Em meu mundo de encanto,repasso as poesias de amigos e de poetas que me fazem sentir o encanto da vida.
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quarta-feira, 30 de abril de 2014
Luiza Caetano - "Anarquista"
![]() |
(TELA DE LUIZA CAETANO) |
"ANARQUISTA"
De mim
sou o Senhor!
o escravo!
o Deus
e o
Demónio !
sou o Senhor!
o escravo!
o Deus
e o
Demónio !
Minha bandeira
não tem sexo!
não tem cor!
não tem sexo!
não tem cor!
Em minh`Alma,
apenas a forma
com a forma do AMOR!
apenas a forma
com a forma do AMOR!
Não!
Não me ponham
rótulos no sexo!
Não me ponham
rótulos no sexo!
Meu sexo
sou eu!
sou eu!
verso e reverso
de cada poema!
de cada poema!
Proclamo
quando te chamo
na gestual fala
dos lobos.
quando te chamo
na gestual fala
dos lobos.
Minha fronteira
fica depois
da última barreira!
fica depois
da última barreira!
Não!
não me ponham rótulos
na alma,
não me ponham rótulos
na alma,
sou de mim
o Senhor!
Dona do
meu amor!
o Senhor!
Dona do
meu amor!
Luiza Caetano.
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Luiza Caetano - "Asa Da Tarde".
![]() |
(TELA DE LUIZA CAETANO) |
"ASA DA TARDE"
Bate o sol na chapa velha,
a saudade no coração,
a saudade no coração,
Olho a volta do caminho
sem a sombra dos regressos
sem a sombra dos regressos
Tocam os sinos na Sé
Avé-Marias e preces
Avé-Marias e preces
A solidão é uma asa
chapada contra o muro
chapada contra o muro
faz-me falta o teu carinho
tua mão dentro da minha
tua mão dentro da minha
nelas seguro o vazio
Um cisco - cio de ave
desenha-te no horizonte
desenha-te no horizonte
Bate o sol na chapa velha
rumor de fonte na tarde
rumor de fonte na tarde
Tu, não vens eu desespero
espelho quebrado...saudade.
espelho quebrado...saudade.
Luiza Caetano
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Luiza Caetano - "Flores Raras e Banalíssimas."
![]() |
(TELA DE LUIZA CAETANO) |
FLORES RARAS E BANALÍSSIMAS (segundo o título de um filme que amei)
Me procuraste
como águia
nos meus silenciosos céus
ignorados de ti
como águia
nos meus silenciosos céus
ignorados de ti
não te busquei
muito menos te quis
surpreendida
com o encanto das palavras
enamoradas de sentimento
juradas de raiz
muito menos te quis
surpreendida
com o encanto das palavras
enamoradas de sentimento
juradas de raiz
feitiços e sortilégios
quando o nome apenas
era da cor do morango
chegando eivado
de caprichos e mistérios
quando o nome apenas
era da cor do morango
chegando eivado
de caprichos e mistérios
Coisas que a vida tece
e a realidade não obedece
como um exílio branco
e a realidade não obedece
como um exílio branco
Foi também o encanto
vivido entre trilhos que te amaram,
outras margens, filhos ou cadilhos
de amargos encontros-relentos.
vivido entre trilhos que te amaram,
outras margens, filhos ou cadilhos
de amargos encontros-relentos.
De tanto cansado garimpo
apenas ficaram
os meus lábios sedentos
que um dia te desposaram.
apenas ficaram
os meus lábios sedentos
que um dia te desposaram.
LuizaCaetano
( In il o tempora)
( In il o tempora)
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domingo, 20 de abril de 2014
Luiza Caetano - "Teatro"
![]() |
(Imagem teatro, colhida no google) |
"a emoção
de quantos
saudosos abraços
mesmo à boca do coração..."
