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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Oswaldo Antônio Begiato

PEQUENA BIOGRAFIA













“SEM SOMBRAS



Ao meio dia

De um domingo

Prenhe de sol

E enamorado de outubro

Rompi espontâneo

Como um botão de rosa fêmea

Que nasce sem ser esperado.”



Nasci, sob o signo de escorpião,

em 26 de outubro do ano de 1.953,

na cidade de Mombuca,

um pequeno encanto

no canto interior

do Estado de São Paulo.



Menor que a cidade só eu mesmo.



Ainda pequeno vim para Jundiaí,

também São Paulo, Terra da Uva,

da qual experimentei o sabor do fruto

e jamais a deixei.



Nela me fiz advogado sem banca,

aposentado sem queixas

e onde perambulo até hoje,

buscando, perdidas nas sarjetas,

as palavras que me usam

para escrever poesias.






“SEM SOMBRAS



Ao meio dia

De um domingo

Prenhe de sol

E enamorado de outubro

Rompi espontâneo

Como um botão de rosa fêmea

Que nasce sem ser esperado.”



Nasci, sob o signo de escorpião,

em 26 de outubro do ano de 1.953,

na cidade de Mombuca,

um pequeno encanto

no canto interior

do Estado de São Paulo.



Menor que a cidade só eu mesmo.



Ainda pequeno vim para Jundiaí,

também São Paulo, Terra da Uva,

da qual experimentei o sabor do fruto

e jamais a deixei.



Nela me fiz advogado sem banca,

aposentado sem queixas

e onde perambulo até hoje,

buscando, perdidas nas sarjetas,

as palavras que me usam

para escrever poesias.
 
 
 
                                  (imagem By Mary in google)


ORAÇÃO A MIM MESMO


Oswaldo Antônio Begiato



Que eu me permita olhar e escutar e sonhar mais. Falar menos. Chorar menos.



Ver nos olhos de quem me vê

a admiração que eles me têm

e não a inveja que prepotentemente penso que seja.

Escutar com meus ouvidos atentos

e minha boca estática,

as palavras que se fazem gestos

e os gestos que se fazem palavras



Permitir sempre

escutar aquilo que eu não tenho

me permitido escutar.



Saber realizar

os sonhos que nascem em mim

e por mim

e comigo morrem por eu não os saber sonhos.



Então, que eu possa viver

os sonhos possíveis

e os impossíveis;

aqueles que morrem

e ressuscitam

a cada novo fruto,

a cada nova flor,

a cada novo calor,

a cada nova geada,

a cada novo dia.



Que eu possa sonhar o ar,

sonhar o mar,

sonhar o amar,

sonhar o amalgamar.



Que eu me permita o silêncio das formas,

dos movimentos,

do impossível,

da imensidão de toda profundeza.



Que eu possa substituir minhas palavras

pelo toque,

pelo sentir,

pelo compreender,

pelo segredo das coisas mais raras,

pela oração mental

(aquela que a alma cria e

que só ela, alma, ouve

e só ela, alma, responde).



Que eu saiba dimensionar o calor,

experimentar a forma,

vislumbrar as curvas,

desenhar as retas,

e aprender o sabor da exuberância

que se mostra

nas pequenas manifestações

da vida.



Que eu saiba reproduzir na alma a imagem

que entra pelos meus olhos

fazendo-me parte suprema da natureza,

criando-me

e recriando-me a cada instante.



Que eu possa chorar menos de tristeza

e mais de contentamentos.

Que meu choro não seja em vão,

que em vão não sejam

minhas dúvidas.



Que eu saiba perder meus caminhos,

mas saiba recuperar meus destinos

com dignidade.

Que eu não tenha medo de nada,

principalmente de mim mesmo:

- Que eu não tenha medo de meus medos!



Que eu adormeça

toda vez que for derramar lágrimas inúteis,

e desperte com o coração cheio de esperanças.



Que eu faça de mim um homem sereno

dentro de minha própria turbulência,

sábio dentro de meus limites

pequenos e inexatos,

humilde diante de minhas grandezas

tolas e ingênuas

(que eu me mostre o quanto são pequenas

minhas grandezas

e o quanto é valiosa a minha pequenez).



Que eu me permita ser mãe,

ser pai,

e, se for preciso,

ser órfão.



Permita-me eu ensinar o pouco que sei

e aprender o muito que não sei,

traduzir o que os mestres ensinaram

e compreender a alegria

com que os simples traduzem suas experiências;

respeitar incondicionalmente

o ser;

o ser por si só,

por mais nada que possa ter além de sua essência,

auxiliar a solidão de quem chegou,

render-me ao motivo de quem partiu

e aceitar a saudade de quem ficou.



Que eu possa amar

e ser amado.

Que eu possa amar mesmo sem ser amado,

fazer gentilezas quando recebo carinhos;

fazer carinhos mesmo quando não recebo

gentilezas.



Que

eu jamais fique só,

mesmo quando

eu me queira só.



Amém.
 
 
 
 
 
 
 
 
NOSSO IMORTAL AMOR


Oswaldo Antônio Begiato









Tome essa folha

branca

de papel

virgem,

que um panapaná

deixou cair,

de suas asas

coloridas,

em meu colo

de noivo.



Nela escreva,

com suas mãos

de noiva,

seu nome,

com letras

douradas,

e depois

escreva

uma poesia

lírica,

com letras

corridas.



Por fim

escreva

meu nome,

sem maiúsculas

e sem acentos

agudos.



É esse o ritual

que outorgará

ao nosso amor

imortalidade.