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sexta-feira, 27 de junho de 2008

RACHEL D.MORAES


(Imagem Rachel by Derly Barroso)


A lua de tão clara
Encobria o brilho das estrelas.
No campo de trigo,
As espigas douradas resplandeciam,
Mostrando o ondular do caminho.

A menina descia pela vereda
Das estrelinhas pequenas,
Mirando-se no espelho dos sonhos.

Um fio luminoso ficou estampado
Em sua pupila,
Demarcando a imagem de uma estrela.

Tantos arvoredos, pedras e rios,
Via tudo claramente,
Como se caminhasse num dia submerso de sol.

Vinha deixando um rastro
De lantejoulas em chamas.
Um rastro de chispas cristalizadas de água.
Era como uma pedra preciosa
A andar pelos campos da Terra!
Mirando cada lago,
Contemplando o vasto espelho verde.

Entre um rendilhado de nuvens baixas,
A lua em sua sonhadora obscuridade olhava...
Ela era a estrelinha que caminhava,
Trajando lume e orvalho.
Seus cílios roçavam suas faces rosadas.
Os cabelos dançavam nos ombros
Com doces beijos úmidos.

Passe, passe princesinha de luz!
Olhe os canteiros que Deus plantou para você.

Deixem-na passar!
Diziam as pedras, tombadas no caminho.
Deixem-na passar! Diziam os regatos.
E ela mirava-se neles
Como num espelho.

Todas as árvores curvavam-se a ela
Dando boas vindas.
Ela seguia em frente.
Flutuava de tão contente!
Trazia o coração palpitante,
Por se saber esperada e amada.

E na superfície do mundo,
Deixou-se nascer, luminosa,
Como as Estrelas costumam ser!


Rachel D. Moraes

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