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domingo, 29 de junho de 2008

Duas cartas sobre a dama Ruth Cardoso!



Ruth



A HISTÓRIA não anda para a frente. Aliás, ela não vai para lugar nenhum. Nós é que vamos. Ou não vamos. No final de 1999, o responsável pelas relações do Banco Mundial com a sociedade civil, freqüentador assíduo de nossas atividades, me dizia, num restaurante no aeroporto do Galeão, que Ruth fazia um trabalho extraordinário, mas não seria bem compreendida porque estava dez anos à frente da sua época. O que diria ele agora, quando depois de Ruth fomos parar em algum lugar do passado, 20 anos atrás? A morte não tem sentido. A menos aquele que os vivos lhe emprestamos.É uma característica dessa qualidade da alma que chamamos humanidade buscar na morte um sentido para a vida. Eis a origem do elogio fúnebre. No passamento de Ruth vejo o sentido daquelas coisas que não quero que passem: o apego à força da verdade e a rejeição a qualquer forma de manipulação do outro, sobretudo as formas hierárquicas de poder que exigem obediência.Em quase uma década de convivência, Ruth jamais nos disse, a nós, que trabalhávamos com ela como conselheiros da Comunidade Solidária, o que deveríamos fazer. Nunca tomou uma decisão em assuntos nos quais estivéssemos envolvidos sem antes nos consultar. Recusava o mando, o controle que transforma colaboradores em objetos ou em instrumentos de qualquer propósito pessoal ou coletivo de que não compartilhassem como pares, sempre como iguais.Curiosamente, era fácil irritá-la. Bastava elogiá-la para tentar captar-lhe a confiança com vistas a obter dela algum favor ou benefício. Bastava, aliás, chamá-la de primeira-dama. Se começasse assim, o interlocutor já podia desistir do seu intento. Nossa professora o desqualificaria antes mesmo da prova. Por sua banca pessoal não passavam os interesseiros.Ruth conseguia promover essa unidade, estranha para muitos nos tempos que correm, entre vida pessoal e vida política. Embora nunca tenha misturado a esfera privada com a pública, era sempre a mesma pessoa, estivesse numa recepção palaciana a um chefe de Estado, conversando com agricultores no São Francisco ou almoçando conosco, seus parceiros, em um restaurante em São Paulo.M as tinha opinião, ah!, isso ela tinha. Não acreditava no velho sistema político que agora se derrama em exaltações póstumas. Durante os oito anos da Comunidade Solidária, jamais vi na sua agenda aqueles célebres atendimentos clientelistas a parlamentares, nem mesmo aos do partido do marido. Sei bem, pois minha sala ficava ao lado da sua.Seu comportamento inédito causava irritação, é óbvio, mas a serenidade e a firmeza moral que emanavam de seus gestos e atitudes desestimulavam qualquer protesto. E ela em privado ria à solta quando vinham lhe dizer que um deputado, senador ou dirigente partidário tentou apadrinhar ou aparelhar algumas das ações que promovíamos.Ruth era suave, tinha aquele poder 'doce' que os velhos alquimistas percebiam na natureza, mas era também muito crítica, inclusive em relação ao governo Fernando Henrique, ao qual, aliás, nunca pertenceu formalmente.Quando dizíamos isso, as pessoas não acreditavam: mas como? Ela não é a mulher do presidente? Como se o fato de ser esposa do governante a tornasse também uma funcionária do governo: o que não era, nem nunca auferiu nenhuma remuneração por seu trabalho.Fosse diferente a relação que nossa cultura ocidental estabeleceu com a morte, seria melhor reconhecer que a experiência humana que presenciamos sob o nome de Ruth Corrêa Leite Cardoso foi uma vida realizada e emprestar-lhe um sentido para a caminhada que continuamos do que lamentar o seu desaparecimento.Claro, todos nós sentimos a perda, que, a mim, em particular, me afeta profundamente, depois de dez anos de trabalho conjunto, muitos diálogos e convivência praticamente cotidiana. Dez anos não são dez dias. A gente sofre porque é como se perdesse uma parte do próprio corpo.Mas Ruth cumpriu bem seu tempo nesta terra, com elegância e, mais do que isso, com sublimidade. Sofreu, sim, nos últimos anos, ao assistir ao derruimento sistemático das bases de um novo padrão de relação entre Estado e sociedade que tanto se esforçou por construir. Passou-se a tempo de não sofrer mais. Foi poupada do que ainda virá.Pobres de nós, que teremos de agüentar sozinhos, por muito tempo ainda, todos os efeitos associados à volta regressiva de um passado do qual ela quis se desvencilhar.Até a 'Carta Rede Social 167' e um abraço do


Augusto de Franco


junho de 2008.




UMA PRIMEIRA-DAMA QUE VALEU A PENA
MARIA LUCIA VICTOR BARBOSA
25/06/2008

Quando personalidades marcantes, daquelas que se distinguem no cenário nacional partem, para quem sabe outra dimensão, fica uma sensação de perda como se fosse a de um parente, de alguém próximo, apesar de não termos tido contato pessoal com essa figura. Assim, com certeza, se sentiram os brasileiros quando tomaram conhecimento da morte da ex-primeira-dama, dona Ruth Cardoso, ocorrido em 24/06/2008.
Essa comoção não é normal com relação às primeiras-damas. Geralmente elas não se destacam ofuscadas por seus maridos, sobretudo, quando estes são presidentes da República.
Algumas esposas de presidentes exercem ou simulam exercer certas funções de assistência social sem muita relevância. Outras se limitam a freqüentar ocasiões sociais ou acompanhar seus maridos em viagens para compor o quadro que os eleitores admiram: o da família bem constituída. Portanto, primeiras-damas podem ser também peças de marketing, figuras sem vida própria com tendência a resvalar para futilidades que os privilégios do seu status comportam.
Dona Ruth Cardoso fugiu à regra. Extremamente discreta, dotada de elegância sóbria e gestos comedidos, dona de invejável cultura, ela se destacou no cenário nacional pelo trabalho desenvolvido na área social e pela preocupação com os menos favorecidos.
Antes de mais nada ela foi uma mulher como o são as mulheres de fibra, ou seja, foi primeiramente mãe. Assim, enquanto o marido Fernando Henrique Cardoso se dedicava aos estudos e fazia brilhante carreira, inclusive internacional como sociólogo, a antropóloga Ruth cuidou dos filhos do casal, o que fez com que sua trajetória acadêmica ocorresse mais lentamente que a dele.
Mesmo assim conseguiu defender o mestrado em 1970 e o doutorado em 1972. Num país como o nosso, em que se cultiva a mediocridade, a educação caiu ao seu nível mais baixo e não se premia o mérito, infelizmente essa enorme dedicação aos estudos é vista como coisa da elite ou algo desnecessário. Seria, então, preciso mudar nossa mentalidade para se reverenciar os que vencem por mérito.
Dona Ruth foi também professora e pesquisadora e, quando seu marido chegou à presidência da República, assumiu a presidência do Programa Comunidade Solidária. A partir daí foi uma primeira-dama incansável no combate à exclusão social. Menos pelo papel que lhe coube junto a Fernando Henrique e mais por sua consciência cívica, sua visão do país, seu sentimento de brasilidade.
Ruth Cardoso não foi a primeira-dama fútil das festas, o ornamento a desfilar junto ao marido, a deslumbrada exibindo jóias e roupas. Mas exerceu o papel para o qual seu preparo intelectual e seu sentimento de cidadã brasileira se conjugaram para fazer da discreta senhora uma pessoa participante do seu tempo, um ser humano útil a outros seres humanos.
Ainda assim, recentemente foi vítima desse tipo de sordidez que permeia o jogo político. O dossiê urdido nas tramas palacianas para denegrir o ex-presidente FHC através dos gastos pessoais realizados durante seu governo, visaram atingir também dona Ruth. De forma firme, sem se intimidar, ela declarou publicamente que se mostrava indignada com a exploração política que estava sendo feita como os gastos pessoais do seu marido e familiares no período em que ele fora presidente. Realmente, uma abominação visando encobrir abusos de outros, estes sim, absurdos.
Dona Ruth, mãe, professora, primeira-dama atuante se foi para outra dimensão. Fica o Brasil em certo estado de orfandade num momento em que faltam mais mulheres dotadas de espírito público, mulheres solidárias, dignas, capazes de entender que cargo não é privilégio, mas encargo e que o fim último da política, como disse Aristóteles, é o bem comum.
Dona Ruth Cardoso, à sua maneira fez política como se deve fazer. Ela se foi, mas fica seu exemplo. O exemplo raro de como deve ser uma primeira-dama. Dona Ruth valeu a pena.
Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga, professora, escritora.





sexta-feira, 27 de junho de 2008

JOÃO JACINTO


Descobrir


Quero acreditar,
dar continuidade ao sonho,
ser Portugal!
Exprimir a alma
com lusitana voz,
entender-me com o mundo
de coração nas mãos,
ter nos gestos
a coragem
e no intuito
ansiar-se o amor.
E haver um fado
que se cumpra
por suprema
vontade,
magia,
e cante-se
em uníssono,
a fortuna,
em português!

Quero acreditar,
que há, ainda, por descobrir!

(João M. Jacinto)



Este Blog,foi premiado!
Recebeu o prêmio através do poeta João Jacinto!

RACHEL D.MORAES


(Imagem Rachel by Derly Barroso)


A lua de tão clara
Encobria o brilho das estrelas.
No campo de trigo,
As espigas douradas resplandeciam,
Mostrando o ondular do caminho.

A menina descia pela vereda
Das estrelinhas pequenas,
Mirando-se no espelho dos sonhos.

Um fio luminoso ficou estampado
Em sua pupila,
Demarcando a imagem de uma estrela.

Tantos arvoredos, pedras e rios,
Via tudo claramente,
Como se caminhasse num dia submerso de sol.

