Seguidores

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Jorge Lima

ROTINA: O QUASE ENTERRO DE UMA RELAÇÃO

Para que o amor seja eterno enquanto dure...
Regar o jardim do quintal de casa 
deve ser uma constante,
Ainda que o casal num apartamento se encontre,
Improvisa-se,
O canteiro da rua mais próxima: 
uma oportunidade.

Que a flor arrancada pra alguém
pouco a pouco vai perdendo o perfume,
Isso é fato.
Por isso, quando murcha, faz-se necessário
a busca por outra e assim por diante.

Uma flor volta e meia,
Uma forma de manter concreto
o substantivo amor ao longo do dia-dia.
Uma chama que sempre se reacende
Como a do jantar a luz de vela,
Ou numa noite de inverno:
Inesperada xícara de café quente.

Protegendo assim o dito jardim das intempéries,
Advém ampla durabilidade.
Caso contrário,
Uma exposição dele à intensa frieza, por exemplo,
Faz com que o gelo se quebre ao primeiro tropeço,
Quebrando-se junto o jardim inteiro.

Eterno enquanto dure,
Regar-se o amor num movimento constante
Para que as flores não terminem numa solenidade fúnebre.

Jorge Lima, Belém-Pará , 07/10/2013
(imagem colhida no google).

Nenhum comentário: