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sábado, 14 de julho de 2012

Maia de Melo Lopo

QUANDO
Quando só, te abandonares no sofrimento, imagina seres uma acácia de prata,
sempre que ouças o vento flutuar em cima da montanha não te lembres do adeus,
todas as vezes que olhares um sinal de luz e veres brilhar a lâmina de um bisturi,
não sintas culpa ou medo que o tempo desgaste as lembranças do quanto foste ferida,
mais tarde é possível que a tristeza desvaneça e a próxima lágrima não seja ingrata,
pois se um dia fores acácia de prata, sente, no Outono morrem folhas espezinhadas,
em silêncio, se tiveste alguém ao lado e tuas veias em devaneio desejaram ser amadas,
quando, quando foram as vezes que fingiste dizer não? Lembra… quando, quando?

Quando te achares perdida na triste escuridão, sou o lírico anjo do sonho, deixa-me sorrir,
no tempo, longe da eternidade dei-te a prata, escondi meu coração pois é lá o teu lugar,
não sabes reconhecer a verdade da negra realidade, aproxima-te bate no desejo sem me abraçar,
oculto-me e se me despedir, não poderás ver-me através de ti, a alma na prisão quis fugir,
acariciei a vida, voltei a olhar-te, vejo a paixão dos teus olhos tristes na maior solidão,
não te iludas, o beijo do amor caminhou num instante, foi pela ponte da palavra quebrada,
sonhas, lavras o destino que anseias encontrar, sentirás porque estou aqui e tenho de ir,
quando, quando foi que na revolução eu quis partir? Quando, quando?

Quando sentires lágrimas de gelo, nunca verás no céu rugas errantes da minha sombra,
enquanto teu coração prateado não morrer, terás memórias aprisionadas das noites quentes,
minha mente diferente vagueia na prata mais brilhante das tuas pétalas incandescentes,
se for embora a saudade eterna fica por cá, em perdão o doce amor no segredo vai renascer,
nas estrelas se notares um romance, digo adeus na distância e nem me saberás esquecer,
pelas serras e planícies irás perguntar por mim, sem chance flores te dirão, o livre anjo voou,
no cemitério do rio seu coração sobreviveu numa acácia de prata, alguém que tanto amou,
quando, quando imaginarás que na chama de nós o amor não morreu? Quando, quando?

Maia de Melo Lopo. Lisboa/Portugal. 12. Artista Plástica. Poetisa do Movimento Internacional Poetas del Mundo. Embaixadora Universal da Paz-Cercle Universel des Ambassadeurs de la Paix-France & Genève- Suisse.

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