Vinha deixando um rastro
De lantejoulas em chamas.
Um rastro de chispas cristalizadas de água.
Era como uma pedra preciosa
A andar pelos campos da Terra!
Mirando cada lago,
Contemplando o vasto espelho verde.

Entre um rendilhado de nuvens baixas,
A lua em sua sonhadora obscuridade olhava...
Ela era a estrelinha que caminhava,
Trajando lume e orvalho.
Seus cílios roçavam suas faces rosadas.
Os cabelos dançavam nos ombros
Com doces beijos úmidos.

Passe, passe princesinha de luz!
Olhe os canteiros que Deus plantou para você.

Deixem-na passar!
Diziam as pedras, tombadas no caminho.
Deixem-na passar! Diziam os regatos.
E ela mirava-se neles
Como num espelho.

Todas as árvores curvavam-se a ela
Dando boas vindas.
Ela seguia em frente.
Flutuava de tão contente!
Trazia o coração palpitante,
Por se saber esperada e amada.

E na superfície do mundo,
Deixou-se nascer, luminosa,
Como as Estrelas costumam ser!


Rachel D. Moraes

DORA DIMOLITSAS









A Dama de vermelho

Estava distraída e
Quando virei fiquei ali deslumbrada.
Com a visão da dama

A Dama de vermelho

Cabelos, sapatos bolsa, e unhas.
Seu vestido tinha uma abertura até a altura da coxa
E mostrava um par de belas pernas.

Ela estava ali parada me olhando
Fiquei boquiaberta
Até o seu pingente era vermelho.
O vermelho tremulava em minha frente.

Perguntei então o que representava?
Sem esperar ela respondeu
Represento o coração,
O coração das mulheres do calçadão.



Dora Dimolitsas













As Ruas do Mundo

Andei solitária nas ruas do mundo,
Vi-me refletida no espaço etéreo da luz
Como pássaro sem assas levitei,

Encantada e solitária caminho.
Na visão do infinito
O planeta azul eu abracei...

Sou mulher alada,
Felina, e guerreira...
Solitária caminho

Ao encontro de minha memória astral,
Minha química cósmica,
Reverenciando o altar sagrado da luz

Dora Dimolitsas


Tua essência de luz
Esconde a força
E o movimento
Que vibra em ti

Contidos na
Harmonia.
De tua

Densidade

(Dora Dimolitsas)





Flores Brancas



Caminhava lentamente
Entre flores brancas:
E no caminho
Encontrei a Cigana

Sua roupa ornada de perolas
E fios dourados,
Com um pingente igualmente Dourado.

A brisa deixava seus
Cabelos esvoaçantes,
O perfume no ar
Embriagando o olfato.

A Cigana trazia
Na mão o. Baralho,
Segurou minha mão...
Fazendo uma prece,

Segue em paz, teu caminho já existe
E já está traçado seja feliz.


O sol refletindo,
Os pássaros voando
Tudo parecia mágico
Sorrindo ao sol segui calada

Abracei as flores
Agradecida a Deus
Tudo que a vida me deu

Dora Dimolitsas

MELL GLITTER


TEMPO



Vem tempo!!


Vem suave, vem sem hora....


Deixa eu pisar nesse chão


sem ter pressa de ir embora.




Gosto de olhar na janela


e ver-te nas linhas da vida.


Marca meus passos na estrada,


cicatriza minhas feridas.




É senhor dos meus caminhos.


Conduza-me pelas mãos.


Se escorrego, me ampara,


que dói muito um tropeção.




Se teus ponteiros te apressam,


aquieta-te num canto.


Deixa eu curtir a viagem,


que a vida é feita de encanto.




Se na tua bagagem há pedras,


vamos andar devagar.


Não te quero ver cansado,


nem querer desanimar.




Há trajetos mais bonitos,


onde há flores no caminho.


Se te incomodam as farpas,


a gente tira os espinhos.




No rosto me deixe marcas


que contem a minha história.


Se as lembranças um dia faltar-me,


minhas rugas serão a memória.




Mas, porquanto, aquieta-te,


que tuas horas são ouro.


Que eu não as disperdice,


nem as enterre como tesouro!




E quando chegar ao fim,


destino certo de quem vive,


procure uma outra função,


que de tí, que minh'alma é livre!




(Mell Glitter)

PEQUENAS GRANDES COISAS

Eu quero a felicidade pequena
estampada num breve sorriso.
Quero a alegria da surpresa
numa emoção sem aviso!
Quero o gosto da vida,
da oração ser o amém!
Quero ser o muito pouco,
e o muito prá quem nada tem!
Quero os braços estendido
sem busca do abraço apertado!
Ser a saudades do ontem,
e o sonho realizado!
Eu quero ser a gota de chuva
matando a sede que seca!
Eu quero ser a luz e a esperança
no perdão do homem que peca!
Eu quero ser coisa pequena
prá quem dá valor à vida.
Quero ser lágrimas que molham
a alma arrependida.
Do céu, quero ser estrela,
a mais frágil, a mais pequena.
Quero ser cisco no olho
do envejoso que envenena.
Da frase, ser a vírgula,
do poema, última rima!
Viver das pequenas coisas
que são grandes obras-primas!

