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domingo, 30 de setembro de 2007

Uma Imagem vale mais,Muito mais que mil palavras?



UMA IMAGEM VALE MAIS, MUITO MAIS QUE MIL PALAVRAS?

Meu Orkut
se transformou em imagens silenciosas
em Anjos e Arcanjos!
em Santos
e bandas desenhadas
em jardins suspensos belíssimos
em rosas de todas as cores

Meus Amores!!!!
e
as palavras
cruzadas de carinhos
e
as saudações
e
os fortuítos encontros
com emoções?

Meu Orkut
é um jardim sem palavras

onde a puerilidade
todos os dias
bofeteia a face
da minha sanidade

lc

FELIZ DOMINGO
COM PALAVRAS

VOZ DA ÁGUA - LUIZA CAETANO



"VOZ DA ÁGUA"

Vem,
como a secreta voz da água
Sobre o Rio que te espera
de alegria incendiada

Se vieres
de madrugada
te espero à beira fonte
junto à seara do pão

Tanta fome!
Tanta sede!

Veste-te de branco
e
vem
rumor de pássaro breve
súbita rosa de mágoa
nevegada em alvas velas

aceno-te
como quem despe
um ritual de emoção

Rosa de água!
Rosa Pão!

luizacaetano

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Eroticamente LUIZA CAETANO




Amo a carne das palavras
na luxúria de cada verbo,


O prepúcio sonoro
da sua voz,
a sua erecta presença!
a masturbação da ausência!

faço amor com elas
violentando
o cerne dos silêncios.

Luiza Caetano(Carcavelos-Lisboa-PORTUGAL)


Vencedora do Quarto Lugar no Concurso Contos e Poemas
Antologia Delicatta II
Coordenação Luiza Beatriz Moreira.

20/09/2007 g>

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Quem é João Jacinto??????????


João Jacinto, nasceu em Montijo, no dia 22 de Junho de 1959.

Em Dezembro de 2006 foi publicado o seu primeiro livro de poesia “(Re)cantos da Lua”, pela Magna Editora.
http://magna-editora.com/new-page.htm



Ilha do paraíso

Navego numa caravela de esperança,
sobre as ondas inquietas
de um mar ainda revolto.
Espero dar à costa numa ilha
ainda selvagem de vícios,
medos, sofrimento...
E viver comigo no paraíso,
sabendo (a)mar.

João jacinto



Mortais pecados
Olho-me ao espelho, debruado de talha
luminosamente esculpida, dourada
e pergunto-me ao espanto das respostas,
na assumida personagem de rainha má,
quem sou, para o que dou, quem me dá.
Miro-me na volumetria das imagens
cobertas de peles enrugadas,
vincadamente marcadas
por exageros expressivos,
de choros entre risos,
plantados nos ansiosos ritmos do tempo.
Profundos e negros pontos,
poros de milimétricos diâmetros,
sombras cinzentas, castanhos pelos,
brancas perdidas entre cabelos,
perfil de perfeita raiz de gregos,
boca carnuda, gretada de secura,
sedenta de saudosos e sugados beijos
de línguas entrelaçadas,
lambidelas bem salivadas.

Contemplo-me, fixado no meu próprio olhar
de cor baça tristeza,
desfocando a máscara, de pálido cansaço
e não resisto ao embaraço de narciso;
sou o deus que procurei e amei,
em cumprimento do milagre
ou o mal que de tanto me obrigar, reneguei?
Sou o miraculoso encantador a quem me dei
ou a raposa velha, vaidosa, vestida de egoísta,
com estola de alva ovelha, falsa de altruísta? 4 jul Poeta
No meu lamento, a amargura porque matei.
Sangrando a vítima, trucidei-a em ranger de molares,
saboreei nas gustativas variados paladares,
viciadas no prazer da gula do instintivo porco omnívoro.


Rezo baixinho, cantarolando, beatas ladainhas
de pecador que se rouba e se perdoa
a cem anos de encarceramento.


No aliciamento cobiçante de coxas,
pertença de quem constantemente
me enfrenta, competindo nas mesmas forças,
traindo-me na existência do meu possuir.
Viradas as costas, acabamos sempre por fingir.
Entendo velhos e sábios ditados,
não os querendo surdinar em consciência.
Penso de mim, a importância demais,
que outros possam entender,
sendo comuns mortais.
Minha é a inteligente
certeza do enganar e vencer.


Sadicamente esbofeteio
rechonchuda face de idealista tímido,
de quem acredita e se deixa humilhar,
dá-me a outra, para também a avermelhar.


Vendo-me a infinitas e elegantes riquezas;
luxúrias terrenas, orgias, bacantes incestuosas,
sedas, glamour, jóias preciosas,
etiquetas de marca,
marcantemente conotadas,
que pavoneiam a intensa profundidade da alma.
Salvas rebuscadas, brilhantes de pesada prata,
riscadas de branco e fino pó.
Prostituo-me ao preço da mais valia,
me excita de travesti Madalena.
Ter um guru para me defumar, benzer e perdoar,
sem que me caia uma pedra na cauda. 4 jul Poeta
Adoro o teatro espectacular,
encenado e ensaiado em vida,
mas faço sempre de pobre amador,
sendo um resistente actor.
Escancaro a garganta para trautear,
sem saber solfejar,
gargarejo a seiva da videira,
que me escorre pelo escapismo do meu engano,
querendo audaciosamente brilhar,
descontrolando o encarrilhar,
do instrumento das cordas da glote,
com a do instrumento pulmonar
e desafino o doce e melódico hino.


