Cida Luz

Aos poetas

Que bradem os poetas!
Ah... Mas por favor!Que enalteçam com louvor
o soluço da alma contemplada pelo amor,
este que mesmo choroso, preso a nostalgias
ou enlouquecido na paixão, traduz a grandeza
da vida!

Que poetas sonhem além as amarguras que por
vezes nem lhe são tão caras,
mas que queimam a face em verdade,
nas vestes de lágrimas que rolam sequiosas por paz!

Poetas!Poetas!Fazeis jus ao que demanda a
tua nobreza!Ao que não se cala no âmago do Ser!

Que sejam então poetas!
Que aqueçam segredos ausentes em vontades
emudecidas daquele grito preso na garganta...
Que sejam então os poetas, a guardar alheiamente
o pranto de algum olhar entristecido ou
Apaixonado...
Que sejam Os aventureiros ousados,
Percorrendo a humilde e tímida alma humana,
Com o respeito sublime de uma benção!

(Cida Luz)