(Mell Glitter)

A Vida é Bela de Mell Glitter




A vida me fez cigana
e escreveu na palma de minha mão
que seria eterno o desencontro
da minha trilha ao coração.

Botou-me no mundo perdida,
sem qualquer explicação.
Zombou de minhas feridas
e condenou-me à solidão.

Matou-me de amor muitas vezes
de um jeito que não se faz.
Colocou a desgraça em meu ombro
e o infortúnio de capataz!

E neste destino sem sorte,
fiz de amuleto o coração.
Embora a vida me condenasse
a viver sem ilusão.

Mas um dia, ressentida,
de joelhos fui ao chão.
Pedí ao Dono do Mundo
piedade e salvação.

Das minhas lágrimas sinceras
brotaram flores no chão.
Deu-me, Deus, uma nova vida
e um novo coração.

Assim aprendí que a vida
não é de pedras somente.
Em nós habita um jardim,
só nos basta regar a semente!


Mell Glitter

Marta Peres





Na úmida senzala Pai Joaquim
Padeceu grandes dores, triste e sofrido
Se viu separado da mulher e filhos,
do seu lar foi arrancado
por mercadores, carregado como carga
Em negreiros, trazido para o Brasil.

Pai Joaquim, viveu em fazendas dos Araxás,
debaixo de chibata trabalhava com o gado
Do Senhor,
Sentiu no lombo dor aguda, jamais chorou
E altivo olhava seu dono,
Era rei em sua terra como rei deu-se
O respeito.

Sonhou com a volta à Pátria,
Sonhou encontrar filhos e esposa,
Chorou sozinho, escondido sofreu,
Padeceu!

Era grande, grande,
Mereceu toda grandeza pela sua vida
Sem contudo realizar o sonho.
Sua alma ecoa em brados pelo Brasil!

Três séculos são passados,
Nosso bravo guerreiro permanece,
Sofreu, foi altaneiro na labuta do trabalho
Deixou ensinamentos,
Porém cativo, após a morte deixou de ser!

Marta Peres

sexta-feira, 13 de junho de 2008

120 Anos de Fernando Pessoa







120 ANOS
DE
FERNANDO PESSOA




Fernando Pessoa, um dos expoente máximos do modernismo no século XX, considerava-se a si mesmo um «nacionalista místico».

Nasceu Fernando António Nogueira Pessoa em Lisboa, no dia 13 de Junho de 1888, filho de Maria Madalena Pinheiro Nogueira e de Joaquim de Seabra Pessoa.


A juventude é passada em Lisboa, alegremente, até à morte do pai em 1893 e do irmão Jorge no ano seguinte. Estes acontecimentos, em conjunto com o facto de sua mãe ter conhecido o cônsul de Portugal em Durban, levam-no a viajar para a África do Sul. Aí vive entre 1896 e 1905. À vivência nesse país da Commonwealth pode atribuir-se uma influência decisiva ao nível cultural e intelectual, pondo-o em contacto com os grandes autores de língua inglesa.
O Regresso a Portugal, com 17 anos, é feito com o intuito de frequentar o curso de Letras. Viveu primeiro com uma tia, na rua de S. Bento e depois com a avó paterna, na Rua da Bela Vista à Lapa. Mas com o fracasso do curso (frequentou-o poucos meses), governa-se apenas com o seu grande conhecimento da língua inglesa, trabalhando com diversos escritórios em Lisboa em assuntos de correspondência comercial.
Ficou sobretudo conhecido como grande prosador do modernismo (ou futurismo) em Portugal. Expressando-se tanto com o seu próprio nome, como através dos seus heterónimos. Entre estes ficaram famosos três: Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis. Sendo que as suas participações literárias se espalhavam por inúmeras publicações, das quais se destacam: Athena, Presença, Orpheu, Centauro, Portugal Futurista, Contemporânea, Exílio, A Águia, Gládio. Estas colaborações eram tanto em prosa como em verso.
Teve uma paixão confessa - Ophélia Queirós - com a qual manteve uma relação muitas das vezes distante, se bem que intensa. Mas foi talvez Ophélia a única a conhecer-lhe o lado menos introspectivo e melancólico.
O seu percurso intelectual dificilmente se descreve em poucas linhas. É sobretudo o relato de uma grande viagem de descoberta, à procura de algo divino mas sempre desconhecido. Essa procura efectuou-a Pessoa com recurso a todas as armas - metafísicas, religiosas, racionalistas - mas sem ter chegado a uma conclusão definitiva, enfim exclamando que todos os caminhos são verdadeiros e que o que é preciso é navegar (no mundo das ideias).
Os últimos anos são vividos em angústia. Os seus projectos intelectuais não se realizam plenamente, nem sequer parcialmente. Talvez os seus objectivos fossem à partida demasiado elevados... Certo é que esta falta de resultados concretos o deita a um desespero cada vez mais profundo. Foi um profeta que esperava a realização da sua profecia, mas que morreu sem ver sequer o principio da sua realização.
Fernando Pessoa morre a 30 de Novembro de 1935, de uma grave crise hepática induzida por anos de consumo de álcool, no hospital de S. Luís. Uma pequena procissão funerária levou o corpo a enterrar no Cemitério dos Prazeres. Em 1988, por ocasião do centenário do seu nascimento, os seus restos mortais foram transladados para o Mosteiro dos Jerónimos em Belém. Em vida apenas publicou um livro em Português: o poema épico Mensagem, deixando um vasto espólio que ainda hoje não foi completamente analisado e publicado.

