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quarta-feira, 17 de julho de 2013

António Nobre

 Maravilhoso poeta português:

Poeta português, nascido em 1867, no Porto, e falecido a 18 de março de 1900, na mesma cidade.
A infância e a adolescência de António Nobre foram passadas entre Leça da Palmeira, onde o pai, antigo emigrado no Brasil, possuíauma quinta, e a Foz do Douro. Tendo estudado em colégios do Porto, frequentou os principais centros da boémia portuense,convivendo com figuras literárias como Raul Brandão e Júlio Brandão e publicando criação poética. Frequentou posteriormente aFaculdade de Direito de Coimbra, onde, com Alberto de Oliveira, fundou a revista Boémia Nova, cuja polémica com a publicação deInsubmissos, de Eugénio de Castro, constituiu um marco na emergência do Simbolismo e do Decadentismo em Portugal. Foi emCoimbra que, habitando a fortificação medieval que ficaria conhecida como "Torre de Anto", se acentuou o culto por uma posturaromântica e egocêntrica, e que elaborou grande número das composições que viriam a integrar a sua principal obra publicada emvida. Em Paris, desde 1890, forma-se em Direito na Sorbonne e, conquanto à margem da dinâmica literária francesa que, por essaaltura, consagra o Simbolismo, publica , em 1892, obra onde a voz do lusíada exilado reinventa, entre nostálgico e auto-irónico,uma existência que, nutrida nas tradições de um Portugal puro e preservado, o votou à solidão e ao sofrimento. Não chegando aocupar o lugar de cônsul para que concorrera em 1893, os últimos anos de vida de António Nobre serão marcados por deslocaçõesfrequentes entre os lugares da sua infância e juventude e lugares de repouso, como a Suíça e a Madeira. Uma leitura literal de umbiografismo assumido com emotividade e a evocação de um "Portugal da minha infância", vislumbrado em paisagens rurais e emtextos plasmados sobre formas populares, permitiu que a publicação de  surgisse como um modelo a um tempo de uma estéticaneorromântica e neogarrettista que, pelo menos desde o início dos anos 90, fora elaborando as suas propostas teóricas. Mas, naverdade, o mais original do volume passa por uma forma antideclamatória que, inserindo-se num dolorismo e confessionalismo lírico,frequentemente de inspiração autobiográfica, busca a impressão de extrema simplicidade, delindo na sua elaboração a culturaliterária e o rigor construtivo que lhe subjazem. É neste sentido que António Nobre se insere numa poesia portuguesa pré-modernista, ao colocar em questão uma língua poética fortemente convencional e normativa. Segundo Gastão Cruz, "enquantoCesário revoluciona fundamentalmente o nível linguístico, através da renovação vocabular, a revolução de Nobre, não deixando desituar-se igualmente num plano semântico, e por vezes com uma liberdade de associações e uma violência que encontram o queencontramos em Cesário [...], abala, pela primeira vez, os alicerces, e toda a construção, do edifício romântico-parnasiano." (CF.CRUZ, Gastão - A Poesia Portuguesa Hoje, 2.ª ed. aum., Lisboa, Relógio d'Água, Lisboa, 1999, pp. 20-21).
No ano de 2000 comemorou-se o centenário da sua morte, através de publicações que relembram a sua vida pessoal e poética,entre outros eventos.




Vaidade, Tudo Vaidade!


Vaidade, Tudo Vaidade!Vaidade, meu amor, 


tudo vaidade! Ouve: quando eu, um dia, for 

alguém, Tuas amigas ter-te-ão amizade, (Se 


isso é amizade) mais do que, hoje, têm. Vaidade é o luxo, a gloria, a caridade, Tudo vaidade! E, se pensares bem, Verás, perdoa-


me esta crueldade, Que é uma vaidade o amor de tua mãe... Vaidade! Um dia, foi-se-me a Fortuna E eu vi-me só no mar com minha 


escuna, E ninguém me valeu na tempestade! Hoje, já voltam com seu ar composto, Mas eu, vê lá! eu volto-lhes o rosto... E isto em mim não será uma vaidade?


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