Sou no vedetismo a mediocridade,
que se desfaz com o tempo,
até ser capaz de timbrar,
sem ser pateado.
Acelero nas viagens
que caminham até mim,
fujo do lento e travo demais.
Curvas perigosas, apertadas,
que adrenalinam a fronteira do abismo.
Fumo, bebo em excesso
e converso temas banais
por entre ondas móveis,
que me encurtam a pomposa solidão.
Nada é em vão.

Tenho na dicção um tom vibrado e estudado
de dizer bem as palavras que sinto,
mas premeditadamente minto
e digo com propósito sempre errado.
Sou mal-educado, demasiado carente,
enfadonho, que ressona e grunhe durante o sono.
Tenho sempre o apressado intuito do saber,
do querer arrogantemente chamar atenção,
por me achar condignamente o melhor, um senhor,
sem noção do que é a razão e o ridículo.

Digo não, quando deveria pronunciar sim.
Teimosamente rancoroso, tolo,
alucinado, perverso, mal-humorado,
vejo em tudo a maldade do pecado.
Digo não, quando deveria embelezar a afirmação.
Minto, digo e desfaço-me de propósito em negação.

Mas fiz a gloriosa descoberta do meu crescer,
tenho uma virtuosa e única qualidade;
alguém paciente gosta muito de mim.

Obrigado!

Tenho de descansar.
Cio
Olho para a noite
e apaixono-me
sob o encanto
pálido da Lua.
Adoeço em delírios
de imaginação,
vibrando em mim
um forte desejo de amar.
No cio da minha ansiedade,
procuro o simples prazer
na pureza de um corpo,
com os vícios do espírito.
Estrelas perdem-se na noite,
planetas bailam na noite,
misturam-se de nuvens,
para cobrir a sua nudez.
E na grandeza do espaço,
apaga-se a noite
por detrás de um dia.

Criar
Criar é uma forma de amar,
de dar e ser possuído.
É a divisão do nada,
a explosão infinita das ideias,
na multiplicidade dos sentidos.
É a fantasia da alma sofrida,
marcada pela realidade da carne.
É o entendimento do espaço no tempo,
na sensibilidade compactada de vontade sem limites.
É a força espontânea
da incontrolada angústia de viver.
É a transparência da semelhança,
que nos sobrepõe.
É o envelhecimento do espelho,
quando mais nada resta de nós.

E Deus
criou o Homem à sua imagem,
para que ele criasse a sua própria vida.
O tempo da idade
A verdade do tempo
condiciona a liberdade de viver.
Cronometramos a existência em silêncio,
com a ilusão da imortalidade,
retardando as rugas,
na aritmética do experimentalismo.
Persistimos na imaturidade do embrião,
sofremos da síndroma do umbigo.
Acreditamos que tudo ainda é lento,
quando já tanto escasseia.
Continuamos a negar as imagens do espelho,
concentrados na aparência
e favorecemo-nos na objectividade do momento.
Confundimo-nos no crescimento
de quem nos quer alcançar,
e recriamos o longe,
a quem está tão perto do fim.
Envolvemo-nos em elixires e deuses,
combatendo a frustração da esperança.
Acompanhamos expectantes,
em angústia as passadas da genética,
estimulando a virilidade laica da ciência.
Escondemo-nos das origens,
entretidos no pretensiosismo civilizacional.
Somos animais, mamíferos pensantes,
erectos, analíticos, emocionais,
com terminações nervosas,
frutos do pó da terra,
criados à imagem
de um Pai artista,
mas incógnito
e enteados de Darwin.


Procura
Dói-me, nas palavras,
o sentido que não emprego,
a vontade que encubro.
No significado vazio
dos meus sentimentos,
sinto-me perdido,
sonhando com a coragem
de me encontrar.
Doiem-me as memórias
deste corpo envelhecido de crescer,
que espera sucumbir,
compreendendo a pureza do amor.

Desencontro
Hoje, não consigo dizer-te nada.
Esforço-me e não consigo pensar.
Perco-me no desejo de te falar,
luto com as palavras
sem que as soletre,
vejo-te sem palavras
para me ajudares.
Perturbado pelo silêncio,
caio num sono profundo,
esquecido de ter, que acordar.


O Presente
Necessito voltar ao passado,
viver um breve momento,
o mais comum,
o menos importante.
Só para sentir-te,
amar-te,
aproveitar esse presente.
Nesta pena revivo
pedaços isolados
de tudo o que sou.
Choro com saudade
o que não serei,
sem conseguir retornar
ao longínquo passado
e mudar o teu presente.

ANTOLOGIA DELICATTA II




Sonho que sou um cavaleiro andante.
Por desertos, por sóis, por noite escura,
Paladino do amor, busca anelante
O palácio encantado da Ventura!

Mas já desmaio, exausto e vacilante,
Quebrada a espada já, rota a armadura...
E eis que súbito o avisto, fulgurante
Na sua pompa e aérea formusura!

Com grandes golpes bato à porta e brado:
Eu sou o Vagabundo, o Deserdado...
Abri-vos, portas d'ouro, ante meus ais!

Abrem-se as portas d'ouro, com fragor...
Mas dentro encontro só, cheio de dor,
Silêncio e escuridão -- e nada mais!