TEATRO
É sempre na boca de cena
que escreves
um e outro e mais outro
ato trágico
onde a comoção
interage com o público,
alterando o clima
retirando o mágico
e mesmo
a emoção
de quantos
saudosos abraços
mesmo à boca do coração
Luiza Caetano
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Luiza Caetano - "Ressureição"
![]() |
(Tela de Luiza Caetano - "O Nazareno") |
Nós
que todos os dias
nos morremos
na cruz de viver
Tomemos
de Cristo o exemplo
Daquele que
nascido Homem
numa lição de Amar
e de Ser
nos legou
a Ressurreição e a vida
Celebrar a Páscoa
como ato supremo
de alegria
e de ressurreição
de viver
o compromisso
e intensamente cumprir
a vida de cada dia
no altar de nossa crucificação
Luiza Caetano
2014/04/17
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sábado, 19 de abril de 2014
domingo, 13 de abril de 2014
Luiza Caetano -CANTICO DE AMOR OU DO NOSSO NATAL INTERIOR DE TODOS OS DIAS
CANTICO DE AMOR OU DO NOSSO
NATAL INTERIOR DE TODOS OS DIAS
Quero
cânticos como risos de criança,
pingos de luar
ou
pedaços de sol
ferindo em jorros
a fome de luz
que na alma carrego
em forma de cruz.
Quero
a quinta sinfonia
num bailado fantástico
e a alegria
murmurante das fontes
da minha aldeia.
Quero um rio!
Quero um mar
ou
um corpo deslizante
Impaciente
espero esse dia
Meus pés
descalços na areia
pura ressonância de alegria.
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quarta-feira, 2 de abril de 2014
Luiza Caetano - Breve Currículo.
Pintora, escritora Luiza Caetano, Nascida na aldeia de Venda do Pinheiro, em Mafra, perto de Lisboa, em 1946, Luiza teve uma infância pobre semelhante a de muitas mulheres da região, habitada por pessoas pouco letradas. No entanto, foi nesse universo que viu imagens que cristalizaria mais tarde em quadros, como Aldeia saloia, Burro saloio ou Festas da minha aldeia.
Luiza, que se define "órfã de pais, filhos e maridos", começou a trabalhar numa usina de tecelagem, como operária, aos 11 anos de idade. Aos 18 anos, mudou para Lisboa. Passou a viver então a rotina de trabalhar durante o dia e estudar à noite. Formou-se assim em Filosofia e começou a escrever poemas e contos, publicando alguns em jornais.
Material para isso não faltava à observadora e inquieta Luiza, que viajou por Ásia, Europa, México e Índias, de avião, de carona, enfim, da forma que conseguia. Nesse período desenvolveu também o amor pela pintura. Começou então a freqüentar exposições e a pensar em desenhar algo, mesmo sem ter cursado qualquer academia de arte, fato que a caracteriza como autêntica naïf.
Em 1988, ocorreu o grande estalo. Luiza comprou pincéis, tintas e telas. "Comecei a borrar tudo quanto me rodeava", conta. O resultado chamou a atenção de um amigo pintor, que levou suas telas para a Galeria de Arte do Casino Estoril, Luiza foi aceita no Salão Naïf local, realizado anualmente e considerado um dos melhores da Europa, e começou uma carreira que hoje inclui exposições em Portugal e no exterior, principalmente Espanha, França, Alemanha, Cabo Verde, Bélgica, EUA e Brasil, além de integrar importantes acervos internacionais e de ter participado da fundação em 1989, da Associação de Pintores Primitivos Modernos de Portugal .
Luiza integrou ainda a exposição inaugural do Museu de Arte Primitiva Moderna de Guimarães, em Portugal, com dois quadros bem distintos: um paradisíaco Adão e Eva perante a maça do pecado e uma visão da Ponte 25 de abril com uma cruz inclinada como a abençoar o rio Tejo. Essa pequena intromissão do fantástico na tela dá um charme todo especial ao trabalho de Luiza e a destaca no panorama dos naïfs portugueses.
Premiada pela Embaixada de Portugal em Cabo Verde, em 1996, e no XVII Salão de Arte Naïf, Galeria do casino Estoril, em1997, Luiza não hesita em definir o trabalho que faz. "Pintar representa um escape onde liberto as tensões e o estresse do dia-a-dia, onde cristalizo algumas emoções e recordações.Entre os pintores que a motivam a seguir em frente com seu ofício de pintora, Luiza destaca Henri Rousseau, o pai dos naïfs; Frida Khalo e Diego Rivera, que já pintou juntos; além do colombiano Botero e da brasileira Tarsila do Amaral. Na poesia, cita Manuel Bandeira, Florbela Espanca, Eugênio de Andrade e Fernando Pessoa, a quem também já retratou ao lado de Charles Chaplin, em frente ao célebre Café Lisboa.
