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segunda-feira, 27 de abril de 2009

"Saudades"


"SAUDADES"

Vens
como um delírio vermelho
que me rouba as palavras
e a matriz da verdade
num rumor de cadeias

Como se não me fosse consentido
o revoltado grito da amizade
na íngreme montanha
onde as palavras despertam
o nácar das bocas alheias

Repetem-se os gestos rotinados
num alucinante bailado de espelhos
ferindo de monotonia
os olhos cansados da poesia

Porque não voltas
por entre o tumulto dos dedos
e o cheiro das maresias?

LuizaCaetano

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