Antero de Quental


... d'Além mar houve quem me lembrasse que faz hoje 106 anos que este génio se suicidou, motivo para não ficar aquém de memórias infinitas no tempo!

--
Publicada por Manuel Marques em Colete de Forças a 9/11/2007 03:24:00 PM

Arco Jesus

-Olhe quer um ponto de referência?
-Casa dos Bicos
-Bicos?
-Oh seu ordinário
-Ai que coisa feia
-Mente perversa

-Adiante, esqueça os bicos
os Chicos e os picos
a zona bem podia estar melhor
mais iluminada
arranjada
-Ah os Bicos?
-Não que cena pá!
-O Tejo é culpado pela humidade
-Você é um tretas
-Veja lá sou dali de cima de Alfama
-Tenho cá um medo seu
-Olhe mas gosta de Jazz
-Ahn?
-Ali no Arco Jesus
-Pois sabe é que eu sou muçulmano
-Ah pois mas há por lá o Sun-Ra
-Mas isso não é hindu
-Não...é aquele gajo que se põe de costas voltadas para o piano
-Ahnn
-E espanca os teclados
-De cu voltado?
-Já viu o gajo é um espanto
-Pois e reza a Alá, imagine rezar a meio do concerto?
- Mas diga-me lá, você gosta mesmo de ver gajos de cu voltado para o piano?
- Mas, mas, caraças, você
- Olhe que você leva na cara
- Pronto, acabemos a conversa do Sun Ra por aqui, The End
- Quer dizer, aqui à entrada de um bar de jazz
- Sim, sim e falava de jazz só que você...
- Eu cá gosto mais dos Blind Zero
- Rock eu logo vi... mas... espere lá
- Ena, estou a ver o mesmo
- Caramba, um cortejo de dançarinas, e aquilo é
- Pois é, umas depravadas
- A dançarem com a cobra em frente, e a pobre coitada delira
- É o Bolero caramba
- E o que tem isso a ver com um bar de jazz
- Espere lá... elas vêm para aqui... as cobras dançam na nossa direcção
- Mas são Capelo
- Fernão?
- Gaita, são venenosas, ahhhhhhhhhhhhhhhhhhh
- Pronto deixa-me mas é pirar daqui que a ganza está-lhe a fazer efeito.... eheheheheh


E entrou no Onda Jazz, estava lá o neto do Sun Ra, de costas para o piano, e uma banda de malta marada a ganzar, de carapinha ou sem miolos na pinha...




Publicada por Manuel Marques em Regresso a Lisboa a 9/09/2007 12:42:00 PM

Orgia no Elevador da Glória


que chegava a liberdade
que depois se esvaía
chegando a uma certa idade

Olhava em volta
tentando recordar as conquistas
mas apenas fiquei com a vista torta
ao ver o elevador e as belas turistas

Não, não havia ninguém
capaz de me tirar do Elevador
da Glória e como poderia haver desdém
ao lambuzar-me naquela louca cheia de calor

E fui subindo
nos calores da cachupa à direita
e da velha maluca que ia rindo
ao entrar na sex shop toda feita

Alegria que íamos subindo
de boca colada
numa kizomba de par lindo
excitado numa janela arregaçada

A glória do mundo sempre se deu
na chegada ao Bairro Alto
e dei-lhe uma maçã que ela mordeu
em desvairado sobressalto
(pecado original?)

Era tempo de lembrar o vinho do Porto
mistério secular de dez minutos antes
enquanto subia pelo elevador absorto
numa alucinada descida pelos decotes insinuantes

- Bilhetes se faz favor!


Publicada por Manuel Marques em Regresso a Lisboa a 9/09/2007 11:56:00 AM






rong>

*CONTO DE RACHEL D.MORAES*



A Vida Dupla de Dolores

Existem pessoas que conhecemos que são como um livro aberto. Assim é
Dolores Quintão Jardim. Uma portuguesinha faceira, radicada no Brasil, com
uma família feita de marido, filhos, netos, todos lindos e queridos.

Dolores é uma dessas pessoas que quando chega nos lugares é para trazer
luz. Apaixonada por Portugal, vive cantarolando fados. Está sempre rodeada
de rosas. Um riso largo se estampa em seu rosto quando o assunto é poesia.
Tem verdadeira adoração pelos poetas portugueses e em especial por uma
poetisa que idolatra chamada Luiza Caetano.

Uma vez eu fui convidada para um coquetel realizado pela Editora Delicatta,
onde seria apresentado o livro chamado Antologia Delicatta, com premiação e
honrarias. Acontece que Dolores tinha sido requisitada como representante
dos interesses de Luiza Caetano neste evento, onde concorreria como uma das
melhores poetisas

Pouco antes do início da festa eu fui ao toalete. Quando estava para sair
de um daqueles cubículos particulares, ouvi um ruído estranho vindo da
cabine ao lado. Eu sabia que era Dolores, porque reconheci sua voz, mas
para fazer-lhe uma surpresa, não respondi. Fiquei em silêncio. Foi aí que
ouvi Dolores, falando em código com um forte sotaque português. Engoli em
seco, arrependendo-me por não me ter anunciado.Ouvi quando ela saiu da cabine e abri minha porta bem devagar, deixando
apenas uma pequena fresta para espiá-la. Não queria interromper aquela
conversa esquisita, dela com não sei quem, nem assustar Dolores que parecia
estar agitada.