fonte: http://omj.no.sapo.pt/bio1.htm

SANTO ANTÓNIO




Da Artista Plástica ANA PAULA ROQUE de Portugal!
(respeitem os direitos autorais)

Dia 13 de Junho - Dia de Santo António




A VIDA DE SANTO ANTÔNIO





Fernando de Bulhões (verdadeiro nome de Santo Antônio), nasceu em Lisboa em 15 de agosto de 1195, numa família de posses. Aos 15 anos entrou para um convento agostiniano, primeiro em Lisboa e depois em Coimbra, onde provavelmente se ordenou. Em 1220 trocou o nome para Antônio e ingressou na Ordem Franciscana, na esperança de, a exemplo dos mártires, pregar aos sarracenos no Marrocos. Após um ano de catequese nesse país, teve de deixá-lo devido a uma enfermidade e seguiu para a Itália. Indicado professor de teologia pelo próprio são Francisco de Assis, lecionou nas universidades de Bolonha, Toulouse, Montpellier, Puy-en-Velay e Pádua, adquirindo grande renome como orador sacro no sul da França e na Itália. Ficaram célebres os sermões que proferiu em Forli, Provença, Languedoc e Paris. Em todos esses lugares suas prédicas encontravam forte eco popular, pois lhe eram atribuídos feitos prodigiosos, o que contribuía para o crescimento de sua fama de santidade. A saúde sempre precária levou-o a recolher-se ao convento de Arcella, perto de Pádua, onde escreveu uma série de sermões para domingos e dias santificados, alguns dos quais seriam reunidos e publicados entre 1895 e 1913. Dentro da Ordem Franciscana, Antônio liderou um grupo que se insurgiu contra os abrandamentos introduzidos na regra pelo superior Elias. Após uma crise de hidropisia (Acúmulo patológico de líquido seroso no tecido celular ou em cavidades do corpo). Antônio morreu a caminho de Pádua em 13 de junho de 1231. Foi canonizado em 13 de maio de 1232 (apenas 11 meses depois de sua morte) pelo papa Gregório IX. A profundidade dos textos doutrinários de santo Antônio fez com que em 1946 o papa Pio XII o declarasse doutor da igreja. No entanto, o monge franciscano conhecido como santo Antônio de Pádua ou de Lisboa tem sido, ao longo dos séculos, objeto de grande devoção popular. Sua veneração é muito difundida nos países latinos, principalmente em Portugal e no Brasil. Padroeiro dos pobres e casamenteiro, é invocado também para o encontro de objetos perdidos. Sobre seu túmulo, em Pádua, foi construída a basílica a ele dedicada.

PORTUGAL E O FIEL AMIGO









Um Alimento Milenar:O início do Bacalhau com os Espanhóis e os Vikings







Bacalhau para os povos de língua portuguesa; Stockfish para os anglo-saxônicos; Torsk para os dinamarqueses; Baccalà para os italianos; Bacalao para os espanhóis; Morue, Cabillaud para os franceses; Codfish para os ingleses.
(O nome bacalhau, de acordo com o Dicionário Universal da Língua Portuguesa, tem origem no latim baccalaureu. )
Mundialmente apreciado, a história do bacalhau é milenar. Existem registros de existirem fábricas para processamento do Bacalhau na Islândia e na Noruega no Século IX. Os Vikings são considerados os pioneiros na descoberta do cod gadus morhua, espécie que era farta nos mares que navegavam. Como não tinham sal, apenas secavam o peixe ao ar livre, até que perdesse quase a quinta parte de seu peso e endurecesse como uma tábua de madeira, para ser consumido aos pedaços nas longas viagens que faziam pelos oceanos.
Mas deve-se aos bascos, povo que habitava as duas vertentes dos Pirineus Ocidentais, do lado da Espanha e da França, o comércio do bacalhau. Os bascos conheciam o sal e existem registros de que já no ano 1000, realizavam o comércio do bacalhau curado, salgado e seco. Foi na costa da Espanha, portanto, que o bacalhau começou a ser salgado e depois seco nas rochas, ao ar livre, para que o peixe fosse melhor conservado.



















