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sábado, 1 de novembro de 2008

"ODISSÉIA DE DOLORES"


ODISSÉIA DE DOLORES (*)

Eugenio Santana

Bom dia, Dolores!
- Como vai o desvario de teus amores?
Passam por ti e satisfazem
indescritíveis instintos bestiais...

Na tua cabeça, Dolores,
dançam fantasmas desfigurados
em noites mortas, insossas, mal-dormidas
noites libidinosas,
volúpia de fictício prazer.

Boa noite, Dolores!
Sou um simples cavaleiro das estrelas,
misto de visionário e sonhador.
Durante o dia – elimino a tristeza;
à noite – atenuo a dor.

Boa noite, Dolores!
Senta-te aqui comigo,
compartilha deste copo de vinho da alma,
conta-me efêmeros fragmentos de tua vida.
Rasga o verbo na penumbrazul
Deste teu orgástico quarto...

Suaviza a turbulência de minha cabeça,
Apoiando-a no teu macio colo;
doravante, brinca com os caracóis de meus cabelos.
Vamos nessa, Dolores!
Amanhã, não sei se te direi:
- bom-dia, boa-tarde ou boa-noite!

(*) extraído do livro: “Asas da Utopia”,
página 41, Santana Edições, Brasília, DF, 1993.



(TODOS OS DIREITOS AO AUTOR)

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