Ela estava de costas para mim e não tinha percebido minha presença.
O que eu mais estranhava era que ela falava, mas eu não via nenhum
celular com ela. Pensei que talvez fosse um daqueles casos de neurose,
aquele em que a pessoa fala sozinha, mas ela falava com tanta convicção
que comecei a prestar atenção.

Ela dizia que estava tudo arranjado para pegar o impostor, que o esquema
todo estava sendo providenciado e que ele seria posto em nocaute. Que
usaria as rosas vermelhas para derrubar o inimigo.

E eu que pensava que as rosas vermelhas de que tanto ela gostava fosse um
hobby, pois não era coisa nenhuma, tudo fazia parte de algum plano
sinistro. Quem diria que a doce Dolores era uma, uma... o que será que
Dolores era? Comecei a segurar um riso que já apontava na garganta. Contraí
a boca fazendo com que meus olhos se enchessem de lágrimas, tudo para não
cair na risada. Pensei que ela estaria falando com algum amante. Quem diria,
hein!
Eu não via celular nenhum e ela falava parecendo responder a um fantasma.
Dizia que Luiza Caetano seria homenageada como deveria ser e que o
famigerado Manuel Marcos não conseguiria o seu intento naquele evento, que
era o de fraudar a premiação, tirando os méritos de Luiza.

Comecei a ficar preocupada quando Dolores tirou a roupa. Disse comigo. Ai,
meu Jesus, agora ela pirou de vez. Ela retirou de uma sacola de couro
preto, uma roupa também preta e a vestiu em segundos. Prendeu os cabelos
pretos e colocou uma peruca loira chanel. Pôs um óculo escuro, onde ajustou
uma porção de minúsculos botões. Era um desses óculos que aproximam a
imagem e fazem as coisas aparecerem no escuro. Aquele óculo era de uma
agente secreta, isso eu não tinha a menor dúvida.

Ela enrolou-se com um lenço de seda, estampado com rosas vermelhas. Retirou
um pequeno ramalhete de rosas vermelhas da bolsa (ela adora vermelho),
enfiou alguma coisa que eu não consegui ver, bem no centro do arranjo,
colocando-o sobre uma bancada ali no banheiro. Vocês não vão acreditar, mas,
de repente, ela deu um salto de ninja e alcançou o forro no teto. Afasta uma
das placas do forro e coloca sua bolsa lá em cima, recoloca a placa
novamente, tão rápido que eu fiquei tonta. Pega o ramalhete da pia e sai do
toalete para o salão de festas como uma Vênus platinada. Eu saio logo
atrás, meio zonza sem saber se ria ou se chorava. Então essa era a Dolores!
Que maravilha!
Ela seguia pelo salão levando o ramalhete, indo diretamente para a mesa de
jurados. Todos olharam-na embasbacados. Ela sem rodeios, cumprimentou a
todos com um sorriso e foi falar com o senhor Manuel Marcos que a olhava de
queixo caído. Dolores sem cerimônias entregou-lhe o ramalhete com os
cumprimentos do governo de Portugal. Assim que ele pega as flores é
envolvido por uma onda magnética que lhe envia um sinal de comando. É
imediatamente hipnotizado, ficando com os trejeitos do Charles Chaplin.

Nesta noite Luiza Caetano foi aclamada como a poetisa com alma do sol de
Portugal. Durante a festa, o senhor Manuel Marcos teve que ser retirado do
recinto, pois tinha enfiado pãezinhos em garfos e dançava com eles sobre a
mesa, quando já estava virando um show, o levaram para o hotel.

Eu seguia Dolores por todos os canto. Queria descobrir tudo sobre aquela
trama. Quando ela voltou ao toalete eu já estava lá na cabine. Não iria
perder por nada aquilo tudo.
Dolores ligou não sei como, para um sistema de telecomunicações
completamente invisível e foi falando.

-Dori na escuta. Câmbio! Tudo certo, Luiza resplandece, aguardo contato
futuro. Câmbio.
E assim terminou a ligação intergaláctica. Dolores deu um salto para o teto
como se fosse a mulher gato e apanhou sua bolsa de couro. Vestiu-se num
passe de mágica, voltando a ser Dolores, a portuguesinha que conhecíamos.

Quando ela já estava saindo do toalete eu abri a porta e falei:
-Pode ir me contando tudo, querida!
Ela ficou sem graça e foi dizendo que não estava entendendo nada. Eu, rindo,
disse-lhe que o que mais tinha me impressionado foi o telefonema para o
fantasma. Ela disfarçou rindo e disse que estudava teatro. Eu olhei para
ela e falei:
-Tudo bem! E os saltos? São treinamentos para algum circo de equilibristas?
Francamente Dolores, conta outra! E as rosas então, aquilo foi de cinema!
Ela rindo, me abraça e pede segredo. Eu respondi. -Tudo bem querida, eu sou
um túmulo. Quem diria que eu fosse ouvir tudo aquilo de Dolores.

Ela era uma agente secreta, trabalhava para o SIS – Serviço de Informações
e Segurança de Portugal, sendo uma das agentes mais requisitadas nos
últimos tempos. Por isso aquela fixação por rosas. Sempre pensei que as
rosas fossem um hobby para ela. Isso era o que eu pensava.