O bacalhau foi uma revolução na alimentação, porque na época os alimentos estragavam pela precária conservação e tinham sua comercialização limitada ( a geladeira surgiu no século XX). O método de salgar e secar o alimento, além de garantir a sua perfeita conservação mantinha todos os nutrientes e apurava o paladar. A carne do bacalhau ainda facilitava a sua conservação salgada e seca, devido ao baixíssimo teor de gordura e à alta concentração de proteínas.
Um produto de tamanho valor sempre despertou o interesse comercial dos países com frotas pesqueiras. Em 1510, Portugal e Inglaterra firmaram um acordo contra a França. Em 1532, o controle da pesca do bacalhau na Islândia deflagrou um conflito entre ingleses e alemães conhecido como as "Guerras do Bacalhau". Em 1585, outro grande conflito envolveu ingleses e espanhóis.
Por isso, ao longo dos séculos, várias legislações e tratados internacionais foram assinados para regular os direitos de pesca e comercialização do tão cobiçado pescado. Atualmente, com a espécie ameaçada de extinção em vários países, como o Canadá, tratados internacionais de controle da pesca estão sendo revistos, com o objetivo de assegurar a reprodução e a preservação do "Príncipe dos Mares".










Foi o mercador holandês Yapes Ypess que fundou a primeira indústria de transformação na Noruega e é considerado o pioneiro na industrialização do peixe.
A partir daí, a crescente demanda na Europa, América e África foi aumentando o número de barcos pesqueiros e de pequenas e médias indústrias pela costa norueguesa, transformando a Noruega no principal pólo mundial de pesca e exportação do bacalhau.
"Se o bacalhau nos abandonar, a que nos agarraremos? O que levaremos a Bergen para trocar por ouro?"Peter Daas, Trumpet of Nordland, Noruega, 1735
Portugal e o "fiel amigo"
Devemos aos portugueses o reconhecimento por terem sido os primeiros a introduzir, na alimentação, este peixe precioso, universalmente conhecido e apreciado".(Auguste Escoffier, chef-de-cuisine francês, 1903).
Os portugueses descobriram o bacalhau no século XV, na época das grandes navegações. Precisavam de produtos que não fossem perecíveis, que suportassem as longas viagens, que levavam às vezes mais de 3 meses de travessia pelo Atlântico.
Fizeram tentativas com vários peixes da costa portuguesa, mas foram encontrar o peixe ideal perto do Pólo Norte. Foram os portugueses os primeiros a ir pescar o bacalhau na Terra Nova ( Canadá ), que foi descoberta em 1497. Existem registros de que em 1508 o bacalhau correspondia a 10% do pescado comercializado em Portugal.
Já em 1596, no reinado de D. Manuel, se mandava cobrar o dízimo da pescaria da Terra Nova nos portos de Entre Douro e Minho. Também pescavam o bacalhau na costa da África.
O bacalhau foi imediatamente incorporado aos hábitos alimentares e é até hoje uma de suas principais tradições. Os portugueses se tornaram os maiores consumidores de bacalhau do mundo, chamado por eles carinhosamente de "fiel amigo". Este termo carinhoso dá bem uma idéia do papel do bacalhau na alimentação dos portugueses.
“Os meus romances, no fundo, são franceses, como eu sou, em quase tudo, um francês – excepto num certo fundo sincero de tristeza lírica que é uma característica portuguesa, num gosto depravado pelo fadinho, e no justo amor do bacalhau de cebolada!”Eça de Queiroz ( carta a Oliveira Martins )
















O bacalhau chegava a Portugal de várias formas. Até o meio do século XX, os próprios portugueses aventuravam-se pelos perigosos mares da Terra Nova, no Canadá, para a pesca do bacalhau.
"Nos finais do séc. XIX, as embarcações portuguesas enviadas à pesca do Bacalhau eram de madeira e à vela, sendo praticada a pesca à linha. Tratava-se de uma prática muito trabalhosa, apenas rentável em regiões onde abundava o peixe. Este tipo de pesca era praticado a partir dos dóri: pequenas embarcações de fundo chato e tabuado rincado, introduzidas em Portugal nos finais do século passado."( Extraído de Apontamentos Etnográficos de Aveiros - Universidade de Aveiros - http://www.dlc.ua.pt/etnografia).
O artigo de Teresa Reis, sobre a Pesca do Bacalhau, retrata um pouco desta aventura:"Na pesca do bacalhau, tudo era duplamente complicado. Maus tratos, má comida, má dormida...Trabalhavam vinte horas, com quatro horas de descanso e isto, durante seis meses. A fragilidade das embarcações ameaçava a vida dos tripulantes" dizia Mário Neto, um pescador que viveu estes episódios e pode falar deles com conhecimento de causa.Quando chegava à Terra Nova ou Groenlândia, o navio ancorava e largava os botes. Os pescadores saíam do navio às quatro da manhã e só regressavam à mesma hora do dia seguinte, com ou sem peixe e uma mínima refeição: chá num termo, pão e peixe frito. No navio, o bacalhau era preparado até às duas ou três da manhã. Às cinco ou seis horas retomava-se a mesma faina. Isto, dias e dias a fio, rodeados apenas de mar e céu. ... Vidas duras...!"
Nos dias atuais, Portugal importa praticamente todo o bacalhau salgado e seco que consome. Também importa muito bacalhau "verde", que é salgado e curado nas próprias indústrias portuguesas, como a Riberalves, localizada em Torres Vedras.



