Entre os escritores, há uma interessante preferência pelos grandes mestres do realismo fantástico, como Kafka e Gabriel García Márquez, além do conterrâneo José Saramago. Suas telas, em certo aspecto, às vezes se aproximam dessa tendência, pois, embora partam de situações cotidianas sempre tem algum elemento, por menor que seja, de irrealidade, que atribui alguma simbologia à tela.
Esse recurso se torna mais evidente no tratamento que a artista portuguesa dá às proporções, como ocorre, por exemplo, no quadro O Fado – Homenagem a Amália Rodrigues, em que a grande cantora de fado é mostrada quatro vezes maior do que os espectadores do seu show e os músicos que a acompanham, além das presenças significativas e misteriosas, nos azulejos das paredes da casa de fado, de Santo Antônio de Lisboa e de Fernando Pessoa.
Além das aldeias e cenas saloias já mencionadas, Luiza pinta recantos de Portugal, como Guimarães – Música na Praça da Oliveira e Cegonhas brancas no Castelo de Arraiolos. A história de Portugal também comparece em seus trabalhos, merecendo destaque a tela Festejando o 25 de abril no Pelourinho. Homens, mulheres e crianças dançam e cantam, todos com os tradicionais cravos vermelhos que coroaram a democracia lusa.Quadros como Partida de Vasco de Gama para a Índia, que exalta o empreendimento marítimo luso, Terras de Vera Cruz, em que as praias brasileiras aparecem como locais paradisíacos, com coqueiros, aves e ondas calmas, e Sermão do Padre Antônio Vieira aos índios do Brasil, marcado pela presença de araras coloridas que contrastam com as velas brancas das caravelas portuguesas, confirmam a preocupação da artista com as raízes portuguesas.Foi desafiada quando veio para a exposição de Naifs Portugueses, pelo embaixador da Suiça.
Luiza relutou, mas aceitou a tarefa. "É difícil para mim trabalhar por encomenda, mas vou recriar o tema. Gosto muito de desafios ", declarou. Seguramente ela não terá dificuldades, pois em telas como Va, pensiero e Deusas do rio a relação entre embarcações e a água é tratada com simplicidade e toques de criatividade.
O ecletismo dos temas de Luiza assombra pela diversidade. Se as festas populares de Lisboa, no conhecido bairro da Alfama, não podiam faltar numa autêntica pintora lusa, como ocorre em Prece das noivas a Santo Antônio; o universo agrário, quando presente, geralmente também é mostrado em cenas alegres, como Apanhadores de melão ou Apanhando tomate, alem de um coloridíssimo Homem de malmequeres, vendendo suas flores em uma rua no centro do quadro. Ao fundo, centenas de pequenas manchas de diversas tonalidades, indicando os mais variados tipos de plantações.
Há ainda A orgia do vinho, em que homens e mulheres aparecem tocando instrumentos e pisando uvas. Na parte superior do quadro, moinhos de vento dão harmonia à cena e, à direita, um senhor de smoking bebe, imerso em luxo, o resultado do árduo trabalho dos camponeses.Também há cenas mais românticas, como Namoro, em meio a um campo todo florido, ou uma moça sozinha num campo igualmente paradisíaco, em Malmequer... Bem me quer, mas a força maior de Luiza parece estar justamente na forma original que mostra o cotidiano da vida saloia. As imagens surgem com naturalidade, sem afetação, encantando à primeira vista.