E o aparelho intergaláctico, era um chip implantado bem na cabeça. Assim
eles entravam em contato com ela e nem mesmo sua família percebia, pois
recebia o comando diretamente de dentro da cabeça. Muito engenhosos esses
portugueses. E nós que fazemos piadas deles. Se eu não tivesse visto tudo
aquilo, jamais acreditaria se me contassem sobre a vida dupla de Dolores,
aliás, Doli, agente secreta da melhor qualidade.

FIM
A Vida Dupla de Dolores
Existem pessoas que conhecemos que são como um livro aberto. Assim é
Dolores Quintão Jardim. Uma portuguesinha faceira, radicada no Brasil, com
uma família feita de marido, filhos, netos, todos lindos e queridos.

Dolores é uma dessas pessoas que quando chega nos lugares é para trazer
luz. Apaixonada por Portugal, vive cantarolando fados. Está sempre rodeada
de rosas. Um riso largo se estampa em seu rosto quando o assunto é poesia.
Tem verdadeira adoração pelos poetas portugueses e em especial por uma
poetisa que idolatra chamada Luiza Caetano.

Uma vez eu fui convidada para um coquetel realizado pela Editora Delicatta,
onde seria apresentado o livro chamado Antologia Delicatta, com premiação e
honrarias. Acontece que Dolores tinha sido requisitada como representante
dos interesses de Luiza Caetano neste evento, onde concorreria como uma das
melhores poetisas

Pouco antes do início da festa eu fui ao toalete. Quando estava para sair
de um daqueles cubículos particulares, ouvi um ruído estranho vindo da
cabine ao lado. Eu sabia que era Dolores, porque reconheci sua voz, mas
para fazer-lhe uma surpresa, não respondi. Fiquei em silêncio. Foi aí que
ouvi Dolores, falando em código com um forte sotaque português. Engoli em
seco, arrependendo-me por não me ter anunciado.Ouvi quando ela saiu da cabine e abri minha porta bem devagar, deixando
apenas uma pequena fresta para espiá-la. Não queria interromper aquela
conversa esquisita, dela com não sei quem, nem assustar Dolores que parecia
estar agitada.

Ela estava de costas para mim e não tinha percebido minha presença.
O que eu mais estranhava era que ela falava, mas eu não via nenhum
celular com ela. Pensei que talvez fosse um daqueles casos de neurose,
aquele em que a pessoa fala sozinha, mas ela falava com tanta convicção
que comecei a prestar atenção.

Ela dizia que estava tudo arranjado para pegar o impostor, que o esquema
todo estava sendo providenciado e que ele seria posto em nocaute. Que
usaria as rosas vermelhas para derrubar o inimigo.

E eu que pensava que as rosas vermelhas de que tanto ela gostava fosse um
hobby, pois não era coisa nenhuma, tudo fazia parte de algum plano
sinistro. Quem diria que a doce Dolores era uma, uma... o que será que
Dolores era? Comecei a segurar um riso que já apontava na garganta. Contraí
a boca fazendo com que meus olhos se enchessem de lágrimas, tudo para não
cair na risada. Pensei que ela estaria falando com algum amante. Quem diria,
hein! Eu não via celular nenhum e ela falava parecendo responder a um fantasma.
Dizia que Luiza Caetano seria homenageada como deveria ser e que o
famigerado Manuel Marcos não conseguiria o seu intento naquele evento, que
era o de fraudar a premiação, tirando os méritos de Luiza.

Comecei a ficar preocupada quando Dolores tirou a roupa. Disse comigo. Ai,
meu Jesus, agora ela pirou de vez. Ela retirou de uma sacola de couro
preto, uma roupa também preta e a vestiu em segundos. Prendeu os cabelos
pretos e colocou uma peruca loira chanel. Pôs um óculo escuro, onde ajustou
uma porção de minúsculos botões. Era um desses óculos que aproximam a
imagem e fazem as coisas aparecerem no escuro. Aquele óculo era de uma
agente secreta, isso eu não tinha a menor dúvida.

Ela enrolou-se com um lenço de seda, estampado com rosas vermelhas. Retirou
um pequeno ramalhete de rosas vermelhas da bolsa (ela adora vermelho),
enfiou alguma coisa que eu não consegui ver, bem no centro do arranjo,
colocando-o sobre uma bancada ali no banheiro. Vocês não vão acreditar, mas,
de repente, ela deu um salto de ninja e alcançou o forro no teto. Afasta uma
das placas do forro e coloca sua bolsa lá em cima, recoloca a placa
novamente, tão rápido que eu fiquei tonta. Pega o ramalhete da pia e sai do
toalete para o salão de festas como uma Vênus platinada. Eu saio logo
atrás, meio zonza sem saber se ria ou se chorava. Então essa era a Dolores!
Que maravilha! Ela seguia pelo salão levando o ramalhete, indo diretamente para a mesa de
jurados. Todos olharam-na embasbacados. Ela sem rodeios, cumprimentou a
todos com um sorriso e foi falar com o senhor Manuel Marcos que a olhava de
queixo caído. Dolores sem cerimônias entregou-lhe o ramalhete com os
cumprimentos do governo de Portugal. Assim que ele pega as flores é
envolvido por uma onda magnética que lhe envia um sinal de comando. É
imediatamente hipnotizado, ficando com os trejeitos do Charles Chaplin.

Nesta noite Luiza Caetano foi aclamada como a poetisa com alma do sol de
Portugal. Durante a festa, o senhor Manuel Marcos teve que ser retirado do
recinto, pois tinha enfiado pãezinhos em garfos e dançava com eles sobre a
mesa, quando já estava virando um show, o levaram para o hotel.