O hábito de comer bacalhau veio para o Brasil com os portugueses, já na época do descobrimento. Mas foi com a vinda da corte portuguesa, no início do século XIX, que este hábito alimentar começou a se difundir. Data dessa época a primeira exportação oficial de bacalhau da Noruega para o Brasil, que aconteceu em 1843.
Na edição do Jornal do Brasil de 1891 está registrado que os intelectuais da época, liderados por Machado de Assis, reuniam-se todos os domingos em restaurantes do centro do Rio de Janeiro para comer um autêntico "Bacalhau do Porto" e discutir os problemas brasileiros. Mais de um século depois, ainda são muito comuns nos restaurantes especializados estes "almoços executivos", onde a conversa sobre negócios é feita saboreando um bom bacalhau.
















Durante muitos anos o bacalhau foi um alimento barato, sempre presente nas mesas das camadas populares. Era comum nas casas brasileiras o bacalhau servido às sextas-feiras, dias santos e festas familiares.
Após a 2ª Guerra Mundial, com a escassez de alimentos em toda a Europa, o preço do bacalhau aumentou, restringindo o consumo popular. Ao longo dos anos foi mudando o perfil do consumidor do bacalhau, e o consumo popular do peixe se concentrou, principalmente, nas principais festas cristãs: a Páscoa e o Natal.
Atualmente, o bacalhau está totalmente incorporado à cultura culinária brasileira. Todos os bons restaurantes oferecem em sua carta o nobre pescado, e o bolinho de bacalhau é preferência nacional nos bares e botequins. Como em Portugal, também desperta paixões e inspira famosos escritores.













"Gosto de bacalhau seco, compacto. Sempre esqueço que é um peixe que singrou outrora os mares até cair nas malhas e na ganância dos pescadores. Presente raro dos deuses, o bacalhau, para mim, nasceu simplesmente salgado, sempre em postas e, neste estado, graças ao engenho humano, é levado à mesa e entregue à sanha de nossa gula."Nélida Piñon, Brasil, 1996



















A Igreja Católica, na época da Idade Média, mantinha um rigoroso calendário onde os cristãos deveriam obedecer os dias de jejum, excluindo de sua dieta alimentar as carnes consideradas "quentes". O bacalhau era uma comida "fria" e seu consumo era incentivado pelos comerciantes nos dias de jejum. Com isso, passou a ter forte identificação com a religiosidade e a cultura do povo português.
Conforme relatam os autores do livro "O Bacalhau na Vida e na Cultura dos Portugueses":"O número de dias de jejum e abstinência a que se sujeitavam anualmente os portugueses era considerável, não se limitando ao período da Quaresma, a época do ano em que o bacalhau era "rei" à mesa. Segundo Carlos Veloso, durante mais de um terço do ano não se podia comer carne. Assim era na "Quarta-Feira de Cinzas e todas as Sextas e Sábados da Quaresma, nas Quartas, Sextas e Sábados das Têmperas, (n)as vésperas do Pentecostes, da Assunção, de Todos-os-Santos e do dia de Natal e ainda nos dias de simples abstinência, ou seja, todas as Sextas-Feiras do ano não coincidentes com dias enumerados para as solenidades, os restantes dias da Quaresma, a Circuncisão, a Imaculada Conceição, a Bem-Aventurada Virgem Maria e os Santos Apóstolos Pedro e Paulo."
O rigoroso calendário de jejum foi aos poucos sendo desfeito, mas a tradição do bacalhau se mantém forte nos países de língua portuguesa até os dias de hoje, principalmente no Natal e na Páscoa, as datas mais expressivas da religião católica, onde se comemoram o Nascimento e a Ressurreição de Cristo.





terça-feira, 10 de junho de 2008

HISTÓRIA DE UM SÍMBOLO NACIONAL




“O Dia de Camões.


História de um Símbolo Nacional



No século XIX, estabeleceu-se que a data do falecimento de Camões teria ocorrido a 10 de Junho de 1580. O responsável por isso foi o visconde de Juromenha que descobriu, na Torre do Tombo, um documento onde era mencionada a quantia a que a mãe do poeta, D. Ana de Sá, tinha direito após a morte do filho, cuja data era indicada. As celebrações nacionais do tricentenário da morte do épico, em 1880, pelo impacto que tiveram na sociedade da época e pelo rasto que deixaram para a posteridade, inscreveram o dia nos fastos da memória republicana e nacional.A monarquia constitucional não voltaria a comemorar a data. Foi a primeira vereação republicana da Câmara de Lisboa que decidiu transformá-la em feriado do município de Lisboa e num dia especialmente celebrado na capital do país. Ao sabor das vicissitudes políticas e da instabilidade da Primeira República portuguesa, o 10 de Junho foi comemorado durante vários anos, num misto de celebração laica e republicana, dominada pelo grande ideal da Instrução Pública, e de arraial popular, dada a proximidade dos festejos do Santo António.Somente em 1925, na sequência das comemorações do quarto centenário do nascimento do poeta (também festejado na data da morte, por se desconhecer a do nascimento), é que a data foi consagrada como Festa de Portugal. Mas foi a Ditadura que, finalmente, a instituiu como feriado nacional. O Estado Novo manteve o feriado que, depois de um período de esmorecimento, foi recuperado no quadro da mística imperialista do regime e das comemorações do sacrifício de sangue que os soldados portugueses estavam a fazer nas guerras de África. A designação oficial continuou a ser de Dia de Portugal, mas a retórica vigente recuperou uma expressão já utilizada na comemoração do centenário em 1924, o Dia da Raça. A expressão não tinha um único sentido e tem de ser lida nos contextos em que foi utilizada para se perceber os vários significados que lhe foram atribuídos.Depois do 25 de Abril, de 1974, num quadro democrático e pós colonial, o dia 10 de Junho manteve-se como um dos mais importantes feriados nacionais. A designação foi alterada para Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades Portuguesas. A celebração perdia o cunho imperial, mas não deixava de evocar a Diáspora dos Portugueses pelo mundo. O dia 10 de Junho e o Príncipe dos Poetas mantêm-se, assim, como um dos mais perenes símbolos da nação portuguesa.”


Maria Isabel João(U. Aberta/ CEMRI)



DIA DE PORTUGAL ! 10 de Junho




AS armas e os Barões assinalados
Que da Ocidental praia Lusitana
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;

Neste breve texto (que pecou pela tardia publicação devido a "problemas técnicos") não é minha pretensão, mas compreensível falta de preparação, dissertar sobre Luís Vaz de Camões que será sem sombra de dúvidas a maior das figuras da Literatura Portuguesa ou pelo menos a que levará mais longe o nome de Portugal.

Não me escuso a transcrever-vos, dos seus Sonetos, a forma bela e contraditória de Camões cantar o Amor.



Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo amor?



Pela grandeza da sua obra e pela projecção dada à Língua Portuguesa, o Poeta é considerado como um dos símbolos da Nação. Já nos tempos da monarquia, por enaltecer o Portugal grandioso e conquistador, foi elevado a essa condição, mas foi durante a vigência do Estado Novo que o 10 de Junho, dia da sua morte, foi institucionalizado como o Dia de Portugal.

Oliveira Salazar, na inauguração do Estádio Nacional em 1944, denomina então aquela data como o Dia da Raça que em plena guerra colonial é aproveitada para condecorar em cerimónias tristes e sombrias, os mortos (na pessoa de pais, esposas e filhos) ou os feridos por actos de bravura em combate.

Hoje o 10 de Junho é denominado de Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades Portuguesas... feliz designação, diga-se de passagem.

No Brasil, em 10 de Junho é comemorado o Dia da Artilharia, o Dia da Língua Portuguesa e... o Dia da Raça.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

JUDIT MARTINS



Onde estás minha Alma, minha Amada?
Sempre estivemos próximas
e tão distantes!
Agora e antes.
Vagos instantes.
A Cruz nos unia
- e separava.
(Ah, como eu te amava,
como te amava!)
Por toda a estrada,
sempre sozinha,
sob tanto sol, tanta lua,
ah, doce Amada!...
Não foste minha,
nunca fui tua!
(A Rosa nunca foi ofertada.)
Ouro, preces e dores:
existiram, sim, luzes e cores
e... vazios lugares nefandos.
Momentos de chegada e partida.
Momentos de ternura e indiferença.
Tempo de diáfana presença,
tempo de uma flor sofrida.
Teus passos leves se afastando
nos laços breves... e cortando
meu pensamento. Atravessando
a Vida. Vida, minha Vida!
O que exiges de mim?
Por que tem de ser assim:
esse Amor sempre buscando
pelos espaços sem fim...
Vida minha! Até quando?!



NEFERTARI (Judit Martins)

LUIZA CAETANO




Com um lenço se acena
o Adeus da partida,
da chegada,
da alegria
ou
da tristeza.

Com um lenço
se limpam lágrimas,
se assoa o nariz
ou
se faz um sinal - depende da côr!

O lenço?

pode ser um código,
Um gesto de Paz!

ou
mesmo um estertor de guerra!

Ás vezes
com um simples lenço
eu venço o cansaço
estampado no rosto

ou
desmancho as lágrimas
do meu ou do teu desgosto.

lc

Face de minha amiga Maia de Melo Lopo


FACE


Seu sorriso é um templo longínquo do adorado amor,banhado na saudade de dois mil sonhos,ave que grita, voa em borboleta livre de mar,molhada até aos ossos, sobrevive a doce amante,nos lábios em festa ardem beijos deliciosos e risonhos,chove na luz o brilho da bela flor no céu faíscante,sua alma foge, vive o aroma da vasta e triste floresta, perdida no reflexo do seu terno e lindo olhar.

PS. Dolores, escrevi para si, obrigada pelos recados.Um beijinho e as melhoras.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

http://cerinde.c.e.pic.centerblog.net/l1i1jcjf.gif


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Meninas vamos ao Vira?

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