Lisboa
Quantas viagens e acessos reconhecidos
de fúria, prazer ou mero encantamento
quantas viagens de luxúria
ou descidas aos infernos da ignorância
quantas as vezes te amei de peito aberto
quantas as vezes te percorri sem o medo
sem a intensa frustração de ter que partir
Lisboa de minh'alma, de meu corpo em frenesim
houve os tempos do poeta sentado no café
a sustentar os dias em que não trabalhava
para que hoje sejas lida para além do óbvio
quantas as vezes te li e nunca te senti
como aquelas em que te vejo
Lisboa eu amo-te, amante perversa
de orgasmos interrompidos pela dor
de fugidias subidas ao Céu
interrompidas pelo nojo
da ausência, da destruição, da indiferença
Quantas vezes te percorri, já não sei
não vou nunca quantificar os amores que te conheci
as sensações de loucura que lá vivi
dentro de ti ó Lisboa
De minh'alma, de corpo e coração!
MM
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