Eu seguia Dolores por todos os canto. Queria descobrir tudo sobre aquela
trama. Quando ela voltou ao toalete eu já estava lá na cabine. Não iria
perder por nada aquilo tudo.
Dolores ligou não sei como, para um sistema de telecomunicações
completamente invisível e foi falando.

-Dori na escuta. Câmbio! Tudo certo, Luiza resplandece, aguardo contato
futuro. Câmbio.
E assim terminou a ligação intergaláctica. Dolores deu um salto para o teto
como se fosse a mulher gato e apanhou sua bolsa de couro. Vestiu-se num
passe de mágica, voltando a ser Dolores, a portuguesinha que conhecíamos.

Quando ela já estava saindo do toalete eu abri a porta e falei:
-Pode ir me contando tudo, querida!
Ela ficou sem graça e foi dizendo que não estava entendendo nada. Eu, rindo,
disse-lhe que o que mais tinha me impressionado foi o telefonema para o
fantasma. Ela disfarçou rindo e disse que estudava teatro. Eu olhei para
ela e falei:
-Tudo bem! E os saltos? São treinamentos para algum circo de equilibristas?
Francamente Dolores, conta outra! E as rosas então, aquilo foi de cinema!
Ela rindo, me abraça e pede segredo. Eu respondi. -Tudo bem querida, eu sou
um túmulo. Quem diria que eu fosse ouvir tudo aquilo de Dolores.

Ela era uma agente secreta, trabalhava para o SIS – Serviço de Informações
e Segurança de Portugal, sendo uma das agentes mais requisitadas nos
últimos tempos. Por isso aquela fixação por rosas. Sempre pensei que as
rosas fossem um hobby para ela. Isso era o que eu pensava.

E o aparelho intergaláctico, era um chip implantado bem na cabeça. Assim
eles entravam em contato com ela e nem mesmo sua família percebia, pois
recebia o comando diretamente de dentro da cabeça. Muito engenhosos esses
portugueses. E nós que fazemos piadas deles. Se eu não tivesse visto tudo
aquilo, jamais acreditaria se me contassem sobre a vida dupla de Dolores,
aliás, Doli, agente secreta da melhor qualidade.

FIM

domingo, 16 de setembro de 2007

Poesias de * LUIZA CAETANO*




Tango Argentino
Hei-de inventar
uma forma de te chamar

que não seja apenas,
Amada -Amor
Adorada
ou
Querida,

Que contenha esses sentidos e também a emoção da paixão,
esse sentimento que pouco e pouco,
subtilmente insinuaste em mim de forma imparável,
esse romance que estás escrevendo ma minha alma,
esse brincar do teu olhar ardendo no meu peito,
essa estranha forma de seres e de não seres,

como um fogo ardendo,
um vulcão esplodindo,
uma saudade inquieta que não sei explicar...

Meu amor! meu amor!
eu não tenho a certeza
se tu és a alegria ou se és a tristeza!

Sei da beleza
que incendeia de festa os meus sentidos

És o meu
Tango argentino
misterioso e ousado
bailado
pelas noites que
o oceano recusa,

És a minha
Musa!

Luíza caetano



II

Quando

Algo nos aproxima e atrai

e ao mesmo tempo
nos afasta...

necessária será
a inquietude
da busca...

uma pista
para o mistério
sem resposta

algures
na praia da noite

existe
um lugar vazio,

de ti...

Luíza Caetano



Q U E R O
Quero a festa
da tua festa
inundando
a minh alma !


Quero
dançar contigo
a quinta Sinfonia!
Num terreiro do Tejo!
numa praia da Bahía!

Pairar nessa atmosfera
de sonho e alegria!

Respirar
o teu cheiro!

Arrepiar
no teu toque!

Quero
o Canto-Encanto
da Tua Magia

Quero
Meu Amor,

o teu Amor Inteiro

lc2006/08/30



"AMOR FELIZ COM LÁGRIMAS"
Emigraram para o Sul
lá onde o céu é mais azul
e o Sol
bronzeia as vaidades.

Fiquei por aqui
só com a bússola
do Tempo
a marcar este sentimento,

Os Pontos Cardeais
se encandeiam em Ti,
Para lá dos Mares
navegados...

Tão longe
como a saudade salgada!
o coração cheio
e
as mãos cheias de nada!

luizacaetano2/9/06


Daria tudo por um retorno ao sonho
Teimaste
em ser realidade
me ancoraste em tuas águas profundas

Não!
não quero discutir
a côr do Amor
nem a cor do teu corpo amado

Que importa... o que importa?
se
também não quero
esquecer
as horas de paixão
devorando-nos
com uma raiva ou um amor de séculos

nosso amor sem pudor
é

Júbilo!
Dádiva!
Inferno!
Céu!
altar das nossas preces

Que importa... o que importa?
se em
ti
eu fico tão ardente! tão contente!

rebento os segrêdos,
esqueço
meus mêdos
e
deixo a LUZ
entrar

Que importa... o que importa
meu amor,

se
o mais difícil
é viver
com escamas de vidro
nas entranhas?

Sabes?
daria tudo por um retorno ao sonho

Meu sonho és TU !

Luíza Caetano 01/10/06


"POEMA PARA UM MENINO DO VIETNAME"


Menino-homem,
que trazes ruído de guerras
no olhar parado,

que trazes nos gestos cansados,
nesses gestos de menino-velho
patéticas imagens
de cadáveres bradando sangue
no verde dos teus caminhos!

