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Jorge Lima

UMA ESPÉCIE DE CAÇA AO TESOURO ÀS AVESSAS 

Pra toda caça bem sucedida 
há a hora certa.
Iguarias intermináveis
nós as encontramos na Amazônia.
Basta estar empunhando arco e flecha
E ter ao menos um pouco de paciência. 

Gato não vale, 
Por que é bicho domesticável.
Cachorro por outro lado, idem,
Pois na rua nós o encontramos aos bocados.

Daí o caçador presencia inusitada cena:
O Uirapuru, ciente do valor de seu canto,
abre asas para uma coruja
a fim de que juntos,
Descobrissem a melhor rota de voo
rumo a um território novo.

Mas a coruja ficou desconfiada
Achando que o outro queria usurpar o seu
desmedido estoque de sabedoria.

A rara ave amazônida, por sua vez, cantou e dançou ali
Demonstrando que também ele alguma riqueza
possuía.

A coruja, afinal, se fechou.
Alguns segundos depois
ao amigo propôs
Que topava a parceria, mas com uma condição.
Que o Uirapuru não cantasse nem dançasse em
quintais vizinhos.

Pois com um dos olhos feridos
A coruja olhava para o uirapuru
como se ele fosse rato e não um pássaro.

Daí pensou, a exótica ave:
“Há espécies de coruja que não se encontram
em extinção.
Vou atrás de outra, que tenha mais paciência e
consiga enxergar a mina de ouro presente
em meu libertário coração.”

Jorge lima 21/10/2013 Belém-Pará

( Imagem foto search)

Nenhum comentário: