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domingo, 30 de novembro de 2008

Graciela Cunha e Eliza Gregio



(Imagem e poema de Graciela da Cunha e Eliza Gregio)
Novos Horizontes”

Lágrimas caem em silêncio profundo
Pedras foram deixadas para traz
As lembranças já não existem mais
No presente busco a liberdade

O destino tem novos horizontes
Novas inspirações para poetizar
No sol e no ar puro dos campos
Com uma brisa suave a face

Buscarei a magia do verdadeiro amor
E neste novo horizonte o coração
Vai se refestelar com paixão
Percorrendo os mais íntimos anseios

A alma incendeia no êxtase da paixão
Levando-me ao céu onde me sinto viva
Como um passarinho em vôo livre
Sem destino a busca de novos horizontes.
(Graciela da Cunha e Eliza Gregio)
28/11/08
Preserve autoria

Luiza Caetano


"ÚLTIMO MOMENTO COM MINHA MÃE"

Mãe,
contigo estou e vou
nessa caminho sem meta

Tuas vestes são a cruz
tua cama é um altar
teu corpo é um mártir
e, teu olhar...
Mãe!

Teu olhar
é um lampejo de vida!
é uma mortalha ferida!
é um trilho sem esperança!

Há um esgaçar de sorriso
na fímbria da tua boca

é um Adeus cricificado
algemado na saudade
dum àmanhã sem futuro.

Sobes no tempo o último degrau
do mais infinito silêncio

a tua boca é um grito
quebrado no teu/meu peito

Mãe,
minha Mãe
que já recusas as palavras
nas mãos caídas sem luta

no hematoma do teu corpo
dóiem as chagas da dôr
as saudades e o amor
o Adeus sem retorno

Mãe,
Minha mãe!

Prisioneira
sem celas
Mártir e quase santa
choras a Primavera
que a vida que nem foi tanta
é agora... derradeira

Mãe,
Minha querida mãe,

Olha o anjo que te abraça
Olha a cruz que te embaça

e, vais mãe...
para além
onde o meu olhar
já não te alcança...

Através da vidraça
teu olhar
esbaça,

Mãe

Luiza Caetano

Luiza Caetano


"AMOR LIVRE"


Livre
inteira
e aberta
como um verso codificado.

Guardo
nosso segredo sem mêdo
no cofre das minhas mãos
como uma prece rezada
que se ajoelha
no altar do amor.

Não me ponha
mordaça
na boca para beijar
nem rótulos na emoção
para te querer.

O verdadeiro amor
não tem fronteiras!

Apenas uma ténue
frágil rede de sonho
entre o mergulho abrupto
do precipício.

(luizacaetano )

Luiza Caetano


"ESTRATÉGIA DA ARANHA"

Faz a teia
tece o ninho
caça a ceia
faz a bola
Enrrola!
Muco langue
sorve o sangue
tece a teia
Aranha!
barriga
pranha
Piranha!
Arruma a teia
hexagonal
sacode as patas
lambe lambe
xupa sangue
entre as fendas
veneno mortal.
Enrrola a bola
Faz a teia!
tece o ninho!
caça a ceia!
entre a manha...
Aranha!

Luíza Caetano

Luiza Caetano


"MILAGRE DE AMOR"
Eu
estava à beira do abismo
e tu foste Luz!

Eu
tinha desistido
e tu deste-me Vida!

Eu
estava cega
rodando em círculos
e tu me deste o Caminho!

Eu
sobrevoava o quotidiano
num calmo vôo
enganado de felicidade
e tu me fizeste palpitar
em dôr e saudade!

Eu
estava quieta no meu canto
e tu vieste acordar o vulcão!

Te devo
este palpitar novo!
Esta festa! esta emoção!

Te devo
MEU AMOR

a comoção de te sentir
em cada pensar-te

No entanto...
nenhuma Graça
é doada de graça!

Aconteceste tão longe!

TE AMOOOOOOOOOOOOOOOO

lc

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Luiza Caetano


"LISBOA-CIDADE DA MINHA VIDA""

Anda vem ver Lisboa
cidade do meu Outono
Vê como tombam as folhas
na Avenida da Liberdade.

Vamos até ao Rossio?
onde se passeia a vaidade
e os senhores se enamoram
das floristas e das flores.