Menino-homem,
tu
que acordaste espantado
no meio dum tempo que te roubou a idade,

Tu,
que acordaste homem
de mãos crispadas numa metralhadora!

Tu,
que nasceste roubado de tudo...

- até dos infinitos de azul
porque riscaram o teu céu
de negras bombas assassinas ?
e te vedaram os horizontes de menino?

Tu,
cujos braços
apenas aprenderam a matar,

Criança
também não sabes!
Também te roubaram
o dom maior do Ser Homem,

O DOM DE AMAR!

Menino - Homem,
como me dói pensar-Te!

lc (anos 70)

(Este poema, eu escrevi com 22 anos - estava-se em plena guerra do Vietname e da África ex-portuguesa)

Ainda está actual, não?



CADA MOMENTO COMO SE FOSSE O ÚLTIMO
Vivo cada momento de ojos vendados
como si non tuviera manana

Qui mi impuerta
ayer
Qui mi impuerta...

Siempre hay algo de nuevo
para yo mirar

Non! non quiero
resistir más

Porque
cada momento
és un momento más!
És una dádiva!

És precioso y único
y
yo
lo sorvo
àvidamente

Si,
Yo lo vivo como si
fuesse
el último

lc


Domingo - Doce Domingo
.
Dia
dos Santos
e dos Pecadores,

da alegria
e da tristeza!

da companhia
e
da
saudade!

do frio
e
do
vazio!


dos namorados
e
dos desamados!

Dia das gaivotas
e
dos pescadores


Domingo,
não vou á missa!

rezarei
sózinha na praia

escutarei Deus
na minha caminhada
solitária

lc



"RAVEL ME ABANDONOU"

Ontem
não te vi!
Ontem
não te falei!
Ontem
não te ouvi!

Andei perdida
pensando
que me encontrava...

Ontem
não dormi...

pensei em ti!

Ontem,
não tive
Rosas
no
meu jardim
nem
melodias
noturnas !

Ontem,
Ravel
me
abandonou ...

lc

" VISITA DE FLORBELA ESPANCA"

Florbela, me visitou
e,
em sonhos
me segredou poemas
de saudade e de mêdo,

me levou nas suas asas
de poeta maldito!
me segredou seu mêdo!

me cravou as unhas
do sentimento impossível...

Me disse,
que, Amar! Amar! Amar
e, não Amar ninguém...

era o destino de alguém
que, como ela
escavou a vida das palavras
e da solidão

Ah... me disse ainda
que a esperança,
seria a hora dos mágicos
cansaços,

Aquela cujos braços
estarão à tua espera

Algures,
numa prisão liberta
ou numa Cruz que te amarra
aos pés dum amor louvor

Quem sabe numa vã Primavera?
Me espera! Me espera!

Algures...
numa praia da Barra

lc
A U S Ê N C I A"

Está fria a
Cidade dos Anjos
nesta manhã
de flôres decepadas...

Vazia de pessoas
de sons
e de cheiros...

Apenas
se sente
o movimento
transparente
das
Almas penadas...

Na
Cidade dos Anjos...

Quase um arrepio
nas franjas
do Rio
sem barcos!

Até
as bandeiras
estão hasteadas!

E os Anjos dormem
nos braços
dum Deus ausente!

Esta Cidade
não é a minha!

Não é a cidade
onde te encontrei!

Onde estás?

Apenas vinha
te trazer uma Rosa!

lc

"Palhaço pobre - Palhaço Rico!"


Salta palhaço
salta!
Gingado na corda bamba!

Ri! Chora! Gargalha!
acrobacia!
vertigem!

Salta!
Ri!
Chora
e
gargalha...

Máscara!
riso!
magia!

Salta
palhaço
salta!
como
bola colorida

Salta!
gargalha!
chora!
em tua máscara
de riso!

Palhaço
pobre ou rico

Sem arena!
sem Circo!

Apenas a tua vida...

lc


" S E R "

Ser
raíz!
ser tronco!
ser rama!

Ser fado!
ser fardo!
ser chama!

ser longe!
distante!
ou ser perto!

Gritar
como quem clama
ainda que, sózinha
ou
no meio do deserto...

Meu Amor!
Meu Irmão!
Meu Amante!

luizacaetano11/10/2006


"S A U D A D E S"

Olho à volta
e não te vejo!

nem a penumbra
nem o ensejo

nem uma asa no horizonte
A distância é um compasso na curva do meu abraço!

A distância é tão longe!
Tão longe que perde a esperança
no cansaço de cada dia, na cruz do alvorecer!

Vou embora de mim, vou ser monge
num retiro do Tibete vou reaprender a Ser
dona da minha vontade

Deitar fora esta Saudade
que me está suicidando

Olho à volta... não te vejo
nem a penumbra, nem o ensejo

Nem uma asa no horizonte
Minha boca é uma sede! minha alma é uma fonte!

luizacaetano13Outubro2006


"COMO PODE"

Meu Deus,
como pode?

Como pode
tanta falta de razão?
Tanta força!
Tanta emoção!

Como pode
Um ser desejar
alguém lhe seja fiel
se,
a distância
é um fel!
Uma lança que fere
entre o espaço
e o abraço?

Como pode?
se,
os meninos da rua
choram o pão
e
eu tenho tanta fome
no meu coração?

Como pode?
Como pode?

