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quinta-feira, 11 de julho de 2013

Rachel Moraes

(Imagem luzpromundo)
Dança do Fogo
Sonhei que tu acendias para mim
Uma dança flamejante de fogo.
Audaciosa, ela rodopiava labaredas
Em meu corpo adormecido.
Fazia irromper sombras incrustadas
Com o oficio de soprar brasas.

Segurava-me em turnos,
Como uma sentinela que nunca adormece.
Os mesmos passos avançavam e contavam
Estrelas em mim.
Fazia-me perder a consciência,
E afundar entorpecida no vazio das horas

Pássaros voavam, obedecendo
Ao ritual sagrado do esvoaçar das sedas.
Dançavam no ar, em busca do perfume das flores.
Despiam o vestido de meu corpo,
Que, ferido ardia em chamas.
Emaranhavam-se no vapor das nuvens,
Buscando entrar em meus pensamentos.

Eu, tarde da noite, acordava,
Testemunhando a jornada do voo
E as voltas da dança do fogo,
Que traziam ao meu corpo
O desespero do sangue.

Rachel Moraes

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