Mas é nos Restauradores
que os barcos se avistam no Rio

e
no Chiado de Pessoa
onde a Bica é mais gostosa
ali mesmo na Brasileira

aquela mesa do exílio
do Kubitschek de Oliveira

Vamos até ao Bairro Alto
dos botequins, da boémia
e dos enamorados unisexo

um convite um ensejo
das mercenárias do sexo

É a calçada do amor
desenhada a emoções
das varinas e dos pregões

Mas é no Terreiro do Paço
que nos aguarda aquele abraço
naufragado em pleno Tejo

LuizaCaetano

(POESIA E OBRA by LuizaCaetano)

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Florbela Espanca

ROSEIRA BRAVA


Há nos teus olhos de oiro um tal fulgor
E no teu riso tanta claridade,
Que o lembrar-me de ti é ter saudade
Duma roseira brava toda em flor.

Tuas mãos foram feitas para a dor,
Para os gestos de doçura e piedade;
E os teus beijos de sonho e de ansiedade
São como a alma a arder do próprio amor!

Nasci envolta em trajes de mendiga;
E, ao dares-me o teu amor de maravilha,
Deste-me o manto de oiro de rainha!

Tua irmã... teu amor... e tua amiga...
E também - toda em flor - a tua filha,
Minha roseira brava que é só minha!...

Florbela Espanca

in Reliquiai

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Luiza Caetano



" L U A "
Noite após noite
lhe conto os quartos
e as metades fulvas
como orgias em regaços sonhados

Te assemelhas por vezes
a uma barca perdida
inclinadamente esquecida
no céu de todas as estrelas

Ou
a um espelho reflector
assustando
os lobos! os cães e os homens
em noites de flancos escondidos

Raínha iluminadamente voraz
na minha cama de linho incendiada
Estertor da cada alvorecer

Desde o nascer ao morrer
divinamente prateada

luizacaetano


"S A U D A D E S"
Guardo
nas minhas mãos
o súbito calor das tuas,

A magia
desse olhar
perdido no meu!

O cálice
da tua boca
bebendo na minha,

o cristal
das tuas palavras
no Céu do meu sonhar,

Guardo,
ciosamente
Meu Amor,
cada momento
feito de tudos
e de nadas
de risos e de espanto

Bebo
a espuma da saudade
e o pranto

Todos os dias
de te lembrar...

Todos os dias!

luizacaetano


"MEU AMOR DE MIM"
Bebo a água
bebo a mágoa
meu sangue de raiva a fluir

morango
de sol e de lua
minha ponte pronta a ruir

meu infiel amor
meu ramo
de urze quebrado

meu coração
de algodão
minha dor, flor de jasmim

Meu cais
meu porto de mim

luiza caetano


"VAZIO REDONDO"

Há um vazio redondo
que fere o silêncio e os gritos
como escarpas estilhaçadas ...

Há um abismo redondo
na poeira dos meus passos
um precipício de mêdo
tecido na rotina dos dias...

Há um esgar de ausência
em cada noite encostado
como se esperasse
um pássaro por amanhecer...

Um cansaço de acuçenas
amarelecidas pelo tempo
sangrando as esperas na arena,

as Primaveras, subitamente feridas,
se extinguem num vazio redondo
como um grito contra o muro.

luizacaetano

domingo, 2 de novembro de 2008

"REQUIEM"


(Imagem by Google)


Sentida Homenagem aos que partiram

"REQUIEM"

Mãe! Carícia!
Mãe Coragem

da nossa juventude rebelde

Eras
o grito de alegria
dentro das coisas mais simples.

A fruta, o pão e a luz,
os passos presentidos
dos pássaros!
A cruz
na luta de cada dia.

Esta tua filha parida
entre rosas, dores e álamos

Cruza tuas mãos
em seu peito

em homenagem sentida

1 de Novembro de 2008


(Luiza Caetano)


Todos os direitos ao autor)

" O Que É o Amor?"


(Imagem by Marisa Água)

O que é o amor?

senão uma teimosa lembrança
dos corredores do futuro
timbrado na imaginação
disfarçado de companhia
no meio da solidão...

Frágil rede de sonho!

Ópio?
Angústia?
Insatisfação?

Curiosidade
que não se esgota
no precipício
de cada mergulho?

Busca incessante
do conhecimento da vida?


Espera de algo inverosímil?

ou um acordar
todos os dias
sacudido de esperança?

LuizaCaetano


(TODOS OS DIREITOS AO AUTOR)

"OBRA"


Obra

A obra tem o valor da alma do artista.
O peso de seus sentimentos.
A durabilidade de suas emoções,
a cor de seus pensamentos.
A casca (corpo) ,
é apenas a morada rude de seu espírito.
Repleta de defeitos para os mortais,
uma obra de arte para o criador do universo.