TANTA FALTA DE RAZÃO!


lc/2006/11/09


" A M O R "

Tenho um dedo
que te adivinha,
um segrêdo
que te inventa,
uma lança
que t`assassina,
um amor
que t`acorrenta,
um olhar
que te fulmina,

Tenho
Meu Amor
toda a ternura
do mundo
nesta amargura
de mêdo,

Neste Amor
neste segredo!

lc - Nov-2006


" I L U S Ã O"
se destacava no bando
como transparência pura
essa borboleta bela
Voando na Primavera

Era côr! Era Amor!
tão colorida
e
tão bela

Verde!
Azul!
Amarela!

que a quiz aprisionar
cortei-lhe as asas!
roubei-lhe a liberdade!
comi-lhe o Arco-Íris!
lhe descobri a verdade
no âmago da ilusão
carimbei autenticidade...

Era tão bela
que a dôr de já não ter ela
me amarga neste instante
sou como um barco sem vela
não quero ser navegante
dessa linda caravela


O vento se perdeu nela
lhe destruíndo o coração
e, a dôr...

se esvai na Primavera
morrendo a cada dia
O Amor

lcnov9/2006 10/11/06


" SORRISO DE PALHAÇO TRISTE"


Todos os dias
acontece!

um acidente!
um rasgão!
uma dor profunda

Uma esquina da vida
veio contra mim
e...

me
estrangulou!
me deixou sem ar!
sem chão e sem tecto!

Continuar o caminho!
eu tenho de seguir em frente
sem asas para voar
sem as mãos do carinho
sem os olhos para ver

continuar a ser!
carregando a dor do aborto
dum parto fora do tempo
dum Sol espencado e morto

Eu tenho de seguir em frente
contra o tempo
contra o vento
até contra o sentimento
ao encontro da Lua
da Lua cheia da vida
da vida cheia da morte

eu tenho de sorrir
mostrar o meu palhaço
continuar o espectáculo

EU VOU CONSEGUIR?

lc-sexta-feira negra
Novembro 2006


CAMINHOS MINADOS
"AS MINHAS TELAS"

Te pintei os sonhos
em noites de encantamento,
em travessias oceanicas,
em mágicas caravelas,
Cargueiros e barcaças!

Te pintei
no Cais de todas as Chegadas
e
em todas as Partidas!

Te pintei
no Calendário
da minha vida
feita caminho de minas!
Campo de batalhas!
Mágica cama de sonhos!

Te Rezei
em meus Rosários,
Te inventei
em minhas Sinas.

Só não pintei as migalhas
porque
a elas me recusei


lcNov2006


"APENAS... EM SILÊNCIO"

Vem!

Ainda que passes
sem bater na minha porta
em místico silêncio
peregrinar
na sepultura dos punhais

Vem,
deixar os teus salpicos
de orvalho
sobre as murchas ervas
no jardim
do meu túmulo

Assim
de mansinho

Apenas
pressentidamente
sem palavras armadas
sem partidas!
sem chegadas!

Envolve-te
em Luar
e trás contigo
apenas
o hálito quente
da tua boca,

Os tímbalos encantados
do teu sorrir,

Não,
não tragas as palavras
encruzilhadas,
distorcidas
e sem emoção

Traga
apenas o seu coração!

Vem!

lcNov14/2006 16/11/06







terça-feira, 11 de setembro de 2007

**POEMA A DUAS MÃOS**

POEMA
A DUAS MÃOS

PARA DOLORES

Incondicionalmente
presente
dia-a-dia
em nossa janela

Ela é das amigas,
a mais bela

Tendo o nome de Jardim,
essa raríssima flor

cultiva a amizade
como quem cuida do amor

Ofereço uma rosa,
Flor que encontrei pelo caminho
Quando procurava por ti...

Pela Terrinha perambulei em versos
Tentando dizer-te palavras doces
E nas águas do Tejo vi teu rosto a sorrir...
Do Bairro Alto brindo a ti com um delicioso
Porto e todos te olham com admiração...

Ofereço também o canto dos passarinhos
E a brisa da madrugada
O céu cheio de estrelas
E seresteiros cantadores para alegrar
teu luso coração sem bandeiras
nem fronteiras
verdadeiro toque de madrepérola
que tal como um trem de Lisboa
tem sempre lugar para mais um
Amigo

Marta
lc

**LISBOA DE DOLORES**



♥ Marta Peres:
Lisboa de Dolores


Em Lisboa nasceu Dolores
E lá viveu certo tempo...
Gostava de passear à beira do Tejo
E ver nas águas o rosto refletindo...

De cravo e canela,
Sua cidade natal...altaneira...
Cheia de segredos e histórias...
Em passeios, gostava dos barcos
E de ver ao longe as velas,
sumindo na imensidão...

Dolores menina, em Lisboa cantava
Fados, e nas noites de luar
À beira do Tejo se punha a cantar...

Frescura, suave fragância,
Dolores perdia de vista toda imensidão
E nas franjas do vento,
Pegava flor em botão...

Lisboa espera ainda por ti
A tecer distância,
Com fio de esperança
A cidade Mãe chama pela filha
Que chora saudosa...

Como presente lhe envia pelos mares
E pelos ares suave perfume de alecrim,
E espera a filha amada...algum dia...
No porto...chegando saudosa...
E ambas se abraçam e choram as saudades...
Algum dia...

Marta Peres

Feliz Aniversário Minha Amiga!