Observar atentamente as telas de Luiza Caetano é um descanso para os olhos. Olhar as imagens que nos oferece constitui não só uma visita a Portugal, mas, acima de tudo, um mergulho num universo de pinceladas precisas e decididas que dão aos seus quadros uma dimensão universal, colocando-a entre as principais expressões da pintura naïf em âmbito mundial, já que, a artista consegue extrair aquilo que há de universal na vida saloia portuguesa.Ganhou o 1º prêmio do Salão Internacional da Galeria do Cassino de Estoril (Portugal, 1996); 1º prêmio do Salão Um Arquipélago de Todas as Cores (Cabo Verde, 1996); menção honrosa no Salão de Arte Naif de Lousa (1994 e 2002); Salão Internacional da Galeria do Cassino de Estoril (Portugal, 1994, 1995, 1996, 1998, 1999, 2001 e 2002); Salão 1º Pré Costa do Estoril (Portugal, 2004). Entre as distinções, recebeu a Medalha da Galeria Alba (Nápoles, Itália, 2001) e o Grau Acadêmica-Associada, Atribuído Pela Academia Internacional de Artes, Letras e Ciências Greci (Marino, Itália, 2002).De Portugal Com Amor - Pinturas" sublinha a carga afetiva da pintora com o Brasil, através de alguns quadros emblemáticos, como o "Trenzinho Para Pasárgada", no qual Luiza coloca o poeta brasileiro Manuel Bandeira conduzindo o trem numa viagem mítica com Jorge Amado, Zélia Gattai, Fernando Pessoa, José Saramago e até a cantora Maria Bethânia. Outras obras de referência são a "Barca D’Eça" (alusiva ao escritor português Eça de Queiroz) e "Barco Negro" (nome de um dos fados mais conhecidos de Amália Rodrigues, de quem a autora é fã). A mostra conta ainda com alguns trabalhos que Luiza Caetano exibiu ano passado na exposição Portugal em Prosa e Verso no Museu Internacional de Arte Naif do Brasil (Rio).
Segundo os críticos, Luiza Caetano é uma pintora eclética, criativa e inquieta, cujos temas se envolvem quase sempre com suas emoções e paixões. É uma pintora profana que adora pintar Santo Antônio de Lisboa, além das típicas aldeias portuguesas, ou as originais vindimas do Douro.Seleccionada pelo Centre d´Art International Lia Kasper de Morges (Suiça), para o Grand Prix Suisse et Prix Europe de Peinture Primitive Moderne.CITADA:
'Artes Plásticas Luso Brasileiras' de Narcizo Martins
'Artes Plásticas de Portugal II', de Fernando Infante
'Anuário das Artes Plásticas', Estar Editora
PRÉMIOS Entre outros:.
1º Prémio Embaixada de Portugal, Cabo Verde
1º Prémio Casino Estoril (Prémio Câmara Municipal de Guimarães)
3º Prémio Salão de Arte, Renault
Menções Honrosas, nos XIV, XV, XVI e XVIII Salões de Pintura Naïf do Casino Estoril e Salão de Arte Naïf 1994 da Lousã .
REPRESENTADA
Museu Internacional de Pintura Naïf de Jaen-Espanha
Museu de Arte Primitiva Moderna de Guimarães
Museu da Água - Epal - Lisboa
Câmaras Municipais de: Guimarães, Lousã, e Sesimbra
Fundação Evangelização e Culturas;
Visitem ....
http:www.artenarede.com
Dados colhidos em diversos sites através do google.
E agora um poema que Luiza Caetano se descreve:
NASCIDA A 21 DE JUNHO
"Ela é livre e ser livre a faz brilhar
Ela é filha da terra céu e mar"
Ela é filha da terra céu e mar"
Filha do vento também
e
do ventre de minha mãe
sou
calceteira do tempo
inventora de templos
de sonhos e de fétiches
jogo as cartas com o diabo
ando de braço dado com Deus
e
do ventre de minha mãe
sou
calceteira do tempo
inventora de templos
de sonhos e de fétiches
jogo as cartas com o diabo
ando de braço dado com Deus
sou
a irmã de Vocês
nas esquinas
da Rua do Off
a irmã de Vocês
nas esquinas
da Rua do Off
nos pincéis
e
nas palavras
nos versos
e
nos reversos
sou o avesso
do direito
expontânea
daquele jeito...
e
nas palavras
nos versos
e
nos reversos
sou o avesso
do direito
expontânea
daquele jeito...
Luiza Caetano.
Imagem: "PALHAÇA LOU- PEACE"- de Luiza Caetano.
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