Marilene Teubner

01/11/08


(DIREITOS AO AUTOR)

" GUERREIRA"

GUERREIRA

Quem é essa mulher
Que vem à frente das outras,
Saindo do meio da escuridão,
Trazendo em uma das mãos o sal da terra
E na outra um candeeiro espargindo essa intensa luz
Azul?

Quem é essa mulher
Que vem à frente das outras,
Saindo do meio das leis e dos códigos,
Trazendo em uma das mãos os olhos vendados
E na outra a espada da justiça reluzindo essa intensa luz
Azul?

Quem é essa mulher
Que vem à frente das outras,
Saindo do meio de versos e rimas,
Trazendo em uma das mãos palavras desfiadas
E na outra uma folha de papel feita de uma intensa luz
Azul?

Quem é essa mulher
Que vem à frente das outras,
Saindo do meio do abandono e do desprezo,
Trazendo em uma das mãos o pai que adormeceu,
E na outra a mãe que perdeu dos olhos essa intensa luz
Azul?

Quem é essa mulher
Que vem à frente das outras,
Saindo do meio de um parto infantil,
Trazendo em uma das mãos os afetos que lhe negaram
E na outra o cordão umbilical envolvido em uma intensa luz
Azul?

Quem é essa mulher
Que de onde quer que venha,
Vem cavalgando por sobre as nuvens,
Sempre se fazendo acompanhar por uma intensa luz
Azul?

Quem é essa Fada Azul que alimenta os sonhos
E decifra caminhos?

(Oswaldo Antônio Begiato)

(TODOS OS DIREITOS AO AUTOR)

sábado, 1 de novembro de 2008

Blog da Fada Azul

"GUERREIRA"


(Todos os Direitos ao Autor)

GUERREIRA

Quem é essa mulher
Que vem à frente das outras,
Saindo do meio da escuridão,
Trazendo em uma das mãos o sal da terra
E na outra um candeeiro espargindo essa intensa luz
Azul?

Quem é essa mulher
Que vem à frente das outras,
Saindo do meio das leis e dos códigos,
Trazendo em uma das mãos os olhos vendados
E na outra a espada da justiça reluzindo essa intensa luz
Azul?

Quem é essa mulher
Que vem à frente das outras,
Saindo do meio de versos e rimas,
Trazendo em uma das mãos palavras desfiadas
E na outra uma folha de papel feita de uma intensa luz
Azul?

Quem é essa mulher
Que vem à frente das outras,
Saindo do meio do abandono e do desprezo,
Trazendo em uma das mãos o pai que adormeceu,
E na outra a mãe que perdeu dos olhos essa intensa luz
Azul?

Quem é essa mulher
Que vem à frente das outras,
Saindo do meio de um parto infantil,
Trazendo em uma das mãos os afetos que lhe negaram
E na outra o cordão umbilical envolvido em uma intensa luz
Azul?

Quem é essa mulher
Que de onde quer que venha,
Vem cavalgando por sobre as nuvens,
Sempre se fazendo acompanhar por uma intensa luz
Azul?

Quem é essa Fada Azul que alimenta os sonhos
E decifra caminhos?

(Oswaldo Antônio Begiato)

"ODISSÉIA DE DOLORES"


ODISSÉIA DE DOLORES (*)

Eugenio Santana

Bom dia, Dolores!
- Como vai o desvario de teus amores?
Passam por ti e satisfazem
indescritíveis instintos bestiais...

Na tua cabeça, Dolores,
dançam fantasmas desfigurados
em noites mortas, insossas, mal-dormidas
noites libidinosas,
volúpia de fictício prazer.

Boa noite, Dolores!
Sou um simples cavaleiro das estrelas,
misto de visionário e sonhador.
Durante o dia – elimino a tristeza;
à noite – atenuo a dor.

Boa noite, Dolores!
Senta-te aqui comigo,
compartilha deste copo de vinho da alma,
conta-me efêmeros fragmentos de tua vida.
Rasga o verbo na penumbrazul
Deste teu orgástico quarto...

Suaviza a turbulência de minha cabeça,
Apoiando-a no teu macio colo;
doravante, brinca com os caracóis de meus cabelos.
Vamos nessa, Dolores!
Amanhã, não sei se te direi:
- bom-dia, boa-tarde ou boa-noite!

(*) extraído do livro: “Asas da Utopia”,
página 41, Santana Edições, Brasília, DF, 1993.



(TODOS OS DIREITOS AO AUTOR)